terça-feira, 29 de dezembro de 2020

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Digressões de um ex-rpgista

Roubei essa imagem de um anúncio no RPGMaisBarato. Se não puder ficar por aqui, me avisem que eu tiro.

Senta que lá vem história.

Joguei RGP como se não houvesse amanhã durante boa parte da década de 90. Pelos meus cálculos, parei 1998 ou 1999. Depois disso, acompanhei de longe por mais alguns anos, e por fim, larguei mão. Basicamente, com uma ou outra exceção pontual, eu não sei o que acontece no RPG nos últimos quinze, dezesseis anos.

Mas um fato recente trouxe o RPG de volta ao meu radar. Mais sobre isso depois. Agora vou tentar recapitular o que aconteceu de lá pra cá.

Como boa parte dos jogadores brasileiros dos loucos anos 90, meu primeiro contato com o RPG não foi com o RPG, propriamente dito, mas com Aventuras Fantásticas, aquela série de livros jogos publicados pela Marques Saraiva.

Se não me falha a memória, o primeiro livro foi O Calabouço da Morte.

Isso foi no início da década de 90. Eu nem imaginava o que poderia ser a internet (ou uma BBS, no caso), e quem comprou o livro foi um dos meus primos, o Pedro. Depois vieram outros livros, e criamos o hábito de reunirmos um pequeno grupo de primos e amigos para tentar jogar aquilo.

Depois chegou o Hero Quest, que tecnicamente, também não era um RPG.

Ainda não sabíamos, mas estava começando o boom dos rpgs no Brasil.

Um dia, alguém apareceu com um exemplar da Dragão Brasil (edição #03), falando sobre o Hero Quest, e aí descobrimos, de fato, o que era o RPG.

Nessa época, o RPG dava os primeiros passos rumo à popularização no Brasil, e em Belo Horizonte, a cidade onde eu morava, existia um espaço que  era dedicado a hqs, miniaturas e RPG, a livraria Leitura da Savassi. Chegar lá era uma verdadeira viagem, mas valia a pena. Até onde sei, essa loja foi fechada, infelizmente. Tivemos contato com com (A)D&D e GURPS, e otras cositas más.

Aí o amigo de um amigo apareceu com um livro de Vampiro: A Máscara, e nosso mundo desabou.

Vampiro era diferente dos livros jogos, do Hero Quest e dos RPGs de fantasia medieval ou ficção científica que conhecíamos até então.

O livro era maravilhoso. Edição primorosa, desenhos sinistros, temática cabulosa, e um Recomendado para Maiores escrito na capa. O que mais um grupo de adolescentes poderia querer?

A questão é que Vampiro destoava bastante dos jogos e RPGs mais conhecidos naquela época. A ênfase na narrativa e na interpretação de personagens, as regras "descomplicadas" (#sqn) e a temática trevosa e urbana nos fizeram esquecer totalmente das masmorras e dragões que vínhamos barbarizando até então.

Mas havia um impedimento. O livro, para nossos padrões, era bem caro. Para jogar Vampiro, tínhamos que ir na casa do dono do livro, o amigo do nosso amigo, e isso nem sempre era possível. Aí o Pedro teve uma ideia genial. Fazer um xerox, ou melhor, um xerocão - prática que nem sei se ainda existe hoje, na época dos tablets e pdfs, mas que era bem comum até então.

Pedro era "office-boy" (outro anacronismo) numa empresa e tinha acesso à copiadora. Se convencêssemos o dono do livro a deixá-lo conosco por alguns dias, poderíamos fazer nossa própria cópia e, se não me falha a memória, um dos argumentos usados para persuadi-lo foi o fato de que o livro original seria poupado do manuseio daquele bando de moleques.

Ele topou.

Pedro ficou com o livro algumas semanas. O trabalho era minucioso e ele só separava as páginas que ficavam realmente boas. O fato do livro ser todo em preto e branco também ajudou . E não venham me falar de compliance, moralidade ou preservação do meio-ambiente. Aqueles eram os loucos anos 90!

Enfim, tínhamos a nossa cópia de Vampiro, e o original foi devolvido, são e salvo, ao seu dono*.

