Não existe, peixe. Foi só pra chamar sua atenção mesmo.
Mas, se liga.
Lourenço Mutarelli já lançou três romances, O CHEIRO DO RALO, O NATIMORTO e JESUS KID. Contudo, os maiores sites de quadrinhos ignoram solenemente o segundo.
Por quê?
Embora seja apenas fruto da minha imaginação, a resposta parece ser óbvia: a DEVIR, que publica o CHEIRO e JESUS também possui um vasto catálogo de quadrinhos, e, provavelmente, os romances devem ter ido em algum dos pacotes de cortesia que eles certamente enviam pros editores desses sites. Nem no site oficial do artista (hospedado dentro do site da Devir, diga-se) existe menção ao livro.
Já a DBA, editora com um catálogo mais, hmmm..., sofisticado, deve estar de olho em outra fatia de público, e nem deve ter se lembrado dos antigos fãs do Mutarelli.
Mas, de quem seria a visão estreita, afinal?
Dos editores dos sites, por não terem divulgado esse trabalho somente por ter sido publicado por uma casa que não tem nada a ver com hqs? Ou, pior ainda (e isso é a mais pura conjectura maldosa de minha parte, preste atenção), por não terem ganhados seus exemplares na faixa?
Ou da própria DBA, que não se tocou nos potenciais consumidores desse produto em especial?
E aí?
Hã?
Hã?
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
BOILING POINT
segunda-feira, 26 de dezembro de 2005
QUASE 100.000 REAIS
É a bagatela que nossos ilustríssimos deputados vão faturar pelo ócio criativo dos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro.
Também, num país onde há MOVIMENTO de magistrados A FAVOR do NEPOTISMO, não era de se esperar o contrário.
Sabe de uma coisa? Me sinto cada vez mais um personagem secundário de algum conto do Philip K. Dick. Deve ser porque está passando MINORITY REPORT na tv, hoje.
Também, num país onde há MOVIMENTO de magistrados A FAVOR do NEPOTISMO, não era de se esperar o contrário.
Sabe de uma coisa? Me sinto cada vez mais um personagem secundário de algum conto do Philip K. Dick. Deve ser porque está passando MINORITY REPORT na tv, hoje.
OS 9 DIAS DE SODOMA E GOMORRA
Começaram no sábado.
9 dias ininterruptos com o restante do clã?
Confere
9 dias sem por os pés em nenhuma fábrikkka?
Confere
9 dias para acumular mais um monte de tecido adiposo em frente à tv?
Confere
9 dias para tirar a poeira da papelada e chacoalhar os neurônios?
Confere
9 dias sem me preocupar com horários?
Confere
Mas que podiam ser 120, podiam.
9 dias ininterruptos com o restante do clã?
Confere
9 dias sem por os pés em nenhuma fábrikkka?
Confere
9 dias para acumular mais um monte de tecido adiposo em frente à tv?
Confere
9 dias para tirar a poeira da papelada e chacoalhar os neurônios?
Confere
9 dias sem me preocupar com horários?
Confere
Mas que podiam ser 120, podiam.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2005
quinta-feira, 22 de dezembro de 2005
MONSTROS
ERO-GURO é apenas o que o título diz ser.
TROUBLE EVERY DAY (SANGRE CANÍBAL, do lado de lá, DESEJO E OBSESSÃO, do lado de cá) tinha tudo pra NÃO me agradar, mas agradou. É uma produção tri-nacional, mas digamos que o lado francês (com todas as conotações que isso pode carregar) predominou. Nem vale a pena ficar comentando muito, já que o filme foi dissecado por pessoas que entendem muito mais do babado do que eu. O único ponto negativo foi uma ceninha bem Deus Ex-Machina lá pelo final do filme que foi uma derrapada fenomenal.
E a trilha sonora é fudida! Tenho que achar esse cd.
Só não se deixe enganar pela publicidade. O filme tem suas cenas gore sim (e a capa [desculpa aí, mas não achei imagem melhor] da versão portenha do dvd só ajuda a reforçar isso), mas o incômodo é muito maior na cabeça do que no estômago.
MONSTROS, coletânea de hqs curtas, todas escritas por Wellington Srbek, por sua vez, não me fisgou, e os roteiros deixaram a desejar (e olha que sou fã do cara!), mas, a capa de Carlos Fonseca (que não tá muito visível na imagem dessa reportagem), por coincidência o mesmo ilustrador da Manticore 3, é belíssima, uma das mais bonitas do ano, mesmo. Vale lembra que a sugestão partiu do Srbek.
TROUBLE EVERY DAY (SANGRE CANÍBAL, do lado de lá, DESEJO E OBSESSÃO, do lado de cá) tinha tudo pra NÃO me agradar, mas agradou. É uma produção tri-nacional, mas digamos que o lado francês (com todas as conotações que isso pode carregar) predominou. Nem vale a pena ficar comentando muito, já que o filme foi dissecado por pessoas que entendem muito mais do babado do que eu. O único ponto negativo foi uma ceninha bem Deus Ex-Machina lá pelo final do filme que foi uma derrapada fenomenal.
E a trilha sonora é fudida! Tenho que achar esse cd.
Só não se deixe enganar pela publicidade. O filme tem suas cenas gore sim (e a capa [desculpa aí, mas não achei imagem melhor] da versão portenha do dvd só ajuda a reforçar isso), mas o incômodo é muito maior na cabeça do que no estômago.
MONSTROS, coletânea de hqs curtas, todas escritas por Wellington Srbek, por sua vez, não me fisgou, e os roteiros deixaram a desejar (e olha que sou fã do cara!), mas, a capa de Carlos Fonseca (que não tá muito visível na imagem dessa reportagem), por coincidência o mesmo ilustrador da Manticore 3, é belíssima, uma das mais bonitas do ano, mesmo. Vale lembra que a sugestão partiu do Srbek.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
AUTO-ESTIMA
Engraçado, só depois que terminei NO SUFOCO fui reparar que estava marcando o livro com uma singela propaganda da COLEÇÃO AUTO-ESTIMA, “clássicos da auto-ajuda e espiritualidade”. Me amarro nessas ironias do acaso, se você quer saber.
A propósito, o saldo geral foi bom, mas faltou o “punch” do CLUBE DA LUTA ou do SOBREVIVENTE.
A propósito, o saldo geral foi bom, mas faltou o “punch” do CLUBE DA LUTA ou do SOBREVIVENTE.
terça-feira, 20 de dezembro de 2005
PAPAI NÓIA
Isso ainda tá na cabeça.
No último sábado, fomos eu, a patroa e rebento a um supermercado próximo aqui de casa para - não poderia ser diferente - fazer compras.
Desconfio que as crianças têm algum tipo de sentido extra e sazonal, dedicado à localização de qualquer simulacro da figura comemorativa da vez. Como não poderia deixar de ser, o pequeno encontrou o indefectível Papai Noel do mercado mais rápido do que eu, e partiu desgovernado em direção ao cara.
Chegando perto, por alguns momentos acreditei que o pessoal do mercado tivesse confundido a data: a primeira figura que me vem à cabeça quando vejo "olhos vermelhos" é o coelhinho da Páscoa. Mas era o Bom Velhinho mesmo. E o cara tava muito louco! Não falava coisa com coisa, e a prova inconteste foi o bafo de cachaça, que tava brabo, devo dizer:
Para alívio da moça do mercado que o acompanhava, ele se desvencilhou - muito educadamente, que fique bem claro- das crianças e foi repor o estoque de balas.
A situação, pelo menos em minha cabeça, não deixou de ter sua própria ironia: o cara tinha bebido antes do trabalho por que estava pouco se fodendo, ou estava bêbado por que estava
muito fodido?
No último sábado, fomos eu, a patroa e rebento a um supermercado próximo aqui de casa para - não poderia ser diferente - fazer compras.
Desconfio que as crianças têm algum tipo de sentido extra e sazonal, dedicado à localização de qualquer simulacro da figura comemorativa da vez. Como não poderia deixar de ser, o pequeno encontrou o indefectível Papai Noel do mercado mais rápido do que eu, e partiu desgovernado em direção ao cara.
Chegando perto, por alguns momentos acreditei que o pessoal do mercado tivesse confundido a data: a primeira figura que me vem à cabeça quando vejo "olhos vermelhos" é o coelhinho da Páscoa. Mas era o Bom Velhinho mesmo. E o cara tava muito louco! Não falava coisa com coisa, e a prova inconteste foi o bafo de cachaça, que tava brabo, devo dizer:
Para alívio da moça do mercado que o acompanhava, ele se desvencilhou - muito educadamente, que fique bem claro- das crianças e foi repor o estoque de balas.
A situação, pelo menos em minha cabeça, não deixou de ter sua própria ironia: o cara tinha bebido antes do trabalho por que estava pouco se fodendo, ou estava bêbado por que estava
muito fodido?
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
SUPERNOVELAS
Olha só: eu fiquei até curioso pra ver o que vai dar essa tosqueira aqui, mas dizer que vai ser o futuro dos quadrinhos? Tenha dó, né Millar!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
PROPOSTA DO DEMO
Calma, ninguém aqui vai ter que fazer pactos com o diabo ou coisa do tipo.
Mas se você quer saber como se vende o peixe pra uma editora gringa (e, quem sabe, pruma nacional também), eis aqui sua resposta.
Só pra ir adiantando, DEMO foi uma máxi-série em 12 publicada pela AiT, com texto de Brian Wood e arte de Becky Cloonan; uma história de adolescentes com superpoderes, mas não super-heróis, sacam?
Mas se você quer saber como se vende o peixe pra uma editora gringa (e, quem sabe, pruma nacional também), eis aqui sua resposta.
Só pra ir adiantando, DEMO foi uma máxi-série em 12 publicada pela AiT, com texto de Brian Wood e arte de Becky Cloonan; uma história de adolescentes com superpoderes, mas não super-heróis, sacam?
quarta-feira, 7 de dezembro de 2005
PORTFÓLIO
Estava eu aqui, tentando montar um portfólio de roteiros para enviar a uma editora, e não é que já estou com um catatau de 82 páginas em mãos? Para os meus padrões, isso é uma grandeza astronômica. Resta saber se o recheio vai impressionar tanto quanto o tamanho.
sábado, 3 de dezembro de 2005
MIDRAXE 6
Tá no ar, moçada, tá no ar.
