O livro definitivo sobre escritos e escritores. E nem terminei de ler. E não foi escrito por Paul Auster, Martin Amis, Umberto Eco, Alan Moore ou James Joyce (só pra gente não se estender demais) mas por um norueguês barbudo com cara de lutador de telecatch, que até o momento eu não tinha na mais alta conta. Ah!, esqueci de dizer que é um livro pra adolescentes. Pelo menos é o que diz o Índice para Catalogação Sistemática. E eu tendo a confiar nos Índices para Catalogação Sistemática.
Já devo ter dito (se não aqui, em outro lugar) que não me agrada nem um pouco o recurso do personagem-escritore. Não que seja uma técnica execrável, não é isso (eu mesmo já dei meus vôos sobre o assunto, além ser fã do Auster, que parece não conseguir largar o assunto), mas acho que talvez seja, sei lá, um pouco de falta de espírito do autor. Tipo muleta narrativa, sacam? Preguiça de pesquisar (ou inventar) hábitos diferentes. Mas não é nada que me impeça estreitar relações com um livro. E foi uma grata surpresa a descoberta desse livrinho, presente de aniversário dado pela querida esposa querida. Gaarder simplesmente destrói o ícone “escritor”, criando um personagem que segundo os cânones da Moral e Cívica poderia ser muito bem classificado como um patife, mas não é bem isso o que ele pensa a respeito de si mesmo – e o livro é narrado em primeira pessoa. De qualquer maneira, o que vale são os comentários que o cara, um tal de Petter Aranha, notório (porém discreto) ghost-writter faz sobre seus clientes.
Detalhe: desde os oito anos de idade Petter enxerga um homenzinho de um metro de altura (notem, não é um anão. É um homenzinho) que batizou singelamente de...Homem-Metro. E vai assim, Petter desancando Deus e o mundo, seguido de perto pelo mal-humorado Homem-Metro, brandindo sua bengalinha invisível na cara de todos.
Hilário.
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