sexta-feira, 4 de agosto de 2006
XIII - 1
Fiquei meio cabreiro e diria, até, incrédulo quando a Panini anunciou que ia começar a publicar quadrinhos de procedência franco-belga.
Incrédulo por este tipo de material estar, já há alguns anos, sempre na periferia do que é publicado por aqui. Mas quando vi que a coisa era séria fiquei feliz, confesso. Feliz porque é um ponto a mais para a diversidade, e, sei lá quem disse, “a diversidade é o tempero da vida”. Além disso, é uma das grandes a investir nisso, o que reduz fatalmente as possibilidades de uma linha editorial abortada.
XIII - com roteiros de Jean Van Hamme e desenhos de W. Vance - é um quadrinho de ação, fartamente inspirado no livro (que anos depois viraria filme) A IDENTIDADE BOURNE. Sempre fico impressionado com a capacidade dos europeus em assimilarem e regurgitarem referências sem cair no pastiche. Estão aí os fumetti que não me deixam mentir. Mas, voltemos ao que interessa.
A hq (ou bd) começa quando um velho encontra um homem desacordado e muito ferido. Quando ele desperta, está totalmente desmemoriado e a única pista que tem sobre seu passado é um algarismo romano (o XIII) tatuado próximo ao pescoço. Ele é acolhido pelo casal que o resgatou e leva uma vida quase bucólica, até que um grupo armado invade sua casa e ele “descobre” que possui habilidades de combate muito acima da média. Daí em diante, pancadaria, tiroteios e intrigas pra ninguém botar defeito.
Um ponto interessante a se ressaltar é o modo como são feitas as hqs franco-belgas, totalmente diverso dos comics americanos, ao qual o leitor brasileiro está mais habituado. O formato padrão desses quadrinhos é o que se convencionou chamar de álbum, contendo, na grande maioria das vezes 48 páginas de quadrinhos e sendo lançado anualmente. Outro ponto interessante a se ressaltar é que as séries são finitas. Duram anos, mas sempre chegam ao fim. E o último álbum de XIII, o 18°, será lançado esse ano na França, encerrando a série. As edições de XIII que a Panini vem publicando contém 2 álbuns, então a publicação brasileira irá até o número 9. Pelo menos para mim, isso torna bem menos onerosos os 22 mangos que paguei pelo álbum. E há de se ressaltar a qualidade, claro.
Embora o proto-roteirista dentro de mim (piadas sem graça, serão punidas com força desproporcional, belê?) tenha chiado em dois ou três pontos ao longo das histórias, não há como negar que Hamme e Vance trabalham em plena sinergia. A história funciona. E bem. Fiquei curioso pra saber o que vem a seguir, que nos meus termos significa que o trabalho foi muito mais estimulante do que a maioria do material que tenho lido ultimamente.
E tô louquito pra ter em mãos BLUEBERRY e BLACKSAD.
P.S.: Só falta a Panini começar a publicar material nacional agora, né?.
P.P.S.: Desculpem. Não resisti.
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