Para receber, se você ainda NÃO tem perfil no yahoo groups, basta ir lá em cima, onde está escrito USUÁRIO NOVO. É rápido, indolor, e periga ser gostoso.
Se você JÁ tem perfil, é só “cricar” naquele botãozão azul baitola. O resto cê já sabe.
E, embora isso já esteja ganhando contornos de lenda urbana, não custa nada repetir: NÃO precisa pagar NADA.
Para receber, se você ainda NÃO tem perfil no yahoo groups, basta ir lá em cima, onde está escrito USUÁRIO NOVO. É rápido, indolor, e periga ser gostoso.
Se você JÁ tem perfil, é só “cricar” naquele botãozão azul baitola. O resto cê já sabe.
E, embora isso já esteja ganhando contornos de lenda urbana, não custa nada repetir: NÃO precisa pagar NADA.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
PROJETO INTEMPOL
Vamos lá: se você é admirador desse gênero fictício que se convencionou chamar FC e já passou pelo menos alguns minutos de sua vida navegando na internet, certamente já ouviu falar da INTEMPOL. Se não, um breve resumo (porque o tempo urge):
A INTEMPOL, ou Polícia Internacional do Tempo, foi criada por Octávio Aragão no conto EU MATEI PAOLO ROSSI, publicado na antologia OUTRAS COPAS, OUTROS MUNDOS, editada pela Ano-Luz, em 1998. Se quer saber mais, dá um pulo lá no site, ô cabeção! Vou dar só mais uma palhinha, tá? O conceito fez sucesso, e o público exigiu mais. Daí, Mr. Aragão, numa jogada de mestre - e, pelo que me consta, inédita nos meandros ficcionais tupiniquins - abriu as portas do seu universo para que outros escritores e artistas pudessem brincar com as idéias que ele tinha lançado em EU MATEI...
E o fruto disso foi:
INTEMPOL, DAS BUCH
O livro INTEMPOL, lançado pela mesma Ano-Luz nos idos de 2000, traz dez histórias passadas no mesmo universo ficcional. Mesmo já tendo suas cinco primaveras, eu nunca tinha visto a edição antes, e a qualidade gráfica me surpreendeu, embora eu preferisse uma capa mais “clean”, somente com o emblema ou algo do tipo. Mas, como já diz a sabedoria popular, “nunca julgue um livro pela capa”.
No interior do dito cujo, alguns erros de diagramação e algumas frases repetidas (que um leitor desatento, como eu, poderia confundir com alguma representação alfabética dos bizarros efeitos colaterais do deslocamento temporal, ou ainda, com um déjà vu, - falha na Matrix, para os entendidos. Ops! Universo ficcional errado...), mas nada que desabone a edição.
A introdução de Arthur Dapieve situa muito bem o leitor, principalmente no que é o maior mérito dessa antologia: “Difícil dizer se você tem em mãos um romance repartido em contos mais ou menos independentes ou um livro de contos que mais ou menos se articulam num romance”. Alguém aí disse Princípio da Incerteza? O fato é que o material, mesmo sendo composto por estilos totalmente distintos, converge de maneira esplêndida para o mesmo ponto.
Mas vamos ao que interessa. Os contos.
O HOMEM QUE NUNCA EXISTIU - de Lúcio Manfredi
Este pequeno conto de Manfredi é a prova cabal de que, se tratando de literatura, tamanho definitivamente não é documento.
EU MATEI PAOLO ROSSI - de Octávio Aragão
Uma das melhores sensações que um homem pode ter é a de ir demolindo pequenos preconceitos de maneira prazerosa, e foi exatamente isso o que aconteceu durante a leitura dessa história. Na verdade, foi AQUI que tudo começou. Esse conto havia sido publicado em outro compêndio de FC - lançado dois anos antes - OUTRAS COPAS, OUTROS MUNDOS, e marcou a primeira aparição da Intempol, seus agentes e suas traquitanas.
Mesmo estando de posse dessa informação, confesso que sempre fui meio avesso ao esporte bretão, e não estava seguro de que entraria de cabeça - se me permitem o trocadilho - na história. Ledo engano. Octávio Aragão espalha todas as pecinhas de seu quebra cabeças cronológico sabendo muito bem a hora exata - ops!, mais outro. Escapou. - de encaixá-las.
As confusões temporais em que um rapaz se mete devido a uma discussão futebolística são de dar nó na cabeça do Professor Brown, mas a leitura é tão fluída que sublima esse detalhe.
O FURACÃO MARILYN - de Jorge Nunes
Fiquei sem saber ao certo o que pensar desse conto. A premissa é interessante, embora eu não tenha compreendido um trecho em particular. E é aqui que a Intempol começa a ganhar seus contornos, como direi?, malandros. Só acho que, pruma história que envolve dois dos maiores símbolos sexuais do mundo ocidental, faltaram umas cenas de amor mais tórridas.
THE LONG YESTERDAY - de Osmarco Valladão
Comentários lá embaixo. Lá embaixo.
A MORTÍFERA MALDIÇÃO DA MÚMIA - de Carlos Orsi Martinho
Esse aqui é um caso particular, praticamente um spin-off , já que Martinho criou toda uma sub-mitologia dentro do universo Intempol com sua trilogia M, que ainda conta com MELISSA, A MERETRIZ DO MAL e A MACABRA MORTE DE MCMURDOCK, ambas disponíveis para download gratuito no site.
O homem é bom e não deixa a peteca cair nenhuma vez durante as 38 páginas cheias de referências lovecraftianas, nazistas, armas bacanas e mulheres sedutoras. E, cá pra nós, uma das cenas finais é simplesmente impagável.
UM MUSEU DE VELHAS NOVIDADES - de Octávio Aragão
O Dono da Bola ataca novamente! Dessa vez com uma história mais sombria, e que insere mais uma penca de elementos importantes no universo Intempol.
Aqui Octávio brinca - à sua maneira - com o looping temporal, uma das idéias mais legais que costuma andar de mãos dadas com o assunto “viagem no tempo”, e que já deu as caras em filmes como Feitiço do Tempo e 12:01.
SAVIANA - de Jorge Nunes
É a continuação d’O Furacão Marilyn. Talvez, para compensar a atmosfera totalmente bucólica e introspectiva desse conto (o que destoa do restante do livro, mas não é, de maneira alguma, demérito), Jorge Nunes situou o clímax em Cracatoa, 27/08/1883, para ser mais exato. Nem preciso dizer mais, né?
QUESTÃO DE PONTO DE VISTA - de Paulo Elache
Me perdi um pouco aqui, e uma segunda leitura será bem-vinda. Acho que o objetivo de Elache era justamente dar uma entortada na cabeça do leitor, com seus paradoxos temporais e consanguíneos.
A VINGANÇA DA AMPULHETA - de Fábio Fernandes
Em minha humilde opinião, o melhor. Fábio Fernandes, pai de uma das coisas mais legais que li na internet até hoje, destilou toda sua verve nesse conto, soberbo na construção e no desenvolvimento. Falar demais vai estragar a surpresa, mas, só procê ficar com a pulga atrás da orelha, um dos personagens fala por meio de haicais! E nem vou dizer com quem esse mesmo cara é confundido, à certa altura do campeonato.
SÃO OS DEUSES CRONONAUTAS? - de Gerson Lodi-Ribeiro
A função dessa história foi colocar ordem na casa. Gerson pega um gancho da história anterior (A VINGANÇA DA AMPULHETA) e parte desse ponto para amarrar um punhado de pontas soltas, e desamarrar outras tantas. Embora seja um conto muito expositivo, e que talvez tenha sepultado precocemente alguns dos mistérios da Empresa, eu gostei. Gerson tem estilo, e também é pai de outra das minhas histórias preferidas, CAMINHOS SEM VOLTA, publicada na edição 2 da finada revista QUARK.
O HOMEM QUE NUNCA EXISTIU (parte 2) - de Lúcio Manfredi
Pra fechar com chave de ouro. E não se fala mais nisso.
====================================
THE LONG YESTERDAY, O ÁLBUM - Por Osmarco Valladão e Manoel Magalhães.
No tocante aos quadrinhos, sou suspeitíssimo para falar, já que não é segredo para ninguém o pendor das minhas preferências estéticas pela arte sequencial, e, só para continuarmos no contexto, devo confessar que essa releitura se saiu muito melhor do que o conto original. Talvez pelo fato do roteirista, Osmarco Valladão, ser também o autor do conto, talvez pelo fato do próprio Osmarco ser designer, e também manjar de ilustração, talvez pela amizade de longa data entre ele e Manoel Magalhães, o desenhista.
O roteiro é econômico, preciso, e, principalmente, honesto. Segundo Osmarco, o objetivo era simplesmente fazer com que o leitor esquecesse um pouco da vida nos trinta e poucos minutos de leitura. Já a arte remete à escola européia (só não saberia dizer qual delas!) e resvala também no estilo difundido por Bruce Timm e companhia nos anos 90. Muito bonita. Além disso, Manoel é sucinto nas cores, mas usa isso a seu favor. E, claro, não poderíamos nos esquecer da qualidade gráfica do álbum, soberba para os padrões nacionais.
Uma curiosidade (ou infelicidade, dependendo do ponto de vista) é que, na época do lançamento, bastou o título em inglês para que as patrulhas ideológicas já entrassem em DEFCON 2, mas o que essa turminha parece desconhecer é a diferença abissal entre um pastiche e uma referência, ou melhor, homenagem. E fica claro, seja pela introdução assinada por Aragão, seja pela nota colocada por Osmarco ao fim do álbum, seja pela própria história, que o caso aqui é a segunda opção.
Dizem as lendas que vem mais coisa desse naipe por aí. É hora de cruzar os dedos.
MAS, E DAÍ?
A despeito dos méritos estéticos e artísticos (acho que fui redundante, não?) das obras, o que chama realmente a atenção é o caldeirão no qual elas foram gestadas. Como eu disse lá em cima, até onde sei, a iniciativa é inédita por aqui.
