No início do mês recebi um email vindo de uma das poucas listas de discussão que ainda frequento. A mensagem falava de um projeto de lei elaborado pelo Senador Marcelo Crivella, que visa incluir as igrejas como beneficiárias da Lei Rouanet.
Na época, por motivos diversos, confesso que, após o impacto inicial, acabei esquecendo o assunto. Só que de ontem para hoje, acabei recebendo a mesma informação de quatro vias diferentes. Decidi dar uma fuçada, e vi que já se fala do assunto até no site do Ministério da Cultura.
Então, é verdade.
E então, vamos lá.
Um projeto desses, além de ABSURDO, porque coloca duas coisas bem distintas no mesmo saco, não tem o mínimo cabimento. Desde quando o governo, que se declarou laico na última visita do Papa - não nos esqueçamos que a maioria da população ainda é, oficialmente, composta por católicos - tem que bancar a construção de templos?
É fato que a Lei Rouanet já beneficiou muita tosqueira, mas aí é que tá. Cultura, na acepção que a grande maioria das pessoas entende, deveria ser (e na grande maioria das vezes é) um negócio universal, que transcende qualquer inclinação espiritual que um indivíduo possa ter.
Há a possibilidade de um livro, hq, filme, cd, show ou qualquer outro tipo de manifestação coberta pela Lei não agrade a esse ou aquele grupo religioso, ou, mais precisamente, este ou aquele indivíduo que professe determinada religião, mas a recíproca é muito mais verdadeira. Porque antes de sermos católicos, evangélicos, umbandistas, xintoístas ou budistas, somos pessoas.
Já existe uma petição online que pode ser assinada rapidamente.
E não se esqueçam de lotar o caixa postal do homem de comentários. Afinal de contas, um político trabalha para a população. Inteira. Sem discriminações.
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