No início dessa semana tomei conhecimento de um assunto através dos meus feeds. Como todo bom leitor de feeds, leio os assuntos em ordem cronologicamente inversa, ou seja, notícia nova antes, notícia velha depois.
Por isso fiquei sabendo antes da retratação do site Ubuntu Brasil e só depois descobri a causa dela, um post que já foi retirado do ar, aliás, mas que consegui ler justamente por estar estocado no meu leitor de feeds.
Não vou repostar o texto para respeitar a vontade do pessoal do Ubuntu Brasil, mas não consegui enxergar nenhum conteúdo ofensivo.
O Satanic Edition já não é bem novidade. Pelo que me lembro, está na ativa desde 2006. E pelos comentários que li na época, mais os que li recentemente, presumo que, como eu, a grande maioria dos usuários do Ubuntu veja isso como uma grande piada. De mau gosto, para alguns, mas ainda sim, uma piada.
Na verdade, o UES nem chega a ser uma distro "de verdade", visto que as únicas diferenças em relação ao Ubuntu original é a sua coleção de temas e algumas músicas licenciadas sob licenças Creative Commons.
Por questões de espaço, essas músicas tomaram o lugar de algumas aplicações como o F-Spot, o Tomboy [para a alegria do movimento anti-mono], o Evolution e o OpenOffice.org.
Além disso a versão atual, batizada de 666.4, Jesus Jugular (para manter a tradição de nomes aliterados), é baseada no Ubuntu 8.04, uma versão estável (e LTS) mas, de acordo com o ciclo vital das versões do Ubuntu, já antiga. Após o 8.04 já saíram as versões 8.10 e a mais atual, a 9.04.
Ou seja, pra quem quiser, é mais prático baixar os temas e instalá-los numa versão mais recente Ubuntu do que baixar o UES e instalar essas aplicações.
Por isso achei a reação do pessoal do Ubuntu Br meio exagerada.
Na página do USE existem links para o Sabily (antigo Ubuntu Muslim Edition), e um link desatualizado que deveria cair na página do UCE (Ubuntu Christian Edition).
Ao que parece, eles pelo menos sabem seu lugar na ordem das coisas.
P.S.: O que o pessoal parece ter esquecido, tanto os "satanistas" do UES quanto os que se sentiram ofendidos, é que, apesar de (quase) todo o software que compõe o sistema operacional ser livre/open-source, o Ubuntu é uma MARCA REGISTRADA da Canonical, a empresa que fundou o projeto Ubuntu e que hoje é sua principal patrocinadora.
E assim como aconteceu com o antigo Ubuntu Muslim Edition - hoje Sabily - presumo que, caso o assunto ganhe proporções incômodas (o que parece não ter acontecido até hoje) a Canonical vá tomar alguma providência para desvincular a sua marca da distro em questão.
P.P.S.: O engraçado é que o imbróglio com o atual Sabily nem foi por causa da palavra Ubuntu", mas sim da palavra "Edition".
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