Todo mundo sabe que admiro muito a iniciativa e o projeto em si, e já que o assunto aqui é hq, somente isso e nada mais do que isso, já passou da hora de dar meus pitacos sobre o braço quadrinístico da Intempol, não?
THE LONG YESTERDAY, O ÁLBUM - Por Osmarco Valladão e Manoel Magalhães.
(já tinha publicado isso em meu outro blog, mas já que estamo falando dos quadrinhos da Intempol, não custa nada repetir)
No tocante aos quadrinhos, sou suspeitíssimo para falar, já que não é segredo para ninguém o pendor das minhas preferências estéticas pela arte sequencial, e, só para continuarmos no contexto, devo confessar que essa releitura se saiu muito melhor do que o conto original. Talvez pelo fato do roteirista, Osmarco Valladão, ser também o autor do conto, talvez pelo fato do próprio Osmarco ser designer, e também manjar de ilustração, talvez pela amizade de longa data entre ele e Manoel Magalhães, o desenhista.
O roteiro é econômico, preciso, e, principalmente, honesto. Segundo Osmarco, o objetivo era simplesmente fazer com que o leitor esquecesse um pouco da vida nos trinta e poucos minutos de leitura. Já a arte remete à escola européia (só não saberia dizer qual delas!) e resvala também no estilo difundido por Bruce Timm e companhia nos anos 90. Muito bonita. Além disso, Manoel é sucinto nas cores, mas usa isso a seu favor. E, claro, não poderíamos nos esquecer da qualidade gráfica do álbum, soberba para os padrões nacionais.
Uma curiosidade (ou infelicidade, dependendo do ponto de vista) é que, na época do lançamento, bastou o título em inglês para que as patrulhas ideológicas já entrassem em DEFCON 2, mas o que essa turminha parece desconhecer é a diferença abissal entre um pastiche e uma referência, ou melhor, homenagem. E fica claro, seja pela introdução assinada por Aragão, seja pela nota colocada por Osmarco ao fim do álbum, seja pela própria história, que o caso aqui é a segunda opção.
Dizem as lendas que vem mais coisa desse naipe por aí. É hora de cruzar os dedos.
A MORTÍFERA MALDIÇÃO DA MÚMIA.
O Projeto Intempol ganhou bastante visibilidade no mundo quadrinístico depois do lançamento de THE LONG YESTERDAY, a primeira graphic novel do projeto, mas o que a maiora não sabe é que anos antes os caras já tinham se aventurado no terreno das hqs, com uma história que, assim como THE LONG YESTERDAY, é uma adaptação de um dos contos presentes no primeiro livro lançado por eles. Contudo, existe uma diferença crucial: MMM (como é carinhosamente conhecida) é um Webcomic, com W maíusculo mesmo.
Uma coisa é se produzir uma hq dentro dos cânones normais, em termos de formato e narrativa, e depois utilizar a internet apenas como suporte. Outra é se produzir uma hq PARA internet, lançando mão de todos os recursos de que a rede dispõe. A equipe de criação, composta por Rodrigo Martins, Carlos Felipe Figueiras, Gustavo Novaes e Felipe Moura (não me pergunte quem fez o quê) realizou um trabalho redondinho. O roteiro, feito com o auxílio de Carlos Orsi Martinho, o autor do conto original, ficou na medida certa, e as redundâncias, muito comuns em adaptações de textos literários, se existem, a mim passaram despercebidas.
Já na parte gráfica, acho que os autores economizaram um pouco na hora de utilizar a palheta de cores, e nos traços. Acabei prefirindo a versão original à esta. O que não quer dizer que os quadrinhos sejam ruins, muito pelo contrário (como se minha opinião valesse alguma coisa, né?).
UM MUSEU DE VELHAS NOVIDADES
Essa seria mais um álbum da dinastia, com texto e diagramação de Octávio Aragão, autor do conto original, e arte de Bernard e Sandro, contudo, devido a diferenças editoriais, o projeto foi cancelado. Uma pena. Aqui estão os samples das primeiras páginas, e é possível notar a diferença gritante entre o traço de Bernard e o de Manoel Magalhães, desenhista de THE LONG YESTERDAY. Isso geraria um contra-ponto interessante. Quem sabe, num futuro próximo?
VIA CRUCIS
Disponível no site. Com roteiro de Octácio Aragão e arte de Antonio Nogueira, o destaque dessa pequena hq vai para a parte gráfica, totalmente fora dos padrões que se espera de uma hq de FC. O desenho de Nogueira é vivo, surreal e ele andou no fio da navalha ao experimentar tanto. Mas acertou. Executou com maestria algo que poderia ter ficado totalmente ridículo. Se não acreditam, dêem uma olhada na página 4. Não sei se estava no roteiro ou não, mas o último painel foi matador.
TREVO
Outra que está no site. Ralizada completamente por Octávio, utiliza o vasto leque de possibilidades de uma ucronia para contar uma boa e velha história de vingança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário