Se você é balzaco como eu, deve se lembrar dos guias de vídeo. Calhamaços impressos em papel ruim, repletos de sinopses pouco inspiradas de tudo quanto era tipo de filme possível (e, na maioria dos casos, impossível) de se encontrar numa locadora, lá nos loucos anos 90.
Hoje, em tempos de Wikipedia e IMDB, isso pode não fazer muito sentido, mas tenho certeza que muita gente se deliciou naquelas páginas altamente amareláveis.
Essa crise de saudosismo foi desencadeada por esse livro, que vi por aí dia desses. Embora as propostas diferentes, o caráter catalogador me evocou meus antigos guias.
Muita gente tem mania de abrir dicionários aleatoriamente, na esperança de encontrar uma palavra nova e interessante. Já fiz isso também (me deparando raríssimas vezes com alguma que ostentasse as duas características).
E também fazia isso com os guias. Abria e deixava a visão escolher minha vítima. Como era de se esperar, muito filme bom foi soterrado sob uma sinopse ruim. Muito filme ruim transformado em épico. E, pra aumentar a quizumba, havia as estrelas!
Mas fazia parte do jogo. Duro era encontrar os filmes nas locadoras de bairro que frequentava na quela altura de minha vida, onde o ato de sorver um filme no aconchego do meu lar me interessava muito mais do que hoje em dia.
Ainda tenho um aqui. GUIA DE VÍDEO E DVD 2001, da Nova Cultural. 944 páginas, mais de 6000 filmes, muita diversão.
Eu adoro esses guias. Tenho um amigo que ainda hoje marca uma, eliminando filmes de uma lista dos 100+ do terror. Já viu O Balconista? Eu trabalhei em locadora, tenho uma meia dúzia de histórias interessantes sobre esse período onde o ponto alto do trabalho era folhear um desses guias.
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