Essas observações poderiam ser rebatidas simplesmente argumentando-se que as editoras de quadrinhos americanas já fazem isso há décadas. Isso, sem mencionar os milhares de tie-ins que pipocam nas livrarias quando um blockbuster hollywoodiano que entra em cartaz, quando um novo videogame é capa de todas as revistas, etc, etc. Contudo, o PROJETO INTEMPOL está isento de quaisquer interferências mercadológicas e executivas. Não que exista uma aura romântica ao redor do projeto e os autores não pretendam capitalizar suas idéias, mas o poder de decisão está apenas nas mãos de Octávio - "Deus em seu próprio universo", como ele mesmo diz - que costuma deixar as rédeas bem soltas, fazendo com que o único fator limitante às histórias seja o próprio bom senso dos artistas.
Vale lembrar que o projeto também tem caráter multimídia, e as incursões que ainda não foram tentadas, o serão, em breve.
.......
.......
Quê que cê tá fazendo que ainda tá aqui, hein? Corre lá, corre.
A INTEMPOL, ou Polícia Internacional do Tempo, foi criada por Octávio Aragão no conto EU MATEI PAOLO ROSSI, publicado na antologia OUTRAS COPAS, OUTROS MUNDOS, editada pela Ano-Luz, em 1998. Se quer saber mais, dá um pulo lá no site, ô cabeção! Vou dar só mais uma palhinha, tá? O conceito fez sucesso, e o público exigiu mais. Daí, Mr. Aragão, numa jogada de mestre - e, pelo que me consta, inédita nos meandros ficcionais tupiniquins - abriu as portas do seu universo para que outros escritores e artistas pudessem brincar com as idéias que ele tinha lançado em EU MATEI...
E o fruto disso foi:
INTEMPOL, DAS BUCH
O livro INTEMPOL, lançado pela mesma Ano-Luz nos idos de 2000, traz dez histórias passadas no mesmo universo ficcional. Mesmo já tendo suas cinco primaveras, eu nunca tinha visto a edição antes, e a qualidade gráfica me surpreendeu, embora eu preferisse uma capa mais “clean”, somente com o emblema ou algo do tipo. Mas, como já diz a sabedoria popular, “nunca julgue um livro pela capa”.
No interior do dito cujo, alguns erros de diagramação e algumas frases repetidas (que um leitor desatento, como eu, poderia confundir com alguma representação alfabética dos bizarros efeitos colaterais do deslocamento temporal, ou ainda, com um déjà vu, - falha na Matrix, para os entendidos. Ops! Universo ficcional errado...), mas nada que desabone a edição.
A introdução de Arthur Dapieve situa muito bem o leitor, principalmente no que é o maior mérito dessa antologia: “Difícil dizer se você tem em mãos um romance repartido em contos mais ou menos independentes ou um livro de contos que mais ou menos se articulam num romance”. Alguém aí disse Princípio da Incerteza? O fato é que o material, mesmo sendo composto por estilos totalmente distintos, converge de maneira esplêndida para o mesmo ponto.
Mas vamos ao que interessa. Os contos.
O HOMEM QUE NUNCA EXISTIU - de Lúcio Manfredi
Este pequeno conto de Manfredi é a prova cabal de que, se tratando de literatura, tamanho definitivamente não é documento.
EU MATEI PAOLO ROSSI - de Octávio Aragão
Uma das melhores sensações que um homem pode ter é a de ir demolindo pequenos preconceitos de maneira prazerosa, e foi exatamente isso o que aconteceu durante a leitura dessa história. Na verdade, foi AQUI que tudo começou. Esse conto havia sido publicado em outro compêndio de FC - lançado dois anos antes - OUTRAS COPAS, OUTROS MUNDOS, e marcou a primeira aparição da Intempol, seus agentes e suas traquitanas.
Mesmo estando de posse dessa informação, confesso que sempre fui meio avesso ao esporte bretão, e não estava seguro de que entraria de cabeça - se me permitem o trocadilho - na história. Ledo engano. Octávio Aragão espalha todas as pecinhas de seu quebra cabeças cronológico sabendo muito bem a hora exata - ops!, mais outro. Escapou. - de encaixá-las.
As confusões temporais em que um rapaz se mete devido a uma discussão futebolística são de dar nó na cabeça do Professor Brown, mas a leitura é tão fluída que sublima esse detalhe.
O FURACÃO MARILYN - de Jorge Nunes
Fiquei sem saber ao certo o que pensar desse conto. A premissa é interessante, embora eu não tenha compreendido um trecho em particular. E é aqui que a Intempol começa a ganhar seus contornos, como direi?, malandros. Só acho que, pruma história que envolve dois dos maiores símbolos sexuais do mundo ocidental, faltaram umas cenas de amor mais tórridas.
THE LONG YESTERDAY - de Osmarco Valladão
Comentários lá embaixo. Lá embaixo.
A MORTÍFERA MALDIÇÃO DA MÚMIA - de Carlos Orsi Martinho
Esse aqui é um caso particular, praticamente um spin-off , já que Martinho criou toda uma sub-mitologia dentro do universo Intempol com sua trilogia M, que ainda conta com MELISSA, A MERETRIZ DO MAL e A MACABRA MORTE DE MCMURDOCK, ambas disponíveis para download gratuito no site.
O homem é bom e não deixa a peteca cair nenhuma vez durante as 38 páginas cheias de referências lovecraftianas, nazistas, armas bacanas e mulheres sedutoras. E, cá pra nós, uma das cenas finais é simplesmente impagável.
UM MUSEU DE VELHAS NOVIDADES - de Octávio Aragão
O Dono da Bola ataca novamente! Dessa vez com uma história mais sombria, e que insere mais uma penca de elementos importantes no universo Intempol.
Aqui Octávio brinca - à sua maneira - com o looping temporal, uma das idéias mais legais que costuma andar de mãos dadas com o assunto “viagem no tempo”, e que já deu as caras em filmes como Feitiço do Tempo e 12:01.
SAVIANA - de Jorge Nunes
É a continuação d’O Furacão Marilyn. Talvez, para compensar a atmosfera totalmente bucólica e introspectiva desse conto (o que destoa do restante do livro, mas não é, de maneira alguma, demérito), Jorge Nunes situou o clímax em Cracatoa, 27/08/1883, para ser mais exato. Nem preciso dizer mais, né?
QUESTÃO DE PONTO DE VISTA - de Paulo Elache
Me perdi um pouco aqui, e uma segunda leitura será bem-vinda. Acho que o objetivo de Elache era justamente dar uma entortada na cabeça do leitor, com seus paradoxos temporais e consanguíneos.
A VINGANÇA DA AMPULHETA - de Fábio Fernandes
Em minha humilde opinião, o melhor. Fábio Fernandes, pai de uma das coisas mais legais que li na internet até hoje, destilou toda sua verve nesse conto, soberbo na construção e no desenvolvimento. Falar demais vai estragar a surpresa, mas, só procê ficar com a pulga atrás da orelha, um dos personagens fala por meio de haicais! E nem vou dizer com quem esse mesmo cara é confundido, à certa altura do campeonato.
SÃO OS DEUSES CRONONAUTAS? - de Gerson Lodi-Ribeiro
A função dessa história foi colocar ordem na casa. Gerson pega um gancho da história anterior (A VINGANÇA DA AMPULHETA) e parte desse ponto para amarrar um punhado de pontas soltas, e desamarrar outras tantas. Embora seja um conto muito expositivo, e que talvez tenha sepultado precocemente alguns dos mistérios da Empresa, eu gostei. Gerson tem estilo, e também é pai de outra das minhas histórias preferidas, CAMINHOS SEM VOLTA, publicada na edição 2 da finada revista QUARK.
O HOMEM QUE NUNCA EXISTIU (parte 2) - de Lúcio Manfredi
Pra fechar com chave de ouro. E não se fala mais nisso.
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THE LONG YESTERDAY, O ÁLBUM - Por Osmarco Valladão e Manoel Magalhães.
No tocante aos quadrinhos, sou suspeitíssimo para falar, já que não é segredo para ninguém o pendor das minhas preferências estéticas pela arte sequencial, e, só para continuarmos no contexto, devo confessar que essa releitura se saiu muito melhor do que o conto original. Talvez pelo fato do roteirista, Osmarco Valladão, ser também o autor do conto, talvez pelo fato do próprio Osmarco ser designer, e também manjar de ilustração, talvez pela amizade de longa data entre ele e Manoel Magalhães, o desenhista.
O roteiro é econômico, preciso, e, principalmente, honesto. Segundo Osmarco, o objetivo era simplesmente fazer com que o leitor esquecesse um pouco da vida nos trinta e poucos minutos de leitura. Já a arte remete à escola européia (só não saberia dizer qual delas!) e resvala também no estilo difundido por Bruce Timm e companhia nos anos 90. Muito bonita. Além disso, Manoel é sucinto nas cores, mas usa isso a seu favor. E, claro, não poderíamos nos esquecer da qualidade gráfica do álbum, soberba para os padrões nacionais.
Uma curiosidade (ou infelicidade, dependendo do ponto de vista) é que, na época do lançamento, bastou o título em inglês para que as patrulhas ideológicas já entrassem em DEFCON 2, mas o que essa turminha parece desconhecer é a diferença abissal entre um pastiche e uma referência, ou melhor, homenagem. E fica claro, seja pela introdução assinada por Aragão, seja pela nota colocada por Osmarco ao fim do álbum, seja pela própria história, que o caso aqui é a segunda opção.
Dizem as lendas que vem mais coisa desse naipe por aí. É hora de cruzar os dedos.
MAS, E DAÍ?
A despeito dos méritos estéticos e artísticos (acho que fui redundante, não?) das obras, o que chama realmente a atenção é o caldeirão no qual elas foram gestadas. Como eu disse lá em cima, até onde sei, a iniciativa é inédita por aqui.
