domingo, 11 de outubro de 2009

MIGUEL E OS DEMÔNIOS


Ao contrário da tentativa anterior, dessa vez minha ida à livraria rendeu o fruto esperado e consegui trazer embaixo do braço MIGUEL E OS DEMÔNIOS, novo do Mutarelli.

Havia muito, muito tempo que não lia um livro de uma sentada (ou, no caso, deitada) só.

Não que MIGUEL ET AL seja lá um calhamaço. Pelo contrário, suas exíguas 120 páginas comportam pouco texto.

Isso pode ser um resquício do tempo em que Mutarelli só escrevia (e desenhava) quadrinhos, mas a narrativa dele é taquigráfica, direta. Seu texto é arejado e permite que o leitor respire. Mas, é aquela história: às vezes, respirar rápido demais provoca hiperventilação, sacou?

Havia um vídeo no canal da Companhia das Letras no Youtube que eu ia colocar aqui. Sei lá porque, esse vídeo foi removido. Talvez reapareça. Mas, basicamente, Mutarelli explicava a gênese do livro.

UPDATE 13/10/09:  O vídeo está disponível, novamente . Valeu, Renata!



Segundo o autor, o livro nasceu da encomenda de um roteiro.  Mas ele não se sente confortável escrevendo roteiros, e propôs às pessoas que encomendaram a história (não faço a mínima idéia de quem são) que entregaria a história na forma de um livro, que elas poderiam adaptar para o cinema.

Em alguns trechos, ele chega, inclusive, a brincar com a estética de um roteiro, dando indicações que são comuns (e outra totalmente inadequadas) num roteiro cinematográfico.

Nem vou adentar nos recônditos da história propriamente dita. Ela entrega exatamente o que os fãs (eu incluso) esperam: metalinguagem, bizarrices e referências transbordando pelas páginas, ao mesmo tempo que acontecimentos corriqueiros são transformados em pequenas epopéias. Coisa fina.

E antes que eu me esqueça:

Sou meio contra esse lance das editoras ficarem criando identidades visuais  para determinados escritores. Sei que existem diversas razões mercadológicas mas - não saberia precisar exatamente o motivo - a prática me incomoda.

No entanto, para toda regra existe uma exceção e, no meu caso, acho que a exceção é o artwork sobre as ilustrações do Mutarelli, que está sendo feito pelo Kiko Farkas e companhia (das Letras? hihihi...).

A ARTE DE PRODUZIR EFEITO SEM CAUSA ainda é o melhor, mas ontem quase trouxe a nova edição de O NATIMORTO. Já tenho a original que a DBA lançou em 2004, mas esse novo design, até pelas raízes gráficas do trabalho do Lourenço, faz muito mais sentido. Acabei deixando pra lá, mas não sei se resisto à tentação num próximo encontro.

2 comentários:

  1. Renata11:03 AM

    http://www.youtube.com/watch?v=vJaILE0LUwY

    O vídeo do Mutarelli já está no ar novamente. O link está aí acima.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, Renata!

    Já fiz um update no post.

    ResponderExcluir