domingo, 27 de março de 2011

CROOKED LITTLE VEIN, AGAIN

Na época que Vovô Ellis anunciou o livro[1], fiquei numa puta fissura de ler, mas depois acabei me esquecendo.

Me lembrei dia desses. Terminei ontem.

Meu veredito?

Divertido. Mas eu esperava mais.

Mike McGill é o badass padrão do Ellis: detetive do infortúnio, fumante inveterado, fodido e mal-pago. Trix, sua sidekick - se podemos dizer assim - é uma mulher à frente de seu tempo, tanto técnica quanto, hmmmm, antropologicamente. Ambos são contrapartes óbvias que derivam, sem escalas, da persona internética que Ellis criou para sí próprio e que é tão famosa internet afora.

Eles cruzam os Estados Unidos, atrás da verdadeira constituição, escrita por Benjamin Franklin na pele do alienígena que o "probou"[2] por seis dias em Paris. E isso tá na página vinte e poucos do livro (ebook). Acho que você consegue imaginar por onde a narrativa vai se embrenhar, daí pra frente.

O problema do livro é o mesmo de vários outros trabalhos de Ellis: concepção interessante, execução nem tanto.

A história é uma colcha de retalhos composta por quase tudo que é bizarrice que o Ellis costuma postar em seu blog[3]. E, talvez por isso, tenha me parecido apressada demais, sintética demais, sei lá. Tudo bem, o livro foi feito sob encomenda, segundo palavras do próprio Vovô. Além disso, é uma história de detetive, e uma das características do gênero é justamente a concisão.

*Mesmo* assim, em alguns momentos, ficou me parecendo mais um roteiro de hq do que prosa em si. E quando se trata de texto puro, não há desenhista que salve a pele do escritor.

De qualquer maneira, na média, tá mais pra bom do que pra ruim, e recomendo o livro.

Mas vá com espírito aberto e expectativas baixas.

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[1] - http://urobouro.blogspot.com/2007/03/crooked-little-vein-vov-ellis-resolveu.html

[2] - http://en.wikipedia.org/wiki/Anal_probing

[3] - http://warrenellis.com

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