Essas observações poderiam ser rebatidas simplesmente argumentando-se que as editoras de quadrinhos americanas já fazem isso há décadas. Isso, sem mencionar os milhares de tie-ins que pipocam nas livrarias quando um blockbuster hollywoodiano que entra em cartaz, quando um novo videogame é capa de todas as revistas, etc, etc. Contudo, o PROJETO INTEMPOL está isento de quaisquer interferências mercadológicas e executivas. Não que exista uma aura romântica ao redor do projeto e os autores não pretendam capitalizar suas idéias, mas o poder de decisão está apenas nas mãos de Octávio - "Deus em seu próprio universo", como ele mesmo diz - que costuma deixar as rédeas bem soltas, fazendo com que o único fator limitante às histórias seja o próprio bom senso dos artistas.
Vale lembrar que o projeto também tem caráter multimídia, e as incursões que ainda não foram tentadas, o serão, em breve.
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Quê que cê tá fazendo que ainda tá aqui, hein? Corre lá, corre.
sábado, 26 de novembro de 2005
FELL - UM ADENDO
Um ponto importante no qual esqueci de tocar (ui!) é o MOTIVO da revista ter esse formato (menos páginas): o preço.
Sim, o que motivou Ellis a pensar em algo nesse formato foi a possibilidade de disponibilizar algo que fosse mais atraente do ponto de vista financeiro, algo, como ele mesmo disse, que você pudesse comprar com os trocados que achasse nos bolsos da calça.
O estopim, segundo ele, foram pessoas que iam pedir autógrafos a ele, mas levavam pedaços de papel, camisas de malha baratas de 2 dólares e sei lá mais o quê. Quando perguntou a alguém o motivo daquilo, a resposta, ao que parece, foi fulminante: “não tenho dinheiro pra comprar suas revistas”.
FELL custa USD$ 1,99, 50 centavos menos do que a média das revistas gringas. Teoricamente, isso não é nada, mas, é uma diferença que ele crê substancial. 50 cents a mais podem ser um café, uma passagem de ônibus ou qualquer outra coisa relevante nos bolsos de uma pessoa. Esse preço, na minha opinião, refletiu bem até aqui. Eu só compro essa revista porque, mesmo com o dólar livro na casa dos R$ 4,70 reais, a revista ainda sai menos de 10 pratas. Algo a se pensar.
Sim, o que motivou Ellis a pensar em algo nesse formato foi a possibilidade de disponibilizar algo que fosse mais atraente do ponto de vista financeiro, algo, como ele mesmo disse, que você pudesse comprar com os trocados que achasse nos bolsos da calça.
O estopim, segundo ele, foram pessoas que iam pedir autógrafos a ele, mas levavam pedaços de papel, camisas de malha baratas de 2 dólares e sei lá mais o quê. Quando perguntou a alguém o motivo daquilo, a resposta, ao que parece, foi fulminante: “não tenho dinheiro pra comprar suas revistas”.
FELL custa USD$ 1,99, 50 centavos menos do que a média das revistas gringas. Teoricamente, isso não é nada, mas, é uma diferença que ele crê substancial. 50 cents a mais podem ser um café, uma passagem de ônibus ou qualquer outra coisa relevante nos bolsos de uma pessoa. Esse preço, na minha opinião, refletiu bem até aqui. Eu só compro essa revista porque, mesmo com o dólar livro na casa dos R$ 4,70 reais, a revista ainda sai menos de 10 pratas. Algo a se pensar.
FELL
Eu ia falar de um monte de coisas do Ellis que li nos últimos meses, mas a preguiça e a empolgação convergiram no mesmo sentido e vamos nos ater a um ponto específico da bibliografia do Velho Bastardo.
Indo meio que na contra-mão do atual mercado gringo, o embrião de FELL foi a forma (foi pra travar a língua mesmo!), ou seja, uma revista com 20 páginas no miolo, sendo 16 de quadrinhos (ao invés das 22 usuais) e 4 com material adicional. Além disso, as histórias são, até agora, auto-contidas (fórmula que o Ellis já usou em GLOBAL FREQUENCY e PLANETARY e na selo-fake APPARAT, por exemplo), porém aqui o buraco é mais embaixo, já que o número de páginas é bem reduzido. Contudo, isso foi até benéfico, já que o Ellis, pelo menos nessa revista, está jogando toda aquela bobagem de descompressão-pseudo-mangática no lixo, fazendo páginas densas, mas fluídas, graças também à arte maravilhosa de Ben Templesmith, que é um show à parte, diga-se. Das sugestivas capas à palheta de cores, Templesmith acertou a mão legal nesse título (não que seja de fazer bobagens, vejam bem!).
Já o material adicional, reunido sob o título de BACK MATTER, fala do processo criativo, tem excertos dos roteiros e também traz as origens dos casos que o detetive Richard Fell tem que resolver até a página 16. Pra quem se interessa pela concepção de uma hq, é um prato cheio.
E o pior de tudo é que, agora há pouco, remexendo em uns jornais velhos (a privada do cachorro, se você faz questão de saber), esbarrei com uma notícia dantesca que tem todos os contornos para se transformar num plot dessa revista. Pena que o único site onde encontrei a dita cuja exige cadastro.
Indo meio que na contra-mão do atual mercado gringo, o embrião de FELL foi a forma (foi pra travar a língua mesmo!), ou seja, uma revista com 20 páginas no miolo, sendo 16 de quadrinhos (ao invés das 22 usuais) e 4 com material adicional. Além disso, as histórias são, até agora, auto-contidas (fórmula que o Ellis já usou em GLOBAL FREQUENCY e PLANETARY e na selo-fake APPARAT, por exemplo), porém aqui o buraco é mais embaixo, já que o número de páginas é bem reduzido. Contudo, isso foi até benéfico, já que o Ellis, pelo menos nessa revista, está jogando toda aquela bobagem de descompressão-pseudo-mangática no lixo, fazendo páginas densas, mas fluídas, graças também à arte maravilhosa de Ben Templesmith, que é um show à parte, diga-se. Das sugestivas capas à palheta de cores, Templesmith acertou a mão legal nesse título (não que seja de fazer bobagens, vejam bem!).
Já o material adicional, reunido sob o título de BACK MATTER, fala do processo criativo, tem excertos dos roteiros e também traz as origens dos casos que o detetive Richard Fell tem que resolver até a página 16. Pra quem se interessa pela concepção de uma hq, é um prato cheio.
E o pior de tudo é que, agora há pouco, remexendo em uns jornais velhos (a privada do cachorro, se você faz questão de saber), esbarrei com uma notícia dantesca que tem todos os contornos para se transformar num plot dessa revista. Pena que o único site onde encontrei a dita cuja exige cadastro.
CHUKA-COMICS
Não sabia disso.
Existe uma seção de quadrinhos no site do homem (Palahniuk), onde um maluquinho tá disponibilizando graphic novels baseadas nos livros do Chuka. Estão lá uma versão de INVISIBLE MONSTERS (que ainda não foi publicado em português), e agora ele disponibilizou LULLABY (aqui, CANTIGA DE NINAR). A primeira é “downloadável” - mas é um arquivo de 19 mega. A segunda, por enquanto, tem que ser lida no site.
Dei uma olhada rápida, e pelo que vi, achei muito artístico, mas pouco quadrinístico, apesar da melhora visível entre INVISIBLE (a mais antiga) e LULLABY. De qualquer maneira, vale pela curiosidade, e, como disse antes, não li ainda. Vai que eu mude de idéia.
Existe uma seção de quadrinhos no site do homem (Palahniuk), onde um maluquinho tá disponibilizando graphic novels baseadas nos livros do Chuka. Estão lá uma versão de INVISIBLE MONSTERS (que ainda não foi publicado em português), e agora ele disponibilizou LULLABY (aqui, CANTIGA DE NINAR). A primeira é “downloadável” - mas é um arquivo de 19 mega. A segunda, por enquanto, tem que ser lida no site.
Dei uma olhada rápida, e pelo que vi, achei muito artístico, mas pouco quadrinístico, apesar da melhora visível entre INVISIBLE (a mais antiga) e LULLABY. De qualquer maneira, vale pela curiosidade, e, como disse antes, não li ainda. Vai que eu mude de idéia.
EU SOU DESOLATION JONES.
Copiaram a minha tatuagem! E até o braço é o mesmo! Nunca mais troco idéias com esses caras, vou te falar, viu...
P.S.: Antes que você ache que eu estou falando sério, é brincadeirinha, tá? Sobre a cópia, não sobre a tatuagem, que fique claro. Mas que foi engraçado, foi. A minha é um pouquinho diferente (mas é um biohazard), e, além de mim, só vi mais um caboclo até hoje com uma no mesmo lugar (o que, definitivamente, não quer dizer que milhares de outras pessoas espalhadas pelo mundo não possam ter tido a mesma idéia, que, convenhamos, nem é tão original assim, vai).
P.S.: Antes que você ache que eu estou falando sério, é brincadeirinha, tá? Sobre a cópia, não sobre a tatuagem, que fique claro. Mas que foi engraçado, foi. A minha é um pouquinho diferente (mas é um biohazard), e, além de mim, só vi mais um caboclo até hoje com uma no mesmo lugar (o que, definitivamente, não quer dizer que milhares de outras pessoas espalhadas pelo mundo não possam ter tido a mesma idéia, que, convenhamos, nem é tão original assim, vai).
quinta-feira, 24 de novembro de 2005
OLD BOY
Depois de uma série de recomendações enfáticas do Vetusto, passei na locadora e assisti Old Boy.
Que filmaço! Uma das melhores coisas que vi esse ano.
Até então, eu estava pensando que se tratava de mais um filme de gangsters e pancadaria.
Tem pancadaria e gangsters, sim, mas não para por aí não, viu?
Agora fiquei curioso pra ler o mangá.
Que filmaço! Uma das melhores coisas que vi esse ano.
Até então, eu estava pensando que se tratava de mais um filme de gangsters e pancadaria.
Tem pancadaria e gangsters, sim, mas não para por aí não, viu?
Agora fiquei curioso pra ler o mangá.
segunda-feira, 21 de novembro de 2005
RESOLUÇÃO DE FIM DE ANO
(Ou de Ano-novo. Sempre me confundo com essas coisas)
Querido diário,
Dia desses eu tava pensando em fazer um ou dois apartes sobre as filigranas de se escrever um roteiro pra hq e, em meio a tudo, anunciar minha retirada estratégica do meio. Os motivos são muitos, e o Hector acabou tirando as palavras da minha boca, enumerando um bom punhado deles aqui.
