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segunda-feira, 4 de julho de 2011

VAGINA DENTATA


Se você chegou até aqui atrás de putaria, lamento lhe informar que está no lugar errado. Mas acho que o site das Brasileirinhas é logo ali na frente, virando à esquerda.

Tempos atrás, um link perdido em um twitt me levou a um artigo no COMICS ALLIANCE que versa sobre um assunto sempre me deixa feliz: lista de quadrinhos ruins. A parte sobre SUPERMAN - GROUNDED é especialmente divertida.

Entretanto, já no topo da primeira página, me deparo com a imagem a seguir:




Basicamente, é uma vilã que incinera um molestador de crianças com sua vagina.

Não ria.

Agora voltamos à Mandrágora, um dos vários "projetos" hibernantes da casa (como sou da área técnica, acho engraçado chamar de projetos coisas que não são calcadas em cálculos).

Uns anos atrás cheguei a escrever algumas páginas e, justamente na primeira história, Mandrágora, cujos poderes incluem a capacidade de moldar seu corpo dentro de determinados limites - está sendo estuprada.

Além de manter uma arma encostada na cabeça dela durante todo o tempo, o estuprador, ainda por cima filma tudo. Então há uma onomatopéia de algo sendo cortado, o estuprador começa a gritar e, sem mais violência gráfica, ficamos sabendo que ela transformou sua vagina em um instrumento cortante. Acho que você já deve ter entendido o que aconteceu com nosso "amigo". Embora o festival de grotesquices não pare por aí, vou poupá-los de mais detalhes.

Além das óbvias e ululantes conotações lextaliônicas, não saberia dizer qual foi exatamente minha intenção quando escrevi essa páginas., e vaginas dentatas não são exatamente uma novidade na ficção. Rubem Fonseca já mencionou o assunto em A GRANDE ARTE. Neal Stephenson, com certas liberdades, em NEVASCA. Até fizeram um filme sobre isso, uns anos atrás.

Enfim, estou contando tudo porque, ao mesmo tempo que fiquei com o bom e velho ranço de não ter levado a idéia adiante (sempre achei que essa cena teria seu impacto), de certa forma, achei engraçado ter levado mais uma rasteira da Noosfera.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

QUADRINHOS NA REDE (E UMA IDÉIA)

Não é de hoje que se discute esse assunto, mas devido a algumas conversas em listas de discussão, em blogs e coisas que andei lendo por aí, resolvi dar meus pitacos a respeito do assunto.

Que a distribuição de quadrinhos pela internet, em formato digital seja o futuro, não nego. Detesto ler na tela, opinião compartilhada pela maioria dos dinossauros da minha idade, mas a molecada que é dez anos mais nova já não pensa assim, e imagino que essa situação tenda a se perpetuar daqui em diante.

Então a questão passa a ser: como distribuir hqs na internet?

De graça?

Pode ser. Mas aí é aquela história de tudo pela arte. E só a arte não enche barriga de ninguém. E vai chegar uma hora que você ou alguém que trabalha junto com você vai ficar de saco cheio. E vocês vão dar prioridade para outras coisas. E c'est finit.

Vender?

Não.

Se com quadrinhos impressos já existem equipes de nerds prontos para escanear, diagramar e até traduzir as histórias assim que elas chegam nas prateleiras, o que dizer de um produto que já está prontinho para cair nos torrents e p2ps da vida? E, como diz a sabedoria popular, caiu na rede é peixe. Num mundo ideal valeria o raciocínio de que quem lesse antes de graça e gostasse iria a seu site e pagaria pelo conteúdo, feliz da vida, não é? Contudo, pessoalmente, não acredito que seja assim. Eu mesmo já comprei muita coisa que li antes em “formato digital não-sancionado”, só que conheço um número muito maior de pessoas que lê quadrinhos na tela e não faz isso. Note que não estou fazendo uma pregação contra a leitura de scans e tal. Só acho que comercializar arquivos por si só não é um bom negócio. Para mim, a solução é outra

Vejamos um caso próximo a todos nós, que é André Dahmer, criador da tira de quadrinhos MALVADOS. Ele capitalizou seus quadrinhos de outra maneira. As tiras continuam sendo publicadas regularmente em seu site, e o acesso é gratuito, mas ele vende produtos correlatos, como camisas e impressões das tiras. É assim que o cara levanta seu dinheiro.

( Há uma entrevista onde ele comenta o processo detalhadamente, mas não me recordo do link. Quando encontrá-lo, faço uma atualização aqui.)

E acho que a solução vai por aí.

Uma outra possibilidade que enxergo é a de se conseguir patrocinadores. Empresas ou pessoas que vão anunciar na sua revista eletrônica, que terá distribuição gratuita. Funciona há séculos com a TV, não vejo porque não funcionaria com hqs. Obviamente, existe o possibilidade da perda de “liberdade artística” por causa do patrocínio, mas acho isso muito pouco provável. Primeiro porque hoje em dia existem mercadorias que se alinham com quase todo tipo de tema ou gênero. A questão seria encontrar alguém que tenha um produto sintonizado com o público alvo de sua revista.

