domingo, 6 de março de 2022

Asilo Arkham, 32 anos depois

Dia desses, mexendo nas velharias aqui de casa, (re)encontro essa belezura aqui.



Quando essa edição foi lançada, no final 1990, eu tinha 14 anos, mas já estava contaminado pelo vírus dos quadrinhos já havia um bom tempo. Mais sobre isso em um futuro post.

Asilo Arkham foi um banho de emoção e estranhamento na minha mente de garotinho inocente, garotinho juvenil.

O nome do Morrison não me era estranho por causa das histórias do Homem-Animal que vinham sendo publicadas na DC2000 desde o início daquele ano. Já do Mckean, nunca tinha ouvido falar.

O que acontece é que, por mais vanguardista e por mais que eu gostasse daquela hq, aos 14 anos eu não tinha, digamos, todo o repertório para apreciar a obra em sua plenitude. Ou pelo menos na plenitude que me seja possível apreciar.

Outros títulos, como a mini do Gavião Negro - publicada alguns meses antes - ou então Marshal Law - publicado aqui no ano seguinte - estavam mais alinhados com a estética que fazia a minha cabeça naquele momento e, sinto dizer, revisitei Asilo Arkham poucas vezes depois da leitura original*.

O que ocorreu, ao longo dos anos, foi que eu li muito sobre a obra.

Aproveitei a oportunidade e, ainda sob o efeito do saudosismo, mergulhei de cabeça no mundo sombrio criado por Morrison e Mckean.

E é com grande satisfação que afirmo: a obra envelheceu bem.

Todos os detalhes que me deixaram chocado ainda estão lá. A cena do lápis, o Coringa passando a mão na bunda do Batman, a "predileção" do Chapeleiro Louco por garotinhas, a coprofagia de Maxi Zeus, ou a própria história do fundador do Asilo. Outros, como a suposta supersanidade do Coringa, ou a moeda do Duas Caras sendo substituída por um deck de tarô, foram esquecidos. E nem falo de todas as referências que na época eu não tive a mínima condição de pescar.

O letreiramento, as colagens inseridas no meio da arte, as narrativas que vão se intercalando à medida em que a história - e a loucura - avançam. Tudo isso se desvaneceu na minha memória ao longo desses anos todos, mas o resgate foi feito.

Fui pesquisar e descobri diversas reedições desse quitute, ou seja, Asilo Arkham ainda é facilmente encontrável em sebos e lojas.

A edição mais recente, a ABSOLUTA, é simplesmente maravilhosa, mas pelo preço de 230 caraminguás, vai continuar no reino das ideias, por enquanto.

Noves fora, se você, por um acaso, ainda não leu, fica a recomendação.

P.S.:

A cola da lombada acabou se ressecando, fazendo o miolo soltar da capa, e algumas páginas se soltarem do miolo. Mas o papel está  bom. Não tem rasgos, mofo ou qualquer outro sinal de desgaste.

Tava vendo esse vídeo do Sobrecapa e talvez, um dia, eu me anime a tentar uma restauração caseira.

  

Enquanto isso não acontece, me contento em folhear a revista dentro dos limites do possível.