Hoje, após praticar um dos meus esportes favoritos – comprar livros a 9,90 nas banquinhas de promoção das Americanas – na companhia do Mu (que a cada cinco segundo tentava arrumar um jeitinho de escapar rumo à gaiolinha dos Hot Wheels. “Xâmo, pai! Xâmo vê Róti Uius!”), voltei pra casa com três livros. Foi o que o orçamento permitiu.
Trouxe O GRAU GRAUMANN, de Fernando Monteiro, RITUAIS, de Cees Nooteboom e CRIMES IMPERCEPTÍVEIS, de Guillermo Martínez. E isso me fez pensar a respeito do critério que utilizo (ou não) para comprar meus livros. Sou comprador compulsivo, já comprei livro pela capa, pelo título ou simplesmente porque podia comprar, ponto. Embora hoje eu esteja me policiando bem mais – mesmo pelo fato de ainda não ter lido metade dos livros que tenho. E nem tenho muitos -, às vezes tenho algumas recaídas, como essas.
O único do qual já tinha ouvido falar era o GRAU. Mesmo assim, en passant. Trouxe porque, em primeiro lugar, estava 9,90, e eu queria ler alguma coisa escrita originalmente em português. Além disso, o livro era o único que não estava lacrado e a sinopse, que tinha tudo para não me interessar, acabou interessando. O exemplar tá com a capa bem sambada, mas o miolo tá ok. Pelo menos, não dei falta de nenhuma letra.
Depois veio CRIMES IMPERCEPTÍVEIS. Esse tava empacotado, não dava para folhear. Então o que primeiramente me fisgou foi o título. Gostei dele. Na quarta capa, um parágrafo pinçado do miolo, onde algum dos personagens explana suas razões para acreditar que o assassino (sim, tem assassinatos) esteja tentando passar uma mensagem com as mortes que perpetra. Até aí, tudo bem (ou mal). Mas, bom, foi editado pela Planeta, que tem muita coisa bacana no catálogo, então resolvi conceder o benefício da dúvida. Depois, veio o nome do autor, Guillermo Martínez. Na hora pensei que era espanhol. Certo, era um livro policial espanhol. Não sei se pelo fato de estar escrevendo roteiros para uma série de pequenas hqs onde este tema reverbera, fiquei mesmerizado e também pus embaixo do sovaco.
A banquinha estava farta de títulos policiais, a grande maioria da Landscape, que tem uma linha extensa de coisas deste tipo, mas, entre os policiais yankees ascéticos fucker-and-sucker e o latino supostamente espanhol, fiquei com o último.
Errei na geografia (mas acertei na ascendência). Martínez não é espanhol. É argentino. Após libertar o volume do seu invólucro, também descobri que se tratava de um “mistério de academia”. Não sei se gosto disto. Na orelha, citam Wittgenstein, Gödel, matemática e magia. Disso eu sei que gosto. Exemplar novíssimo.
E, por último, RITUAIS, do escritor holandês Cees Nooteboom (que eu desconhecia totalmente até abrir o livro), que também tava lacrado. Começou também pelo título. Gosto de nomes simples e evocativos. Depois, veio a capa, que, na mesma linha do título, é simples, mas bacana. Acho que o sobrenome do autor também teve algo a ver com isso. Nooteboom me lembrou notebook (que não tem nada a ver com laptop). E o golpe de misericórdia veio com o textinho da quarta capa, onde as palavras arte, amor, religiões e suicídio aparecem na sequência, separadas apenas por vírgulas e seus respectivos artigos.
Exemplar surrado, e para minha surpresa, editado em 95.
Um brasileiro, um argentino e um holandês.
Fechou.
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