Sei que falando assim parece fácil, mas não é. Contudo, não é impossível, e acho que já tá na hora do pessoal que faz e quer viver dos quadrinhos visualizar outros modelos de negócios.

AGORA, A MINHA IDÉIA.

A idéia, que pode ou não se enquadrar no assunto deste post, é algo que alimento há muito tempo, mas por motivos diversos não pude levar adiante. Seria uma revista, no formato Fell/Slimline. Pra quem ainda não conhece, Fell é uma revistinha bem legal, criada por Warren Ellis e Ben Templesmith, publicada pela Image. A grande cartada é que a revista, que tem um número de páginas desenhadas menor do que o usual no mercado americano, 16 contra as 22 normais, o que, consequentemente, torna seu custo menor do que as concorrentes. Além disso, há sempre uma seção de extras (correio, trechos de roteiros, sketches, idéias, enfim). A Image gostou do formato, criando a linha Slimline, e lançou outra revista nos mesmos moldes, Casanova, escrita por Matt Fraction e desenhada pelo brasileiro Gabriel Bá.

Já ouvi outras pessoas que também manifestaram interesse por esse modelo, como o Pablo ou o Hector, cada um com suas devidas variações.

A minha seria assim: uma revista de 24 páginas, sendo que 4 seriam as capas, 16 seriam para quadrinhos e mais 4 para os extras. Nos quadrinhos, e acho que a minha diferença se encontraria aqui, eu publicaria duas séries de 8 páginas cada. A revista já tem um nome provisório, e seria estreada por LIBRA, sobre a qual já falei aqui muitas vezes, e também sobre MANDRÁGORA, que também teve alguns comentários dedicados a ela no passado.

A idéia, a princípio, seria publicar em papel mesmo, mas cada vez mais me sinto tentado a fazer isso via rede.

Se vai rolar? Não sei.

sábado, 29 de outubro de 2005

MANDRÁGORA & LIBRA

Costumo ser reservado no que diz respeito a idéias em andamento, mesmo porquê elas costumam ficar pelo meio do caminho, mas estou me sentindo especialmente empolgado com dois pequenos conceitos que venho desenvolvendo, e, não há motivos pra ficar escondendo o leite, não é mesmo?

MANDRÁGORA é minha tentativa de brincar com o conceito de “mulher-misteriosa-com-poderes-paranormais/vegetais-que-foge-de-organização-milenar-que-tem-planos-escusos-envolvendo-o-destino-do-mundo”. Nenhuma novidade, como você já deve ter notado, mas embebido em minha própria vaidade, só fui notar que a idéia era MUITO parecida com a da ORQUÍDEA NEGRA, do Gaiman, agora. Corri para as minhas caixas de papelão e tive que reler o material (mais comentários depois), mas para meu alívio, os conceitos são quase antípodas, se podemos dizer assim. Fui traído pela memória, talvez pelo fato de só ter lido ORQUÍDEA uma vez na vida.

Mandrágora vai ser uma sériezinha de terror/gore e pretendo ir construindo tudo em pequenos capítulos de 8 páginas, um número que eu considero bem adequado: nem grande demais - pra ficar inviável tecnicamente, nem pequeno demais - pra ser insípido ou confuso.

O primeiro tratamento do primeiro capítulo já está pronto, mas é necessário que eu apare várias arestas e pesquise um pouco mais sobre determinados assuntos. Também não existe desenhista na jogada, mas isso vai ser uma preocupação que só quero ter quando tiver algo mais sólido nas mãos (e se alguém vier com piadinhas fálicas sobre minha última frase vai tomar umas piabas, hein!).

LIBRA já vai na contramão da sua irmã mais velha. O roteiro do primeiro capítulo também já está pronto, e estou em negociações com um desenhista que vai acrescentar muito, acredito. Se ele topar mesmo, vocês ficarão sabendo quem é. O conceito da série é bem mais simples, resumindo-se a uma pergunta (que por, enquanto, não vou dizer qual é), e aqui pretendo fazer algo diferente de Mandrágora. Os capítulos também terão 8 páginas, mas as histórias, serão, na medida do possível, auto-contidas. Não deixei de lado meus devaneios megalomaníacos, e é óbvio que a perspectiva de quem ler tudo vai ser diferente de quem ler um só capítulo, mas aqui, até por tratar de um conceito bem mais simples, quero fazer algo mais “reader-friendly”. Além disso, em Libra trabalharemos com as rédeas mais soltas, e não há a vontade de fidelizar a série a um gênero específico. Vamos ver se dá certo.

Além das semelhanças óbvias, uma coisa engraçada que aconteceu - talvez por eu ter escrito ambas em paralelo - foi a repetição, ou melhor, reverberação de algumas idéias. Mas nada que diminua uma ou outra.