Um assunto que te me interessado bastante nos últimos tempos é o que os americanos (sempre eles) chama de
worldbuilding: a construção de mundos.
Mundos ficcionais, veja bem.
Por enquanto, não me refiro a nada de magnitude Tolkeniana. Falo de ramificações, derivações e conexões. Falo de personagens secundários que viram protagonistas e de protagonistas que viram notas de rodapé. Essas coisas.
Engraçado que essa minha curiosidade vai em direção ao material que um
camarada tem me enviado. Material que estou lendo à guisa de
beta reader, aliás. Me surpreende a maneira como ele interconecta personagens e plots antigos, dos quais tomei conhecimento em outros carnavais. Tudo parece fazer sentido. E ficou bonito, viu?
E isso nos leva a uma
resenha sobre IMPERIAL BEDROOMS, livro mais recente de
Bret Easton Ellis, onde há uma observação que me chamou a atenção: o autor recicla personagens e canibaliza outros trabalhos.
As conotações do primeiro verbo são boas (ainda mais em tempos de sustentabilidade). As do segundo, ruins. No frigir dos ovos, ambos tem o mesmo sentido.
Conheço outros caras que usam desse artifício e, convenhamos, isso não é nenhuma novidade na ficção. Personagens e cenários recorrentes são quase uma tradição à parte na literatura. Ou nos quadrinhos. Ou no cinema. Ou nos games. Até na música aparece uma ou outra experiência interessante.
Mas até pouco tempo atrás eu - na qualidade de autointitulado ficcionista de fim de semana - não tinha, pelo menos conscientemente, me dado conta da graça toda de se ficar ligando pontos aparentemente distantes.