quinta-feira, 8 de julho de 2010

TO BUILD, OR NOT TO BUILD

Um assunto que te me interessado bastante nos últimos tempos é o que os americanos (sempre eles) chama de worldbuilding: a construção de mundos.

Mundos ficcionais, veja bem.

Por enquanto, não me refiro a nada de magnitude Tolkeniana. Falo de ramificações, derivações e conexões. Falo de personagens secundários que viram protagonistas e de protagonistas que viram notas de rodapé. Essas coisas.

Engraçado que essa minha curiosidade vai em direção ao material que um camarada tem me enviado. Material que estou lendo à guisa de beta reader, aliás. Me surpreende a maneira como ele interconecta personagens e plots antigos, dos quais tomei conhecimento em outros carnavais. Tudo parece fazer sentido. E ficou bonito, viu?

E isso nos leva a uma resenha sobre IMPERIAL BEDROOMS, livro mais recente de Bret Easton Ellis, onde há uma observação que me chamou a atenção: o autor recicla personagens e canibaliza outros trabalhos. 


As conotações do primeiro verbo são boas (ainda mais em tempos de sustentabilidade). As do segundo, ruins. No frigir dos ovos, ambos tem o mesmo sentido.

Conheço outros caras que usam desse artifício e, convenhamos, isso não é nenhuma novidade na ficção. Personagens e cenários recorrentes são quase uma tradição à parte na literatura. Ou nos quadrinhos. Ou no cinema. Ou nos games. Até na música aparece uma ou outra experiência interessante.

Mas até pouco tempo atrás eu - na qualidade de autointitulado ficcionista de fim de semana - não tinha, pelo menos conscientemente, me dado conta da graça toda de se ficar ligando pontos aparentemente distantes.

2 comentários:

  1. "Material que estou lendo à guisa de beta reader" e, também, na intenção de prefaciar.
    Não se esqueça disso!

    ResponderExcluir
  2. Sim, sim! Prefácio esse que já começa a gorgolejar as primeiras palavras aqui dentro do cabeção velho.

    ResponderExcluir