Como não foi feito um xerox frente e verso, e ainda foi usado papel A4 comum, o xerocao ficou com o dobro da espessura do livro original. Mesmo assim, a maravilhosa encadernação - espiral preta e capinha de plástico - deixou o xerocão mais resistente que um MIG-21.

Usamos e abusamos daquele livro. E nos divertimos muito no processo.

Já tínhamos sido fisgados pelos cenários da White Wolf, e além de Vampiro, jogamos uma quantidade considerável de sessões de Lobisomen e, pelo que me lembro, uma ou duas de Mago, um jogo que, na minha opinião, tem um cenário até mais interessante que os seus irmãos mais novos, mas que exigia um nível de abstração que nenhum de nós estava disposto a exercitar naquela época.

Tentamos nos aventurar (#bdumtss) por outros sistemas, como AD&D, GURPS ou Shadowrun (que eu particularmente adorava), Trevas e até Defensores de Tóquio. Íamos em eventos. Nos misturávamos com outros moleque. Mas sempre voltávamos para o nosso xerocão**, mesmo que depois alguns de nós tenhamos juntado grana para comprar os livros originais.

Depois vieram os sistemas que comprei mas nunca joguei, como Paranóia, Millenia, Toon, Refrão e até mesmo um box set de DC Heroes.

E ainda entrou Magic: The Gathering, no bolo.

O único jogo que eu quis muito comprar mas sempre me escapou de um jeito ou de outro, foi KULT, um rpg bem sinistro que era, bem, cult nos anos 90.

O tempo foi passando, foram surgindo outras questões nas vidas de todos, as partidas foram ficando mais esparsas e um dia simplesmente terminaram. Acredito que por volta do ano 98, apesar do carinho pelo jogo, nenhum de nós jogava mais de maneira regular. Em 99, já não jogávamos de jeito nenhum. Em 2001 eu mudei de estado, e não joguei nunca mais.

Entretanto, continuei acompanhando as notícias relacionadas ao assunto, pelo menos até 2004 ou 2005, quando saiu o Novo Mundo das Trevas (atualmente Chronicles of Darkness). Depois parei de acompanhar de vez, com exceção de uma ou outra notícia que pipocava na minha frente. Finis Africae.

Corta para final de 2020.

Mais uma vez, navegando por canais teoricamente não ligados ao RPG, fiquei sabendo que havia um financiamento coletivo para trazer a edição mais recente de KULT, Divinity Lost pro Brasil.

Cheguei tarde no financiamento, mas aquilo me colocou num loop saudosista e passei as últimas semanas tentando entender o que caralhas aconteceu com o RPG, no Brasil e no mundo, nos últimos 15 anos.

E, pelo que descobri até agora, parece que entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

Há uma quantidade bem mais expressiva de estúdios e rpgs indies.

A White-Wolf mudou de controle duas vezes, e sua propriedade intelectual agora é desenvolvida por empresas licenciadas. O Novo Mundo das Trevas foi rebatizado de Chronicles o Darkness, o velho Mundo das Treva voltou meio no sapatinho em 2011, e há uns dois anos saiu a quinta edição de Vampiro: a Máscara, muito elogiada até onde eu vi.

GURPS não entendi direito o que aconteceu. Parece que a edição mais recente foi lançada nos States em 2004, mas o bichinho continua gordo, corado e com saúde.

E no Brasil?

D&D finalmente tem uma quinta edição em pt-BR, depois daquele episódio lamentável.

Parece que tem bastante coisa boa rolando por aqui. Diversos rpgs independentes***, e muita coisa feita em cima de sistemas (ou frameworks) de regras abertos, algo que não existia na minha época (Cof! Cof!).

Descobri que existe a Dungeonist, uma loja BR nos moldes de da DriveThruRPG.

Mas, e daí?

Daí que, apesar dos pesares, não me vejo jogando qualquer RPG de mesa hoje em dia, nem em um futuro próximo, pelo menos não como costumávamos fazer antes.

Mas estou considerando alternativas.

A primeira é jogar com meus meus filhos. E eu tenho três.

Saí à cata de informações sobre rpgs para crianças, e acabei descobrindo esse episódio fantástico do podcast Caixinha Quântica. O entrevistado foi o Ulisses, criador do Instagram RPaiG, que merece meu respeito duas vezes: primeiro pelo assunto abordado. Segundo pelo trocadalho do título. Como eu não pensei nisso antes?