E, afinal de contas, por que desisti?
Desisti de desistir, digo.
Simples.
Com minha aposentadoria já mentalmente decretada, me peguei burilando sobre uma hqzinha de três páginas (originalmente duas), que já tinha um plot escrito há muito tempo, mas que, por razões que já atingiram velocidade de escape e não se encontram mais na órbita de minha memória, engavetei. O lance é que eu gosto pra caralho de escrever roteiros. Não faço a mínima idéia se possuo ou não tino pra coisa, mas que eu gosto, gosto. Talvez esteja escrito em algum lugar que meu destino é ficar esmurrando ponta de faca. E, se tiver de ser, será.
Piegas é essa última frase, hein? Certo.
Então, com tudo devidamente esclarecido e reorganizado na cachola, decidi que focarei melhor minhas energias. Isso significa menos roteiros, menos ainda do que a quantidade ridícula que costumo produzir. Além disso, desencanei com um punhado de coisas que estavam em andamento há mais tempo do que deveriam, e estou apostando minhas poucas moedas em iniciativas mais modestas.
Mas, em contrapartida, voltei meus olhos novamente para a boa e velha PROSA. Nela, pelo menos, a responsabilidade pelo naufrágio de alguma idéia que eu julgue boa o suficiente para botar no papel será totalmente minha.
Vamos ver.
Querido diário,
Dia desses eu tava pensando em fazer um ou dois apartes sobre as filigranas de se escrever um roteiro pra hq e, em meio a tudo, anunciar minha retirada estratégica do meio. Os motivos são muitos, e o Hector acabou tirando as palavras da minha boca, enumerando um bom punhado deles aqui.
E, afinal de contas, por que desisti?
Desisti de desistir, digo.
Simples.
Com minha aposentadoria já mentalmente decretada, me peguei burilando sobre uma hqzinha de três páginas (originalmente duas), que já tinha um plot escrito há muito tempo, mas que, por razões que já atingiram velocidade de escape e não se encontram mais na órbita de minha memória, engavetei. O lance é que eu gosto pra caralho de escrever roteiros. Não faço a mínima idéia se possuo ou não tino pra coisa, mas que eu gosto, gosto. Talvez esteja escrito em algum lugar que meu destino é ficar esmurrando ponta de faca. E, se tiver de ser, será.
Piegas é essa última frase, hein? Certo.
Então, com tudo devidamente esclarecido e reorganizado na cachola, decidi que focarei melhor minhas energias. Isso significa menos roteiros, menos ainda do que a quantidade ridícula que costumo produzir. Além disso, desencanei com um punhado de coisas que estavam em andamento há mais tempo do que deveriam, e estou apostando minhas poucas moedas em iniciativas mais modestas.
Mas, em contrapartida, voltei meus olhos novamente para a boa e velha PROSA. Nela, pelo menos, a responsabilidade pelo naufrágio de alguma idéia que eu julgue boa o suficiente para botar no papel será totalmente minha.
Vamos ver.
SIMPLES
A SIMPLES e outras revistas de “prêibói” costumavam fazer parte da minha dieta, num passado nem tão remoto assim.
Da SIMPLES, em especial, eu gostava bastante. Embora a esmagadora maioria das matérias estivesse a anos-luz da minha esfera de interesses, vez ou outra pintava um texto bacana, e convenhamos, a parte gráfica é do grande caralho, é uma revista muito bonita mesmo.
Tinham uma cara que eu não via uma, e, vejam só, encontrei a última edição numa lojinha aqui do bairro. Mas vem cá, eu preferia muito mais a versão acéfala de tempos idos.
Ativismo-fashion de c#, é rola!
Da SIMPLES, em especial, eu gostava bastante. Embora a esmagadora maioria das matérias estivesse a anos-luz da minha esfera de interesses, vez ou outra pintava um texto bacana, e convenhamos, a parte gráfica é do grande caralho, é uma revista muito bonita mesmo.
Tinham uma cara que eu não via uma, e, vejam só, encontrei a última edição numa lojinha aqui do bairro. Mas vem cá, eu preferia muito mais a versão acéfala de tempos idos.
Ativismo-fashion de c#, é rola!
terça-feira, 15 de novembro de 2005
segunda-feira, 7 de novembro de 2005
CASANOVA
Tinha ouvido falar disso antes, mas só hoje, ao ver o anúncio na contracapa da edição 1 de Fell (dependendo do tamanho e definição do seu monitor, a capa vai estar lá embaixo) é que fui dar atenção. Puta desenho bacana. Notem que não faço a mínima idéia do que se trata. Mas, vindo de quem vem, deve vir coisa boa por aí. E, para que não haja dúvidas, sim, é um dos irmãos Bá.
sexta-feira, 4 de novembro de 2005
terça-feira, 1 de novembro de 2005
PERFILCÍDIO
Na tentativa de administrar melhor meu tempo em frente ao computador, além de ter me descadastrado de várias listas de discussão, promovi uma chacina em grande parte dos meus perfis virtuais espalhados por aí. Que eu me lembre, dançaram o Gazzag, o Beltrano, Hi5, SMS.AC.
Do lado dos vivos, ainda estão o do Multiply (por ser um modelo de social networking muito mais bacana e eficiente), o do Stumble (por ser deveras útil. Esse aqui também é meu, mas nem tente estabelecer contato, visto que não tenho mais a senha, e eles dizem que não existe nenhuma conta de e-mail associada ao perfil), e o do Myspace (por curiosidade). O do Orkut estava no corredor da morte, mas seus advogados entraram com um recurso de última hora, e enquanto rolam os trâmites legais, ele ainda continua neste plano imaterial. A propósito, se vocês me encontrarem por aí, em algum lugar que não esteja entre os citados acima, podem me dar um toque, porque acho que ainda tenho um ou dois parafusos a apertar até me declarar expert em meu próprio modus operandi.
Do lado dos vivos, ainda estão o do Multiply (por ser um modelo de social networking muito mais bacana e eficiente), o do Stumble (por ser deveras útil. Esse aqui também é meu, mas nem tente estabelecer contato, visto que não tenho mais a senha, e eles dizem que não existe nenhuma conta de e-mail associada ao perfil), e o do Myspace (por curiosidade). O do Orkut estava no corredor da morte, mas seus advogados entraram com um recurso de última hora, e enquanto rolam os trâmites legais, ele ainda continua neste plano imaterial. A propósito, se vocês me encontrarem por aí, em algum lugar que não esteja entre os citados acima, podem me dar um toque, porque acho que ainda tenho um ou dois parafusos a apertar até me declarar expert em meu próprio modus operandi.
segunda-feira, 31 de outubro de 2005
TODO MUNDO PELADO, JÁ!
Calma, calma. É só pra avisar que já saiu a nova edição (turbinada, se me permitem o trocadinho) de ALMOÇO NU, do Burroughs.
Agora, de volta à nossa programação normal.
Agora, de volta à nossa programação normal.
ALMOST BLUE
Em essência, é um livro policial, e Carlo Lucarelli não reinventa a roda, mas, porra, a MANEIRA como ele conduz a história é muito, muito foda.
À guisa de curiosidade, virou filme. Quero ver também.
À guisa de curiosidade, virou filme. Quero ver também.
sábado, 29 de outubro de 2005
MANDRÁGORA & LIBRA
Costumo ser reservado no que diz respeito a idéias em andamento, mesmo porquê elas costumam ficar pelo meio do caminho, mas estou me sentindo especialmente empolgado com dois pequenos conceitos que venho desenvolvendo, e, não há motivos pra ficar escondendo o leite, não é mesmo?
MANDRÁGORA é minha tentativa de brincar com o conceito de “mulher-misteriosa-com-poderes-paranormais/vegetais-que-foge-de-organização-milenar-que-tem-planos-escusos-envolvendo-o-destino-do-mundo”. Nenhuma novidade, como você já deve ter notado, mas embebido em minha própria vaidade, só fui notar que a idéia era MUITO parecida com a da ORQUÍDEA NEGRA, do Gaiman, agora. Corri para as minhas caixas de papelão e tive que reler o material (mais comentários depois), mas para meu alívio, os conceitos são quase antípodas, se podemos dizer assim. Fui traído pela memória, talvez pelo fato de só ter lido ORQUÍDEA uma vez na vida.
Mandrágora vai ser uma sériezinha de terror/gore e pretendo ir construindo tudo em pequenos capítulos de 8 páginas, um número que eu considero bem adequado: nem grande demais - pra ficar inviável tecnicamente, nem pequeno demais - pra ser insípido ou confuso.
O primeiro tratamento do primeiro capítulo já está pronto, mas é necessário que eu apare várias arestas e pesquise um pouco mais sobre determinados assuntos. Também não existe desenhista na jogada, mas isso vai ser uma preocupação que só quero ter quando tiver algo mais sólido nas mãos (e se alguém vier com piadinhas fálicas sobre minha última frase vai tomar umas piabas, hein!).
LIBRA já vai na contramão da sua irmã mais velha. O roteiro do primeiro capítulo também já está pronto, e estou em negociações com um desenhista que vai acrescentar muito, acredito. Se ele topar mesmo, vocês ficarão sabendo quem é. O conceito da série é bem mais simples, resumindo-se a uma pergunta (que por, enquanto, não vou dizer qual é), e aqui pretendo fazer algo diferente de Mandrágora. Os capítulos também terão 8 páginas, mas as histórias, serão, na medida do possível, auto-contidas. Não deixei de lado meus devaneios megalomaníacos, e é óbvio que a perspectiva de quem ler tudo vai ser diferente de quem ler um só capítulo, mas aqui, até por tratar de um conceito bem mais simples, quero fazer algo mais “reader-friendly”. Além disso, em Libra trabalharemos com as rédeas mais soltas, e não há a vontade de fidelizar a série a um gênero específico. Vamos ver se dá certo.
Além das semelhanças óbvias, uma coisa engraçada que aconteceu - talvez por eu ter escrito ambas em paralelo - foi a repetição, ou melhor, reverberação de algumas idéias. Mas nada que diminua uma ou outra.
