Eu ia falar de um monte de coisas do Ellis que li nos últimos meses, mas a preguiça e a empolgação convergiram no mesmo sentido e vamos nos ater a um ponto específico da bibliografia do Velho Bastardo.
Indo meio que na contra-mão do atual mercado gringo, o embrião de FELL foi a forma (foi pra travar a língua mesmo!), ou seja, uma revista com 20 páginas no miolo, sendo 16 de quadrinhos (ao invés das 22 usuais) e 4 com material adicional. Além disso, as histórias são, até agora, auto-contidas (fórmula que o Ellis já usou em GLOBAL FREQUENCY e PLANETARY e na selo-fake APPARAT, por exemplo), porém aqui o buraco é mais embaixo, já que o número de páginas é bem reduzido. Contudo, isso foi até benéfico, já que o Ellis, pelo menos nessa revista, está jogando toda aquela bobagem de descompressão-pseudo-mangática no lixo, fazendo páginas densas, mas fluídas, graças também à arte maravilhosa de Ben Templesmith, que é um show à parte, diga-se. Das sugestivas capas à palheta de cores, Templesmith acertou a mão legal nesse título (não que seja de fazer bobagens, vejam bem!).
Já o material adicional, reunido sob o título de BACK MATTER, fala do processo criativo, tem excertos dos roteiros e também traz as origens dos casos que o detetive Richard Fell tem que resolver até a página 16. Pra quem se interessa pela concepção de uma hq, é um prato cheio.
E o pior de tudo é que, agora há pouco, remexendo em uns jornais velhos (a privada do cachorro, se você faz questão de saber), esbarrei com uma notícia dantesca que tem todos os contornos para se transformar num plot dessa revista. Pena que o único site onde encontrei a dita cuja exige cadastro.
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