A segunda é jogar no modo que - descobri - costumam chamar de Play by Post (PbP). No meu caso, comecei as pesquisas para usar o Telegram como plataforma. Andei lendo algumas coisas que achei bem interessantes e já consegui alguns voluntários (incluindo dois do meu grupo original). O jogo escolhido foi Orpheus, o último livro de RPG que eu comprei.

E, por falar no meu grupo original, não posso deixar de dizer que sempre fico um pouco melancólico quando penso nele. Dois membros da turma original,
Cristian e Pedro - sim, aquele lá do xerox - já não se encontram entre nós. Estão fazendo falta aqui por aqui, amigos.

Mas, como dizem, a vida segue.

Tenho ótimas lembranças daquela época, e as novas possibilidades me deixaram empolgado.

Quando a tradução do KULT estiver disponível, é bem provável que eu compre uma edição. Pode ser que fique guardada em algum canto da minha estante, como aconteceu com Orpheus e tantos outros livros.  Mas pode ser que eu me anime a jogar "de verdade" mais uma vez.

Quem sabe?

---

* O livro foi emprestado para outras pessoas e até onde sei, não teve a mesma sorte.


** Pelo fato do xerocão ser flexível, poder ser dobrado como um caderno e até pelo seu caráter "descartável", ele era muito melhor de manusear do que o livro original.


*** Dois exemplares que me chamaram muito a atenção: Busões e Boletos, cuja edição foi feita pra se parecer com um caderno em espiral, e remete muito, mas muito ao zeitgeist rpgista dos anos 90, e DC&G, que é zoeira sem limites.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

It's a kind of magick

Tudo bem que a Magica do Caos é meio que o Linux do esoterismo. 

Cada um pega o fonte de faz o que bem entender.

Mas a galera está indo longe demais! 😂


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Links internos no Simplenote

Ora, ora, ora...

Percebi uma nova opção no menu das notas anteontem, mas parece que a novidade já tinha sido liberada semana passada.

Meu app de notas/escrita favorito resolveu inventar moda e adicionar um recurso assaz útil, que eu adorava no Quip (app que não uso mais), e curto muito no Obsidian (programa que comecei a usar essa semana): links internos.

Autocomplete on Simplenote OSX

Mais detalhes no blog deles.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Danny Elfman - "Happy"

E esse clipe novo do Danny Elfman? 

Ao que parece, a turminha do FX se divertiu a valer.


Obsidian

https://obsidian.md/

Já faz alguns meses que estou de olho no Obsidian, mas só fui baixar e brincar com ele nesse final de semana. E quer saber?

Adorei!

O Obsidian é um software de gerenciamento de conhecimento ou, como está na moda ultimamente, um segundo cérebro.

Não é o primeiro software a se propor a isso, nem será o último.

Mas ele tem alguns detalhes especiais que merecem ser mencionados.

  •  Todas as notas ficam armazenadas localmente, ou seja, nada de nuvem. Mas caso haja necessidade de sincronização ou backup automático, basta mover os Vaults (projetos) para dentro de um Dropbox ou Nextcloud da vida.
  •  Todas as notas são criados no formato Markdown (https://pt.wikipedia.org/wiki/Markdown), documentos de texto puro, que podem ser abertos em qualquer editor ou processador de textos e é "à prova de futuro".
  •  Multiplataforma, apesar de não ter versão mobile (ainda).
  •  O próprio Help do Obsidian é um Vault, o que oferece uma ótima oportunidade de ver os recursos sendo aplicados na prática.
  •  Para uso pessoal, o programa é gratuito. Mas se você tem condições de contribuir financeiramente com o projeto, mesmo que seja pouco, faça isso.

Alguns dos recursos do Obsidian me lembram software que já usei no passado, e que acabei abandonando por um ou outro motivo, como os links entre notas, um recurso que eu gostava muito no Quip (já mencionado nesse blog) e também no Tomboy Notes. O Graph View me lembra um recurso parecido do Sophocles, software de roteiro que eu adorava, do qual também já falei algumas vezes por aqui, e que desapareceu sem deixar vestígios.

Esse vídeo (em inglês) dá uma ideia dos recursos básicos do Obsidian.


