Creio que já devo ter falado aqui sobre as alterações na percepção do tempo provocadas pela paternidade. Falei? Sei lá.
Revirando uma parte do meu pequeno e empoeirado império, revi algumas hqs que há anos não saíam das caixas onde estavam e que, sei lá por que cargas d’água, obrigaram meu cortéx a manter as lembranças a respeito das mesmas flutuando ali na superfície, aguardando o momento certo para dizerem “oi”. São revistas que não têm necessariamente grande valor sentimental - algumas não tem nenhum - , mas despertam um turbilhão de lembranças que poderia culminar na data e locais exatos de sua aquisição. Mesmo que isso tenha sido há quinze, vinte anos atrás.
O que faz com que essas lembranças derivem para outro alvo específico - eu mesmo - que por sua vez faz com que eu pense a respeito sobre períodos de tempo como os supra citados, que nem parecem tããããão longos assim, mas são, e que, por sua vez fazem com que eu passe bastante tempo passando esse tempo em revista e consiga apenas terminar com uma pequena pontada de saudosismo em algum lugar aqui dentro da caixa toráxica.
Agora olho pra essa coisinha aqui embaixo, que já domina os rudimentos da locomoção e tenta, entre um tombo e outro, destruir todos os eletro-eletrônicos que estão no nível do solo e penso: puta que o pariu! Estou ficando velho!
E não é que é bom.
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