De uns tempos pra cá dei uma parada nos comics (mas não deixei de ler, vejam bem) e concentrei meus esforços em dois “tipos” de HQs - dos quais que gosto bastante - que tinha relegado à segundo plano, que são os mangás e os fumetti.
E falando dos italianos, não pude deixar de pôr as minhas mãos no primeiro exemplar de JÚLIA, cria de Giancarlo Berardi, pra quem não sabe um dos pais de KEN PARKER, hq que ao lado de MÁGICO VENTO, dissipou a ojeriza que eu tinha pelo gênero western.
Quem melhor definiu a história foi o Matusa: “cento e vinte poucas páginas de gostosuras”, nas palavras do próprio. Assino embaixo.
Berardi mostra que entende do riscado com essa primeira edição. Transições maravilhosas, background (Emily, a empregada nóia e clone da Woopi Goldberg é demais) pra dar e vender, boa utilização dos elementos gráficos, muita pesquisa, e até uma ótima justificativa para a narração em primeira pessoa que a personagem principal faz vez por outra. Muito, muito bom.
Embora essa edição contenha uma história fechada (no fim está FIM), pelo anúncio da edição 2, presumo que venha continuação por aí.
Não gostei muito da arte do desenhista, Luca Vannini, mas tenho minhas dúvidas se isso não está ligado diretamente à paupérrima edição da Mythos. Veremos.
E quanto à Dampyr, que peguei já na edição três, confesso que gostei, mas esperava mais. Harlan Draka é um Dampyr, uma criatura mitológica “real” que, como foi salientado na seção de correspondências, quase nunca foi usada na literatura do gênero. Existe o Blade, da Marvel, que tem conceito parecido mas origem diferente, se não me engano. O roteiro de Boselli é bom e também gostei da arte de Luca Rossi, mas a impressão geral é a de uma Buffy de cuecas. Mas a próxima edição me interessou bastante. Se passa na Rússia - e eu adoro histórias com russos ou com a Rússia. Mas não, não estou assistindo a novela das sete, tá?
A única ressalva às duas revistas, estendendo-se à linha da Bonelli editada pela Mythos, é o formato. Chinfrin demais para um preço daqueles. Seria bom mesmo se saísse no formato original italiano (que teve o papel melhorado, de uns tempos pra cá), ou pelo menos tivesse um formato maior. Mas aí já estamos entrando no reino da nerdice, e lá, gosto de ficar sozinho.
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