E esse outro, do mesmo autor e também em inglês (óbvio), fala das diferenças entre o Obsidian e outros softwares com a mesma proposta.



 

P.S.: Escrevi esse post no Obsidian, e já decidi que todos os novos posts serão feitos aqui. Além disso, estou pensando em outros casos de uso, e me esbaldando no fórum deles.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Corpo-Mente e Ben Tolman

http://www.bentolman.com/images/03now_web.jpg

Até agora há pouco, não conhecia nem um nem outro.

Mas os vídeos nem tão aleatórios assim do Youtube (me perdoa, Jaron Lanier!) mostraram um mashup bacana de ambas as artes.

O site do Ben tem umas ilustrações boas demais, e caso você não queira ouvir o Corpo-Mente via Youtube, a página do disco deles no Bandcamp é essa aqui

Emma Ruth Rundle & Thou - May Our Chambers Be Full

A trilha sonora da semana

terça-feira, 3 de novembro de 2020

A importância do Excel

Antes de mais nada, é bom deixar claro: 

Eu tenho gostos peculiares. Vocês não entenderiam.

E um desses prazeres secretos é colecionar histórias envolvendo cagadas homéricas causadas pelo Excel.

falei disso uns tempos atrás. O mais novo item da lista foi a do serviço de saúde pública da Inglaterra, que deixou de contabilizar os resultados de 16000 exames de COVID-19 porque estava copiando dados manualmente no Excel.

E esse link acima me levou a outro artigo, mais antigo, e de onde tirei título do post, aliás. 

Grifos meus.

But while Excel the program is reasonably robust, the spreadsheets that people create with Excel are incredibly fragile. There is no way to trace where your data come from, there’s no audit trail (so you can overtype numbers and not know it), and there’s no easy way to test spreadsheets, for starters. The biggest problem is that anyone can create Excel spreadsheets—badly. Because it’s so easy to use, the creation of even important spreadsheets is not restricted to people who understand programming and do it in a methodical, well-documented way.***

This is why the JPMorgan VaR model is the rule, not the exception: manual data entry, manual copy-and-paste, and formula errors. This is another important reason why you should pause whenever you hear that banks’ quantitative experts are smarter than Einstein, or that sophisticated risk management technology can protect banks from blowing up. At the end of the day, it’s all software. While all software breaks occasionally, Excel spreadsheets break all the time. But they don’t tell you when they break: they just give you the wrong number.

Como diz um conhecido meu, problemas envolvendo computadores podem ter três causas-raiz possíveis: hardware, software ou people. E normalmente é people.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Visões de 20x20

Yeah, yeah!

Não, caro leitora. Apesar da referência óbvia, não vou falar sobre a maravilhosa série (às vezes grafada como Visões de 20/20) concebida por Jamie Delano, Frank Quitely, Warren Pleece, James Romberger e Steve Pugh.

Entretanto, se você já leu alguma das quatro minis que compõem a saga, sabe que em alguns aspectos, estamos bem próximos da visão (hehehe) apocalíptica daquelas histórias.

E hoje me ocorreu uma ideia, que deixo registrada nesse bloco de notas virtual e público: fazer uma revista com 40 páginas de HQ (e talvez alguns extras), com duas histórias de exatas 20 páginas, com temáticas que resvalem nessa loucura que está sendo esse ano.

Só para você saber.

sábado, 26 de setembro de 2020

Ulver - Flower of Evil

E o título de disco da semana vai para

 

Dá próxima vez, façam o favor de me avisar de que tem disco novo do Ulver na roda.

Agora, voltamos à nossa programação normal.

sábado, 13 de junho de 2020

A insustentável leveza da internet

Tava lendo algumas edições de 2016 de uma newsletter que ainda estavam na minha inbox (mais sobre isso outro dia) e, mais uma vez, sou lembrado da natureza efêmera da internet.

Links pra posts e páginas do FB que foram apagados, links para páginas em sites que foram reformulados e que provavelmente tiveram seus endereços alterados, e links para blogs que não existem mais.

Havia sete links na última newsletter que li. Cliquei em quatro. Todos estavam quebrados.

Não sei se poderíamos considerar a informação contida nesses links mortos realmente relevantes, pelo menos relevantes para a civilização ocidental. Mas eram interessantes. Pelo menos, naquele momento, foram interessantes para mim.

Vivemos em uma época em que durante apenas um dia a humanidade produz muito mais informação bruta do que em muitos períodos históricos inteiros. Entretanto boa parte dessa informação é fugaz, e desaparece do mesmo jeito que veio ao mundo. Rapidamente.

terça-feira, 2 de junho de 2020

A nova técnica dos spammers


Pelo menos pra mim.

Vem um spam com um botão Unsubscribe me! vermelho e gigante.



Aí você passa o mouse sobre o link, e vê que ele não leva a lugar nenhum. Em vez disso, tem um comando mailto:, ou seja, vai criar uma nova mensagem de email que deveria ser enviada para alguém.

Só que não é só alguém. São 97 destinatários diferentes.


Aí imagino que alguns desses endereços estejam sob controle dos spammers, e outros sejam endereços verdadeiros e aleatórios que eles querem testar.

Então a pessoa que tem um endereço de email legítimo mas não tá ligada nos paranauê da infernet dá um reply. Como o email da pessoa supostamente não está em nenhuma blacklist, ele provavelmente chegará a todos os destinatários. Chegando nos endereços que estão sob controle dos spammers, o email de resposta servirá como uma confirmação de que aquele endereço alvo está ativo, que o usuário não é lá muito versado nas artes místicas da malemolência digital, e que pode ser bombardeado desde já.

Por outro lado, quando aquela mesma mensagem chegar em um outro email legítimo, de uma pessoa que talvez tenha o mesmo perfil, essa segunda pessoa também vai clicar no Unsubscribe me!, confirmando para os spammers que aquilo também é um email ativo, marcando-se como alvo, e também espalhando mais ainda o spam.

Engenharia social: 7

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Na guerra fria entre restaurantes e iFood, o WhatsApp come pelas beiradas

https://manualdousuario.net/restaurantes-whatsapp-pandemia/

Artigo totalmente excelente do também excelente Manual do Usuário, e com o "plus a mais" do título de artigo mais infame desta sexta-feira*.

Embora tenham escopos diferentes, vi algumas ideias comuns do texto do Ghedin com o artigo do Rushkoff que eu postei aqui dias atrás. 

* sei que foi publicado ontem.

Os jardins murados do Instagram

Nunca tive conta no Instagram, mas bem que gostava de visitar uns perfis públicos. 


Só que alguns meses atrás, isso mudou.


Para dar mais de um scroll no mural (ou seja lá qual for o nome da página inicial de um perfil do Instagram), é necessário estar logado. O mesmo para expandir comentários ocultos de uma foto específica. 


Acredito que essa mudança tenha feito muitas pessoas criarem novas contas no serviço, mas a minha solução foi simplesmente deixar pra lá. E acredito que muita gente esteja nessa mesma vibe. Ainda consigo ver as primeiras fotos de um perfil, e consigo ver as demais se recebo o link específico para aquela foto.


E hoje me peguei pensando na possibilidade do Instagram voltar(?) a ser acessado somente via app. 


Por um lado, seria um baita contra-senso, porque não daria pra "embeddar" as fotos em outros sites e ou serviços. Por outro, uma audiência engajada somente via app seria muito mais "metrificável"* e, consequentemente, monetizável. 


A ver.


Aliás, declaro hoje o dia internacional dos neologismos.

Destinatário Ausente

O melhor do Brasil é o brasileiro, e uma imagem vale mais que mil palavras.

https://img.itch.zone/aW1hZ2UvNjQ5ODQyLzM0ODUxMTUuanBn/347x500/qMhAWZ.jpg

https://senpaivanilla.itch.io/a-brazilian-correios-game

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Restoring the Economy Is the Last Thing We Should Want

If we approach this moment of pause mindfully, the post-Covid economy we create could turn out to be a whole lot more resilient than the old one. Beyond exposing the brittle nature of global supply chains, top-down monetary policy, and a vanquished domestic manufacturing sector, the Covid crisis is also unleashing a powerful drive by local and networked communities to rebuild business from the bottom-up. The mechanisms so many of us are now inventing and retrieving under duress may just survive after this crisis is over, and augur a new era of sustainable commerce and much better distributed prosperity. Think local farms, worker-owned factories, and companies for whom the bottom line has more to do with selling products than selling shares of its stock. Their value created by such enterprises isn’t sucked up and out of communities (the way Amazon or mall stores do), but circulates again and again from one person or business to another.


