segunda-feira, 2 de julho de 2007

CAFÉ, LIBRA E UM POUCO DE REENGENHARIA CRIATIVA

CAFÉ, que até agora há pouco constava na seção TECLADO (que não existe mais) já deixou de ser prioridade há muito tempo. Depois de três capítulos escritos percebi que não conhecia os personagens nem a história o suficiente. Ainda. Então, como muitas outras coisas que já saíram das pontas dos meus dedos, também vai ficar de molho.

Já perdi a conta de quantas vezes eu disse, publicamente ou não, que ia largar mão de fazer roteiros para quadrinhos. Periodicamente sou assaltado por um sentimento de impotência e frustração, resultante de páginas que não chegam, emails não respondidos, pessoas que “somem”, projetos que dão para trás e idéias e mais idéias cujo destino será o confinamento dentro do meu hd.

(Caso você ainda não saiba, minha destreza com o lápis é tamanha que às vezes eu nem consigo reconhecer a minha caligrafia. Então, eu só escrevo roteiros)

E, mais uma vez, estou passando por uma dessas fases, embora já saiba que daqui a uma semana vou, casualmente, abrir um dos arquivos nos quais estava trabalhando, tirar uma vírgula, corrigir um erro de ortografia, as engrenagens vão começar a girar novamente e vou me encontrar bolando histórias e esquemas mirabolantes de publicação. Para, daqui a mais um tempo, me sentir impotente e frustrado de novo.

Por outro lado, DR. A:., meu novo xodó, não me deixa em paz e, brincando, brincando, já estou na página 14 de uma hq de 22. Fora uma de 8 páginas que necessita de uma pequena revisão e uma outra de 32 páginas, escrita anos atrás, que tem que sofrer uma boa revisão, por conta de idéias que entraram nessa encarnação mais nova, e de outras que não caberiam mais.

Mas aí entra a questão: quem vai desenhar?

Meus comparsas habituais já estão envolvidos até o pescoço em outros projetos para se meterem numa coisa deste tamanho (brincadeira, pessoal) e a possibilidade de deixar isso nas mãos de um desconhecido que pode evaporar a qualquer momento no éter da internet não é das mais animadoras. Então vou escrevendo aos poucos, sem preocupação, e depois vejo o que faço com esse material.

Isso significa que: embora eu não vá parar de escrever roteiros para quadrinhos, eles deixaram de ser a prioridade.

E por fim, temos LIBRA.

Comecei a pensar nisso em meados de 2005, quando estava na Argentina. Misturei idéias antigas com outras novas que pipocavam naquele momento e depois de burilar por algum tempo, decidi fazer uma série limitada com capítulos auto-contidos de 8 páginas, primeiro por gostar do número e segundo por achar que é uma quantidade exequível. O roteiro do primeiro capítulo passou por várias mãos e acabou indo parar na do Leal, que, por motivos particulares, não está podendo desenhar agora.

O que diferencia LIBRA de outras histórias que começaram a tomar forma na minha cabeça é que, desde o primeiro pensamento, ela não me abandonou. Mesmo quando bate aquela pusta vontade de deixar tudo pra lá e fazer outras coisas mais úteis (como me empanturrar de carboidratos em frente à tv, enquanto coço as frieiras) com o parco tempo livre.

Tanto é que, mesmo sem gás para dar sequência nos quadrinhos, por puro diletantismo, comecei a escrever um roteiro de cinema, que chegou até a página 30, inclusive.

Mas, se eu não consegui até hoje que as hqs fossem produzidas, o que dizer de um filme?
Então segui o processo contrário e resolvi contar essa história dentro do único meio que está ao meu alcance: a prosa.

Sim, porque acho que essa história pode ser contada através de palavras e somente delas. E apenas o exercício de adaptação (do qual falarei mais num momento oportuno) já está sendo divertido o suficiente para que eu continue castigando as teclinhas.

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