MANDRÁGORA é minha tentativa de brincar com o conceito de “mulher-misteriosa-com-poderes-paranormais/vegetais-que-foge-de-organização-milenar-que-tem-planos-escusos-envolvendo-o-destino-do-mundo”. Nenhuma novidade, como você já deve ter notado, mas embebido em minha própria vaidade, só fui notar que a idéia era MUITO parecida com a da ORQUÍDEA NEGRA, do Gaiman, agora. Corri para as minhas caixas de papelão e tive que reler o material (mais comentários depois), mas para meu alívio, os conceitos são quase antípodas, se podemos dizer assim. Fui traído pela memória, talvez pelo fato de só ter lido ORQUÍDEA uma vez na vida.
Mandrágora vai ser uma sériezinha de terror/gore e pretendo ir construindo tudo em pequenos capítulos de 8 páginas, um número que eu considero bem adequado: nem grande demais - pra ficar inviável tecnicamente, nem pequeno demais - pra ser insípido ou confuso.
O primeiro tratamento do primeiro capítulo já está pronto, mas é necessário que eu apare várias arestas e pesquise um pouco mais sobre determinados assuntos. Também não existe desenhista na jogada, mas isso vai ser uma preocupação que só quero ter quando tiver algo mais sólido nas mãos (e se alguém vier com piadinhas fálicas sobre minha última frase vai tomar umas piabas, hein!).
LIBRA já vai na contramão da sua irmã mais velha. O roteiro do primeiro capítulo também já está pronto, e estou em negociações com um desenhista que vai acrescentar muito, acredito. Se ele topar mesmo, vocês ficarão sabendo quem é. O conceito da série é bem mais simples, resumindo-se a uma pergunta (que por, enquanto, não vou dizer qual é), e aqui pretendo fazer algo diferente de Mandrágora. Os capítulos também terão 8 páginas, mas as histórias, serão, na medida do possível, auto-contidas. Não deixei de lado meus devaneios megalomaníacos, e é óbvio que a perspectiva de quem ler tudo vai ser diferente de quem ler um só capítulo, mas aqui, até por tratar de um conceito bem mais simples, quero fazer algo mais “reader-friendly”. Além disso, em Libra trabalharemos com as rédeas mais soltas, e não há a vontade de fidelizar a série a um gênero específico. Vamos ver se dá certo.
Além das semelhanças óbvias, uma coisa engraçada que aconteceu - talvez por eu ter escrito ambas em paralelo - foi a repetição, ou melhor, reverberação de algumas idéias. Mas nada que diminua uma ou outra.
sexta-feira, 28 de outubro de 2005
WE’RE DEALING WITH THE UNREAL.
Lembra que comentei sobre uma entrevista foderosa com Mr. Moore (o Alan, não o Michael)? Então, ela foi republicada na Engine Comics, no começo deste ano (já tinha saído serializada em outra revista em 2002), e tomei conhecimento da bicha através de um e-mail enviado pelo arauto-mor do barbudão em terras tupiniquins, o José Carlos Neves, que, para quem ainda não sabe (difícil, muito difícil), mantém o ótimo site ALAN MOORE, SENHOR DO CAOS.
Nela, o cara desnuda um pouco mais seu processo criativo, algo que muito me interessa,.
Dois trechos bateram forte na cachola. O primeiro foi a frase que escolhi pra ser o título desse post. O segundo tá aí embaixo:
Writing will consume your life, because so much of writing happens in your head – you don't need to be ‘at work', you don't even need to be awake. You're not gonna get a respite from writing when your head hits the pillow, you're not gonna get a respite from writing when you go on a holiday caravan to Great Yarmouth, or anywhere – the moon – you can't get away from it, it's in your head. And if it's working properly, it's probably obsessive. If you've got a story on the boil, and if you're a writer you probably will have, you're probably thinking about problems with that story, good things about it that you wanna enhance and make even better, and you're probably thinking that all the time. You might be thinking that when you're having sex. You might be thinking that when you're eating dinner, you might be thinking that on public transport. This is something that will take over your life. Surrender. Surrender to it right from word one. Don't fight. It's bigger then you are, it's more important than you are, just do what it says. Even if that seems to be completely ruining your life, do what it says. Even if it tells you to do something stupid – if it tells you to jump off a cliff, do it. (laughter).
Nela, o cara desnuda um pouco mais seu processo criativo, algo que muito me interessa,.
Dois trechos bateram forte na cachola. O primeiro foi a frase que escolhi pra ser o título desse post. O segundo tá aí embaixo:
Writing will consume your life, because so much of writing happens in your head – you don't need to be ‘at work', you don't even need to be awake. You're not gonna get a respite from writing when your head hits the pillow, you're not gonna get a respite from writing when you go on a holiday caravan to Great Yarmouth, or anywhere – the moon – you can't get away from it, it's in your head. And if it's working properly, it's probably obsessive. If you've got a story on the boil, and if you're a writer you probably will have, you're probably thinking about problems with that story, good things about it that you wanna enhance and make even better, and you're probably thinking that all the time. You might be thinking that when you're having sex. You might be thinking that when you're eating dinner, you might be thinking that on public transport. This is something that will take over your life. Surrender. Surrender to it right from word one. Don't fight. It's bigger then you are, it's more important than you are, just do what it says. Even if that seems to be completely ruining your life, do what it says. Even if it tells you to do something stupid – if it tells you to jump off a cliff, do it. (laughter).
A COR DO SOM
Carai, eu me amarro em sicronicidades. Mesmo quando elas só existem em minha cabeça. Se é que existem, claro.
Ontem iniciei ALMOST BLUE, bacanérrimo até o momento, e, vejam só, um dos personagens - que é cego - desenvolve um sistemas de associações para tentar descrever as cores. Um tipo de sinestesia psicológica, por assim dizer. E não venha ficar puto(a) comigo que isso rola bem no início do livro.
Hoje, lendo uma entrevista deliciosa (mais comentários depois) com o Maconheiro Mágicko de Northampton, não é que o barbudão, num longo discurso sobre a linguagem, vem com umas conversas desse naipe? A definição do Moore era mais ampla, mas a idéia era a mesma. Legal, né?
Ontem iniciei ALMOST BLUE, bacanérrimo até o momento, e, vejam só, um dos personagens - que é cego - desenvolve um sistemas de associações para tentar descrever as cores. Um tipo de sinestesia psicológica, por assim dizer. E não venha ficar puto(a) comigo que isso rola bem no início do livro.
Hoje, lendo uma entrevista deliciosa (mais comentários depois) com o Maconheiro Mágicko de Northampton, não é que o barbudão, num longo discurso sobre a linguagem, vem com umas conversas desse naipe? A definição do Moore era mais ampla, mas a idéia era a mesma. Legal, né?
segunda-feira, 24 de outubro de 2005
HISTORIETAS ARGENTINAS - PARTE 1
Em minhas andanças pelo lado de lá do Rio da Prata, uma das coisas com que me encasquetei foi saber mais sobre o quadrinho argentino, e nada melhor do que uma pesquisa de campo (eufemismo para “torrar todo o meu rico dinheirinho!”), mas o tempo exíguo e minha total inépcia em localizar o equivalente de uma comic shop (a título de curiosidade: lá se chamam comiquerias) em tempo hábil não me deixaram ir fundo em minha empreita, para o bem do meu orçamento doméstico, seja dita a verdade.
Não encontrei tanto material assim - por não ter tido oportunidade de procurar, notem - e também esbarrei com muitas hqs que não me chamaram a atenção, mas nesses poucos títulos já dá pra se notar uma diversidade bacana, que não deixa dúvidas que o povo de lá é tão ou mais eclético que o daqui no que diz respeito à nossa adorada, salve!, salve!, Nona Arte.
A intenção era falar de tudo ao mesmo tempo agora, numa batelada só (redundância com fins exclusivamente dramáticos), mas ainda não consegui ler essa papelada toda, então, vamos que vamos, em doses homeopáticas, devagar e sempre, como disse a Tartaruga (ou teria sido o Coelho?)
VIRUS
A VIRUS foi lançada em Junho desse ano, publicada pela Editorial Perfil e causou um certo estardalhaço por lá, tendo até comercial veiculado na TV (tá certo, eu só vi uma vez, mas que teve, teve). É uma revista mix, formato magazine, 100 páginas, com qualidade gráfica muito boa e um preço convidativo ($7,90, com o Peso valendo 0,85 centavos de Real na época, algo em torno de R$ 6,70). Além disso, ainda conta com matérias em seu miolo. Na primeira edição, uma que fala sobre o curta de animação El Corazón Delator, de Raúl Garcia, que mistura na mesma panela Alberto Breccia, Poe e Bela Lugosi; outra sobre Batman Begins, lançado naqueles tempos, e a última é sobre o Encuentro de la Historieta Argentina, obviamente, um evento ocorrido por lá.
Como toda “boa” coletânea que tenta agradar a gregos e troianos, erra feio em não tentar manter sua diversidade temática dentro de certos limites. O material, na primeira edição, tá de regular para baixo, e as únicas histórias realmente interessante são ONI BLUES, de Calvi!, e 1000 NAVES FANTASMAS de Febo e Marcelo Garcia (roteiro e desenhos, respectivamente). Outro ponto contra é o editorial, minúsculo, onde se limitam a falar das virtudes da revista, sem se importar em situar o leitor sobre as propostas da mesma e tal.
Além disso, eles quiseram criar uma padrão heavy-metálico para as capas, colocando boazudas photoshopadas e, bem, acho que seria melhor ficar só com as meninas mesmo, porque os efeitos, até meu filho de um ano e meio faz melhor.
Já na segunda edição, de Agosto, o retorno de algumas hqs deixa evidente que a revista também vai publicar algumas séries:
1000 NAVES FANTASMAS (Febo e Garcia): O ano é 2666, os oceanos não existem mais e o que sobrou da Resistência Sul-Americana luta desesperadamente contra a Asia-Normandia, numa guerra que se estende há mais tempo do que podem se lembrar. Na primeira história (Virus 1), um pelotão argentino se suicida misteriosamente, numa região que eu sinceramente não consegui distinguir se é a Patagônia ou o solo lunar. Na segunda (Virus 2), um analista do ministério da defesa Sul-Americano, começa a juntar os pontos sobre o incidente envolvendo o tal pelotão, enquanto uma providencial narração em primeira pessoa nos esclarece mais sobre o cenário. Nada inesquecível, mas me deixou curioso o suficiente pra querer saber onde a história vai parar.