Aqui

https://gen.medium.com/restoring-the-economy-is-the-last-thing-we-should-want-308045d58e0a

Leituras do Dia

Durante muito tempo fui leitor assíduo do blog Leituras do Dia, do Rodolfo S. Filho, mas fazia tempo que eu não passava por ali.

Digitei a primeira url que me veio à cabeça.

E caí aqui.

Susto da porra! 😂😂



Não Tema!

Semana passada mudei o tema desse blog.

Eu usava um tema MUITO antigo, ligeiramente customizado, mas que estava ficando com a legibilidade cada vez pior em telas com definições cada vez maiores.

E, sim, as coisas por aqui são lentas.

Agora estou usando um tema padrão do Blogger, também ligeiramente customizado. Acho que ficou agradável.

No lado móvel das coisas, o tema já era diferente, então não há diferença, pelo menos por enquanto.

Então, fiel hipotético leitor, caso você note alguma coisa estranha neste pequeno cafofo virtual, me avise, por favor.

domingo, 24 de maio de 2020

Farewell to Beyond the Beyond

Ao longo desses anos todos, tropecei no blog do Bruce Sterling algumas vezes. E confesso que, apesar da grande maioria dos assuntos que ele cobriu ali me interessar, nunca fui um leitor assíduo. 

Mas como recebi esse link duas vezes essa semana, resolvi ler a elegia que ele escreveu, que tem algumas reflexões bem interessantes.

https://www.wired.com/beyond-the-beyond/2020/05/farewell-beyond-beyond/

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Rory's Story Comics

Dia desses falei que compramos uma caixinha de Rory's Story Cubes pra brincar aqui em casa.

Aí, numa troca de emails com o Morevi, que foi quem me indicou o "jogo " (entre aspas porque não é realmente um jogo), ele mencionou que alguns escritores usam os dados como exercício criativo, e também mencionou O Homem do Castelo Alto, um dos livros mais famosos de Philip K. Dick, onde o destino dos personagens ia sendo decidido com a ajuda do I-Ching.

Aí fiquei pensando na possibilidade de usar os dadinhos para auxiliar na escrita de micro-roteiros de quadrinhos. 1 página com 9 painéis, sendo que o resultado de cada um dos nove dados seria o assunto de cada painel.

Pesquisando um pouco, descobri que o próprio pessoal dos Story Cubes flertou com uma ideia parecida.


Vou verificar essa possibilidade nos próximos dias.

No Brasil, os Rory's Story Cubes são distribuídos pela Galápagos Jogos, e também podem ser encontrados nos sites de algumas livrarias.

https://www.galapagosjogos.com.br/rory-story-cubes/produto/RSC001


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Firefox Multi-Account Containers

Acabo de descobrir que se você DESABILITA a extensão Firefox Multi-Account Containers, ela APAGA todos os containers criados.

Pelo lado da segurança, eu fiquei feliz. Pelo lado da praticidade, #chatiads

P.S.: eu sei que dá pra salvar pelo Firefox Sync mas, por enquanto, não.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Epifanias

As a lefty, I’ve spent a lifetime bothered by spiral bindings rubbing against my palm when writing. One day I had an epiphany, rotated my notebook 90 degrees, and never looked back. Unlike top-wirebound portrait-oriented notebooks, there don’t seem to be many landscape ruled spiral notebooks out there, but this format matches the way I think and write like nothing else.

Daqui: https://www.getrevue.co/profile/wimb/issues/what-s-in-my-bag-rayan-parikh-239523

terça-feira, 14 de abril de 2020

Direito de reparo em aparelhos médicos


Thread (ou seja lá qual fpr o nome disso no Mastodon) onde Cory Doctorow diz algumas coisas bem interessantes sobre o direito de reparo, principalmente em aparelhos médicos em tempos de COVID-19.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Dramas verticais


Algum tempo atrás, eu li isso:


E hoje, tropeço nisso:


Agora, até o YouTube tem vídeos verticais.  E algumas séries da Netflix tem episódios muito curtos de 15 minutos ou menos.

