segunda-feira, 1 de agosto de 2005

ASSASSINATOS NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

Pra me desintoxicar, na sequência do TRAINSPOTTING, veio esse.

Eu sempre gostei dos livros do Jô Soares. Dos seus romances, digo. E vamos esquecer o talk-show por enquanto, certo?

Quando li O XANGÔ DE BAKER STREET, achei-o deveras iconoclasta, pelo simples fato de colocar um ícone da cultura pop, sisudo, fleumático e normalmente associado à retidão de caráter vitoriana, dando um tapa num cigarrinho do capeta, ou ainda tendo um ataque de piriri, em meio a uma perseguição. Obviamente, eu via as coisas de maneira muito diferente em 1995.

O HOMEM QUE MATOU GETÚLIO VARGAS também caiu nas minhas graças. Era engraçada a maneira em que foi costurada a biografia do assassino hexadigital Dimitri Borja e todos os eventos que fizeram parte da história do período no qual viveu.

O gosto do Gordo por personagens bizarros em situações insólitas esbarra nas minhas próprias preferências literárias, e o cara é, pra não dizer outra coisa um erudito.

Mas acho que temos um padrão se formando aqui. A impressão que tive, lendo esse novo romance, é que ele é uma mistura dos dois anteriores. Os mesmos ingredientes, misturados em proporções diferentes é verdade, mas com o mesmo sabor. E a composição dos livros, obra da editora, presumo, também só contribui pra reforçar minha impressão. A mesma tipologia, a mesma diagramação, etc, etc.

É divertido? É, e talvez lhe valha algumas risadas. Eu dei as minhas, mas esperava mais. Mas penso que, como disse antes, as coisas tenham mudado muito nos últimos 10 anos.

Vamos ver o que o próximo livro - sobre o Império Romano, se bem me lembro - nos reserva.

E agora, vamos em direçao À ESPINHA DORSAL DA MEMÓRIA/MUNDO FANTASMO, do Bráulio Tavares.

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