Q-BIL (Hernandes e Schümperli): Dois caras são enviados pelo espaço-tempo, até chegarem a Siracusa de Aquimedes, e entre uma traquinagem e outra, dão uma “força” ao sábio no que diz respeito a algumas invenções (é, do Raio da Morte também), enquanto ajudam a manter os invasores romanos afastados. Engraçadinha, mas não curti muito os desenhos.
PRIMIGÊNIOS (Arce - embora seja uma criação de Sanyu, que eu não faço a mínima idéia de quem seja): Uma série de pequenas hqs de duas páginas, mostrando a vida de nossos ancestrais das cavernas. O interessante é que essa hq não é desenhada. É uma espécie de fotonovela, ou stop-motion, com bonequinhos de massinha, o que dá um efeito bem interessante. Pena que fica totalmente deslocada no miolo da revista.
ESLABONES (Mr. Exes): Eu gostei da arte desse cara. A primeira história não passa de uma adaptação de uma piada de mau-gosto, cujas variantes todos nós já devemos ter ouvido/visto em algum lugar.. Mas os desenhos nervosos e geométricos me agradaram. A segunda (Virus 2) já ficou mais interessante, com o personagem que aparece só no final da primeira história (pra servir de gancho) sendo o protagonista dessa aqui, numa situação, eu diria, inusitada. Mas essa é outra que ficou deslocada na revista.
EL LORITO: Sempre “encartada” no meio de alguma das matérias, mais uma de humor que não fez muito minha cabeça.
Eu disse que as três últimas histórias/séries ficaram deslocadas na revista, mas se formos analisar friamente, a proporção de gêneros diferentes está até balanceada, sendo o problema, a meu ver, as capas, que evocam um tipo de publicação a que talvez o conteúdo não corresponda. Acho que muito do material que eu considerei fraco funcionaria melhor ao lado de outros trabalhos do mesmo gênero. A leitura sequênciada de histórias abrigadas sob diferentes bandeiras fragmenta um pouco o “clima”. Daí a má impressão, acho. Além disso, muita coisa ali parece ser material de gaveta, produzido, na certa, sob outros contextos, momentos, etc., etc.
A segunda edição, de Agosto, incorre nos mesmos erros da primeira (capa, editorial, seleção de material, etc), mas também tem as mesmas poucas virtudes. Nas matérias, uma (com uma foto hilária) sobre o engajamento das grandes editoras americanas (leia-se: Marvel) na guerra do Iraque, outra sobre Sin City, o filme, e a terceira sobre o evento de lançamento da primeira edição, onde o editor finalmente explica-se sobre a motivação da publicação - fazer os quadrinhos voltarem aos “kioscos”, termo mais genérico do que o nossa, “banca”. Devido à crise econômica e mais outros fatores, parece que as hqs andaram meio sumidas por lá e estão voltando com certo vigor só de um ano pra cá.
Contudo, existe uma surpresa neste número 2, que por sí só faz todo o resto valer a pena: ...SU NONBRE SERA ARGENTINA (de Casanova e Raarte), onde um Jorge Luís Borges recentemente cego confidencia a seu truta de longa data, Bioy Casares, um segredo a respeito da independência Argentina, descoberto num diário doado por um nobre inglês, o último livro que conseguiu ler. A história alterna-se entre 1806 e 1957, e os desenhos de Rearte são fantásticos, meio expressionistas, totalmente P&B nas cenas de 57, enquanto nos flashbacks de 1806 ele usou uma técnica aquarelada com tons de cinza que ficou bem bonita. E quanto ao roteiro de Casanova, sem comentários. Aventura, conspirações e lições de história em 23 páginas. Ficou tudo meio corrido (e um pouco confuso, se você, como eu, não manja bulhufas de história Argentina. Mas nada que o Google não resolva), e talvez se eles tivessem mais páginas, o resultado poderia ter ficado ainda melhor, mas eu achei muito boa a condução e a narrativa dos caras. Não falemos mais para não estragar a história.
BASTION COMIX
A Bastion, publicada pela Gargola Ediciones, lançada no início do ano passado, é outra revista que se utiliza do formato mix, contudo, essa tem mais acertos - e um objetivo editorial mais definido - do que sua irmã mais nova aí de cima. A revista custou $6,90, tem formato americano, lombada quadrada, 80 e poucas páginas (não estão numeradas e eu não contei), e uma qualidade gráfica muito boa, embora inferior à da Vírus.
De sua primeira encarnação, só consegui a número 4 (Abril de 2005), que, por sinal, encerrou a primeira fase da revista, que só publicava material argentino (com exceção de uma hq escrita pelo Chuck Dixon). Nessa edição em especial, destaco as histórias, LAS ESPADAS DE JEAN-JAQUES, a gozadíssima AÑOS 30, e SER Y TIEMPO.
Mas como disse, esse foi o canto do cisne da publicação, ou melhor, de sua primeira fase, que, em Junho do mesmo ano, surgiu metamorfoseada em BASTION UNLIMITED. As mudanças foram, além da turbinada no preço (agora $7,90 - mesmo assim bem em conta, visto os similares nacionais que temos por aqui), a qualidade do papel, que ficou bem mais nobre, e se eu soubesse a diferença entre um tipo e outro, arriscaria dizer que é um couché. Além disso, a revista traz uma diferença crucial em seu conteúdo: a partir da edição 1 dessa nova fase, o material argentino passaria a dividir as páginas com material gringo, oriundo, até agora, da Dark Horse. E o número de histórias por edição reduziu-se. O line-up da primeira traz, de fora, uma hq da série SIN CITY (APENAS OUTRA NOITE DE SÁBADO) e CHOSEN, de Millar e Gross, que sabe-se lá porque, foi dividida ao meio, ou seja, cada edição da UNLIMITED traz metade (12 páginas) de uma edição original. Do material argentino, temos INSOMNIO, aventura totalmente insípida do super-herói Rancat, EL APRENDIZAJE DE MIKA, com desenhos bacanas, e uma história legalzinha, e por último, EL FUTURO FUE AYER, essa sim maluquíssima, cheia de maneirismos a lá Grant Morrison , que eu tinha imaginado ter sido homenageado de maneira velada, mas, para minha surpresa, na última página os autores entregam o jogo e percebe-se que eles estavam sob os auspícios do escocês careca todo o tempo. Dessa eu gostei muito.
Outra diferença da UNLIMITED em relação à COMIX, é que a primeira traz matérias. Na edição 1, a saga STAR WARS, inclusive com uma linha do tempo envolvendo quadrinhos, livros, desenhos, e como não poderia deixar de ser, os filmes.
A edição 2 da UNLIMITED (que ainda não está no site) foi lançada em Agosto, e além de outra aventura de SIN CITY (dessa vez A DAMA DE VERMELHO), e da segunda parte do primeiro número de CHOSEN, a revista ainda tem uma matéria sobre o onipresente SIN CITY, o filme. E entre o material argentino, duas novidades, ou melhor séries.
DALLILAH é sobre uma super-soldado num cenário pós-apócalíptico-feudal-low(high)tech. Talvez o mote seja meio batido, mas a arte de Cesar Carpio Guerra é do grande caralho. “Atrapante”, como dizem por lá.
E temos também a excelente EL HOMBRE PRIMORDIAL, que mescla supers, cabala e ainda é um pequeno tratado sobre a Trissomia 21, vulgarmente conhecida como Síndrome de Down. E isso tudo em 12 páginas! Mauro Mantella dá uma aula de roteiro, e eu vou ficar de olho nesse cara.
CALLEJONES ROJOS
Editado em Abril de 2005 pela De Los Cuatro Vientos Editorial, que, ao que parece, tem algo a ver com a Gárgola Ediciones - que publica a Bastion, só pra gente não se perder -, esse álbum também foi uma surpresa. Um grata surpresa, digo. É a história de Salvador e Gyn, duas crianças envolvidas inadvertidamente com o mundo do crime na Buenos Aires dos anos 70. Um ponto legal é que a história começa mesmo na Paris ocupada de 1942, e que esse pequeno detalhe reverbera algo que é muito forte na cultura argentina, mas se eu contar mais vou acabar estragando uma eventual surpresa. O roteiro é de Silvia Debor e a arte é de Ignacio Rodríguez Minaverri, que tem um traço que me lembra bastante o Mazzuchelli pós-Marvel. Mas digo isso mais pela falta de outros referenciais do que por conhecimento de causa. De qualquer maneira, importa é que agrada aos olhos.
Outro detalhe relevante: é um álbum P&B, com 128 páginas, impresso num papel muito bom, lombada quadrada e o escambau, e custa 10 pesos (menos de dez reáu, rapá!). Tenho batido na tecla dos preços aqui por que talvez seja possível aprender alguma coisa com nuestros hermanos no que diz respeito a esse assunto tão delicado no reino das hqs.
Bom, por hoje é só.
Después: COMIQUEANDO, CLARA DE NOCHE, CHICANOS, PARQUE CHAS, LOVERCRAFT, ANIMAL URBANO, TONY, EL ETERNAUTA e EL CAZADOR.
Não encontrei tanto material assim - por não ter tido oportunidade de procurar, notem - e também esbarrei com muitas hqs que não me chamaram a atenção, mas nesses poucos títulos já dá pra se notar uma diversidade bacana, que não deixa dúvidas que o povo de lá é tão ou mais eclético que o daqui no que diz respeito à nossa adorada, salve!, salve!, Nona Arte.
A intenção era falar de tudo ao mesmo tempo agora, numa batelada só (redundância com fins exclusivamente dramáticos), mas ainda não consegui ler essa papelada toda, então, vamos que vamos, em doses homeopáticas, devagar e sempre, como disse a Tartaruga (ou teria sido o Coelho?)