Vejo isso como um nicho / subgênero interessante. E, embora o Quibi suporte as duas orientações de tela, de um ponto de vista totalmente prático, é muito mais fácil segurar um telefone na orientação vertical, com apenas uma mão, do que na horizontal, com as duas.

Mas esse tipo de produção também pode se tornar muito "pirotécnico".  Quem vai aguentar um plot twist a cada dez minutos?

A ver.

domingo, 29 de março de 2020

Grimoire Encyclopedia


This site is a collection of linked information about grimoires, focusing (with some distraction) on early modern Western European texts from the Christian tradition. The goal is to look at the connections and relationships within the metadata and subject matter of these grimoires, and attempt to collect factual information about their provenance and historical context.

https://www.grimoire.org/ 

sexta-feira, 27 de março de 2020

Drafts

No afã de revitalizar este muquifo virtual, fui dar uma olhada nos rascunhos que eu deixei salvos no próprio sistema do Blogger, e não acredito que dê pra salvar nenhum (observe as datas).

Mas caso a pessoa que nos lê agora esteja curiosa em saber mais sobre isso, seguem abaixo os títulos.






Blog

Estou, gradativamente, reduzindo a minha participação no que se convencionou chamar de "redes sociais".

Por outro lado, estou (re)testando maneiras de fazer postagens mais rápidas nesse blog, o que deve, consequentemente, aumentar o número de posts por aqui.

O que isso significa?

Posts sem tags, com formatação estranha, e por aí vai.

Mas e daí?

Daí nada, ué! Só tô falando.

P.S.: eu fico me perguntando o motivo do Google ainda manter o Blogger funcionando. Também fico me perguntando o que diabos é esse app do Blogger, benzadeus. É melhor e mais fácil postar via email.

PISCES


Encontrei revirando meus arquivos.

Não faço a mínima ideia do que trata a hq (agora eu faço), e essa imagem é de 2016.

Boa demais pra ficar largada por aí.

quinta-feira, 26 de março de 2020

We Wish to Inform You That Your Death Is Highly Profitable

Douglas Rushkoff, kicking assets, como sempre.

This is a quasi-fascist worldview, where we stop forcing ourselves to make decisions on behalf of the losers, and start making them on behalf of the winners. Besides, as Ayn Rand taught us, the more we cater to the weak, the more we weaken ourselves as a society and gene pool. This is natural selection.

https://gen.medium.com/we-wish-to-inform-you-that-your-death-is-highly-profitable-22c73744055c 

Designer Arnold Putra selling "ethically sourced" human child spine bags

Não até onde isso procede, mas...

https://thebrag.com/arnold-putra-spine-bag/ 

quarta-feira, 18 de março de 2020

The Disconnect

Tava revirando umas mensagens velhas, e acabei reencontrando isso aqui:


Basicamente, é uma revista online que você só pode ler se desligar a internet após acessar a capa das edições.

Ainda não li nenhum dos três números, mas fiz um teste e funciona em celulares também.

Projeto bem interessante.

domingo, 26 de janeiro de 2020

iPod Librarian

"Did you know Karl Lagerfeld had something like three hundred iPod Nanos at one point? He seems to have actually employed an iPod Librarian to manage the fleet and ensure new music was being loaded into the things on a daily basis. Here I am, like a peasant, hand-picking the music on my XD to be loaded into a single iPhone, pressing the button myself like the livestock did in the olden days."

De onde mais poderia ser?

sábado, 25 de janeiro de 2020

Linkaiada

Quando voltei a usar o Telegram, há alguns meses, resolvi criar um canal público, para colecionar as bizarrices que eu encontro no próprio Telegram, e internet afora.

Caso te interesse, o link pro Linkaiada (hihihi) é esse:


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Borges e as newsletters eternas

Interessante. 

Hoje li dois artigos falando de assinatura de newsletters, e citando Borges.

Esse, no Projeto Draft



Que aliás, tem esse trecho que achei bem interessante:

In The Book of Sand, Borges wrote of an infinite book: "It was then that the stranger told me: 'Study the page well. You will never see it again.'" Describing in many ways what it feels like to browse the internet or peek at Twitter.