quinta-feira, 17 de julho de 2014

PORRA, EXCEL!

Você já deve ter ouvido falar de Thomas Piketty. É o economista responsável pelo livro O CAPITAL NO SÉCULO XXI, hit do momento em alguns círculos. Dizem alguns boatos que esse trabalho pode até lhe render o prêmio Nobel de economia.
Não li o livro, mas todas as resenhas que vi (resumão dos bródi) parecem dizer que ele apresentou, com uma abordagem bem embasada em décadas de dados e estudos, o óbvio ululante para quem vive num país como o nosso: no capitalismo, quem é rico fica cada vez mais rico, e quem é pobre fica cada vez mais fodido e mal-pago.
Ok.
O ponto é que toda a análise de Piketty foi feita em cima de planilhas do Excel. E um especialista do jornal Financial Times afirma ter encontrado alguns erros nas mesmas. As planilhas, aliás, estão disponíveis publicamente. Piketty não deixou barato.
Daí, algumas semanas atrás, eu esbarrei nesse post do Daniel Lemire e entrei numa espiral de leituras sobre a inadequação do Excel para determinadas tarefas.
Como já disse em outros cantos da internet, não gosto do Excel, mas respeito a ferramenta. Tenho que lidar com o mesmo diariamente, e já vi gente tirar leite de pedra com aquilo.
Alguns pontos levantados por Lemire que achei interessantes:
  • Além de macros escritas em VBA, fórmulas do Excel também devem ser consideradas software.
  • Isto posto, não há uma maneira fácil de se extrair as fórmulas de uma planilha para, por exemplo, um arquivo de texto plano, que pode ser comparado a um arquivo anterior ou posterior.*
  • Por ser difícil extrair o "software" de dentro das planilhas, as mesmas são difíceis de auditar e o Excel não á apropriado para esse tipo de "number crunching".
A discussão que se seguiu na seção de comentários foi bem interessante. Para alguns a culpa é do Excel mesmo. Para outros, da Microsoft. Para um terceiro grupo, o Excel é suficiente e o problema é aquela pecinha que fica atrás do teclado.
As planilhas do Piketty, pelos menos as que vi, são bem mundanas. Um monte de fórmulas, mas nada de código VBA ou outros recursos bizantinos.
Acho interessante porque tenho que lidar com isso diariamente, e na minha área profissional, existem casos e casos. Há, por exemplo, uma multinacional americana que faz ABSOLUTAMENTE TUDO com o Excel e com o VBA. Cronogramas? Excel. Cálculo de paylod de robôs industriais? Excel. Geração de plaquinhas de identificação de equipamentos? Excel. Distribuição de ips na rede industrial? Excel. E por aí vai.

Eu entendo isso. O Excel é um mínimo denominador comum. Praticamente todo computador corporativo que roda Windows vai ter uma cópia instalada. Os usuários sabem usar o Excel. E, na maioria dos casos, um usuário sem privilégios administrativos, ou seja, impossibilitado de instalar um novo programa ou até mesmo rodar um executável, pode executar uma macro no Excel ou em qualquer outro componente do Office. Isso gera outra discussão, pois macros escritas em VBA também podem conter código malicioso.

Em minhas andanças pelas caixas de comentários, acabei esbarrando com esse outro artigo do blog Baseline Scenario, um pouco mais antigo, mas falando sobre o mesmo problema. Se você tiver tempo e paciência, percorra a seção de comentários. Soube também do caso Reinhart/Rogoff. E até descobri que existe um pessoal com muito interesse nesse tipo de presepada.

* ALGUMAS OBSERVAÇÕES

Assim como o .ods, o novo formato do Excel, o .xlsx, não passa de uma pasta zipada contendo todas as informações da planilha, e a maioria dessas informações estão em arquivos .xml, que na prática, são arquivos de texto. Mas isso adiciona toda uma camada de dificuldade ao processo. Primeiro porque a pessoa tem que saber extrair os dados daquele arquivo. Não é um procedimento de outro planeta, mas já vi gente boa se atrapalhando com isso. Depois, arquivos .xml muito grandes não costumam ser muito amistosos com olhos humanos. Seria necessária alguma automação posterior para extrair e comparar esses dados.

Sem querer acabei descobrindo um recurso técnico provisório (também conhecido como gambiarra), que pode ajudar nessa questão. Existe um opção no Excel que permite que as fórmulas sejam exibidas no lugar dos valores gerados por elas. Para isso, deve-se utilizar o atalho de teclado Ctrl + ` (crase). No meu notebook, a combinação é Ctrl + Shift + `. Então, salva-se a planilha como .csv que, para todos os efeitos, é um arquivo de texto que pode ser compadrado à vontade. Não é muito bonito de se ver, mas em momentos de desespero, pode ajudar.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

VISÃO PERIFÉRICA

Há um continho meu, chamado VISÃO PERIFÉRICA, que já futuco há anos. Mudo uma vírgula aqui, um artigo acolá, e vou indo nessa toada.

Mas hoje percebi que o plot, a ideia central, é muito, mas muito semelhante a um filme que adoro*.

Nunca tive pretensões de ser "original", mesmo porque não acredito nesse princípio, no sentido literal.

Mas, vou lhes contar: na hora senti uma puta broxada.

*Não, não vou te dizer que filme é.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

TRANQUEIRAS

A Very Short List é a única newsletter (quase) diária que ainda assino, justamente por ser muito curta e, consequentemente, digerível ao longo do dia.

Os temas variam e nem sempre me interessam, mas a edição de hoje veio especialmente saborosa para tecnófilos como eu.

Dois pequenos gadgets muito simples, mas bem engenhosos (e caros!).

NomadKey


Não me importo de andar com um cabinho enrolado no bolso, mas esse Nomadkey realmente é mais prático.

MU Charger



Necessita de um adaptador para ser usado em tomadas brasileiras, então, nesse caso, perderia um pouco da praticidade. Mesmo assim, achei um barato.