VIRUS
A VIRUS foi lançada em Junho desse ano, publicada pela Editorial Perfil e causou um certo estardalhaço por lá, tendo até comercial veiculado na TV (tá certo, eu só vi uma vez, mas que teve, teve). É uma revista mix, formato magazine, 100 páginas, com qualidade gráfica muito boa e um preço convidativo ($7,90, com o Peso valendo 0,85 centavos de Real na época, algo em torno de R$ 6,70). Além disso, ainda conta com matérias em seu miolo. Na primeira edição, uma que fala sobre o curta de animação El Corazón Delator, de Raúl Garcia, que mistura na mesma panela Alberto Breccia, Poe e Bela Lugosi; outra sobre Batman Begins, lançado naqueles tempos, e a última é sobre o Encuentro de la Historieta Argentina, obviamente, um evento ocorrido por lá.
Como toda “boa” coletânea que tenta agradar a gregos e troianos, erra feio em não tentar manter sua diversidade temática dentro de certos limites. O material, na primeira edição, tá de regular para baixo, e as únicas histórias realmente interessante são ONI BLUES, de Calvi!, e 1000 NAVES FANTASMAS de Febo e Marcelo Garcia (roteiro e desenhos, respectivamente). Outro ponto contra é o editorial, minúsculo, onde se limitam a falar das virtudes da revista, sem se importar em situar o leitor sobre as propostas da mesma e tal.
Além disso, eles quiseram criar uma padrão heavy-metálico para as capas, colocando boazudas photoshopadas e, bem, acho que seria melhor ficar só com as meninas mesmo, porque os efeitos, até meu filho de um ano e meio faz melhor.
Já na segunda edição, de Agosto, o retorno de algumas hqs deixa evidente que a revista também vai publicar algumas séries:
1000 NAVES FANTASMAS (Febo e Garcia): O ano é 2666, os oceanos não existem mais e o que sobrou da Resistência Sul-Americana luta desesperadamente contra a Asia-Normandia, numa guerra que se estende há mais tempo do que podem se lembrar. Na primeira história (Virus 1), um pelotão argentino se suicida misteriosamente, numa região que eu sinceramente não consegui distinguir se é a Patagônia ou o solo lunar. Na segunda (Virus 2), um analista do ministério da defesa Sul-Americano, começa a juntar os pontos sobre o incidente envolvendo o tal pelotão, enquanto uma providencial narração em primeira pessoa nos esclarece mais sobre o cenário. Nada inesquecível, mas me deixou curioso o suficiente pra querer saber onde a história vai parar.
Q-BIL (Hernandes e Schümperli): Dois caras são enviados pelo espaço-tempo, até chegarem a Siracusa de Aquimedes, e entre uma traquinagem e outra, dão uma “força” ao sábio no que diz respeito a algumas invenções (é, do Raio da Morte também), enquanto ajudam a manter os invasores romanos afastados. Engraçadinha, mas não curti muito os desenhos.
PRIMIGÊNIOS (Arce - embora seja uma criação de Sanyu, que eu não faço a mínima idéia de quem seja): Uma série de pequenas hqs de duas páginas, mostrando a vida de nossos ancestrais das cavernas. O interessante é que essa hq não é desenhada. É uma espécie de fotonovela, ou stop-motion, com bonequinhos de massinha, o que dá um efeito bem interessante. Pena que fica totalmente deslocada no miolo da revista.
ESLABONES (Mr. Exes): Eu gostei da arte desse cara. A primeira história não passa de uma adaptação de uma piada de mau-gosto, cujas variantes todos nós já devemos ter ouvido/visto em algum lugar.. Mas os desenhos nervosos e geométricos me agradaram. A segunda (Virus 2) já ficou mais interessante, com o personagem que aparece só no final da primeira história (pra servir de gancho) sendo o protagonista dessa aqui, numa situação, eu diria, inusitada. Mas essa é outra que ficou deslocada na revista.
EL LORITO: Sempre “encartada” no meio de alguma das matérias, mais uma de humor que não fez muito minha cabeça.
Eu disse que as três últimas histórias/séries ficaram deslocadas na revista, mas se formos analisar friamente, a proporção de gêneros diferentes está até balanceada, sendo o problema, a meu ver, as capas, que evocam um tipo de publicação a que talvez o conteúdo não corresponda. Acho que muito do material que eu considerei fraco funcionaria melhor ao lado de outros trabalhos do mesmo gênero. A leitura sequênciada de histórias abrigadas sob diferentes bandeiras fragmenta um pouco o “clima”. Daí a má impressão, acho. Além disso, muita coisa ali parece ser material de gaveta, produzido, na certa, sob outros contextos, momentos, etc., etc.
A segunda edição, de Agosto, incorre nos mesmos erros da primeira (capa, editorial, seleção de material, etc), mas também tem as mesmas poucas virtudes. Nas matérias, uma (com uma foto hilária) sobre o engajamento das grandes editoras americanas (leia-se: Marvel) na guerra do Iraque, outra sobre Sin City, o filme, e a terceira sobre o evento de lançamento da primeira edição, onde o editor finalmente explica-se sobre a motivação da publicação - fazer os quadrinhos voltarem aos “kioscos”, termo mais genérico do que o nossa, “banca”. Devido à crise econômica e mais outros fatores, parece que as hqs andaram meio sumidas por lá e estão voltando com certo vigor só de um ano pra cá.
Contudo, existe uma surpresa neste número 2, que por sí só faz todo o resto valer a pena: ...SU NONBRE SERA ARGENTINA (de Casanova e Raarte), onde um Jorge Luís Borges recentemente cego confidencia a seu truta de longa data, Bioy Casares, um segredo a respeito da independência Argentina, descoberto num diário doado por um nobre inglês, o último livro que conseguiu ler. A história alterna-se entre 1806 e 1957, e os desenhos de Rearte são fantásticos, meio expressionistas, totalmente P&B nas cenas de 57, enquanto nos flashbacks de 1806 ele usou uma técnica aquarelada com tons de cinza que ficou bem bonita. E quanto ao roteiro de Casanova, sem comentários. Aventura, conspirações e lições de história em 23 páginas. Ficou tudo meio corrido (e um pouco confuso, se você, como eu, não manja bulhufas de história Argentina. Mas nada que o Google não resolva), e talvez se eles tivessem mais páginas, o resultado poderia ter ficado ainda melhor, mas eu achei muito boa a condução e a narrativa dos caras. Não falemos mais para não estragar a história.
BASTION COMIX
A Bastion, publicada pela Gargola Ediciones, lançada no início do ano passado, é outra revista que se utiliza do formato mix, contudo, essa tem mais acertos - e um objetivo editorial mais definido - do que sua irmã mais nova aí de cima. A revista custou $6,90, tem formato americano, lombada quadrada, 80 e poucas páginas (não estão numeradas e eu não contei), e uma qualidade gráfica muito boa, embora inferior à da Vírus.
De sua primeira encarnação, só consegui a número 4 (Abril de 2005), que, por sinal, encerrou a primeira fase da revista, que só publicava material argentino (com exceção de uma hq escrita pelo Chuck Dixon). Nessa edição em especial, destaco as histórias, LAS ESPADAS DE JEAN-JAQUES, a gozadíssima AÑOS 30, e SER Y TIEMPO.
Mas como disse, esse foi o canto do cisne da publicação, ou melhor, de sua primeira fase, que, em Junho do mesmo ano, surgiu metamorfoseada em BASTION UNLIMITED. As mudanças foram, além da turbinada no preço (agora $7,90 - mesmo assim bem em conta, visto os similares nacionais que temos por aqui), a qualidade do papel, que ficou bem mais nobre, e se eu soubesse a diferença entre um tipo e outro, arriscaria dizer que é um couché. Além disso, a revista traz uma diferença crucial em seu conteúdo: a partir da edição 1 dessa nova fase, o material argentino passaria a dividir as páginas com material gringo, oriundo, até agora, da Dark Horse. E o número de histórias por edição reduziu-se. O line-up da primeira traz, de fora, uma hq da série SIN CITY (APENAS OUTRA NOITE DE SÁBADO) e CHOSEN, de Millar e Gross, que sabe-se lá porque, foi dividida ao meio, ou seja, cada edição da UNLIMITED traz metade (12 páginas) de uma edição original. Do material argentino, temos INSOMNIO, aventura totalmente insípida do super-herói Rancat, EL APRENDIZAJE DE MIKA, com desenhos bacanas, e uma história legalzinha, e por último, EL FUTURO FUE AYER, essa sim maluquíssima, cheia de maneirismos a lá Grant Morrison , que eu tinha imaginado ter sido homenageado de maneira velada, mas, para minha surpresa, na última página os autores entregam o jogo e percebe-se que eles estavam sob os auspícios do escocês careca todo o tempo. Dessa eu gostei muito.
Outra diferença da UNLIMITED em relação à COMIX, é que a primeira traz matérias. Na edição 1, a saga STAR WARS, inclusive com uma linha do tempo envolvendo quadrinhos, livros, desenhos, e como não poderia deixar de ser, os filmes.
A edição 2 da UNLIMITED (que ainda não está no site) foi lançada em Agosto, e além de outra aventura de SIN CITY (dessa vez A DAMA DE VERMELHO), e da segunda parte do primeiro número de CHOSEN, a revista ainda tem uma matéria sobre o onipresente SIN CITY, o filme. E entre o material argentino, duas novidades, ou melhor séries.
DALLILAH é sobre uma super-soldado num cenário pós-apócalíptico-feudal-low(high)tech. Talvez o mote seja meio batido, mas a arte de Cesar Carpio Guerra é do grande caralho. “Atrapante”, como dizem por lá.
E temos também a excelente EL HOMBRE PRIMORDIAL, que mescla supers, cabala e ainda é um pequeno tratado sobre a Trissomia 21, vulgarmente conhecida como Síndrome de Down. E isso tudo em 12 páginas! Mauro Mantella dá uma aula de roteiro, e eu vou ficar de olho nesse cara.
CALLEJONES ROJOS
Editado em Abril de 2005 pela De Los Cuatro Vientos Editorial, que, ao que parece, tem algo a ver com a Gárgola Ediciones - que publica a Bastion, só pra gente não se perder -, esse álbum também foi uma surpresa. Um grata surpresa, digo. É a história de Salvador e Gyn, duas crianças envolvidas inadvertidamente com o mundo do crime na Buenos Aires dos anos 70. Um ponto legal é que a história começa mesmo na Paris ocupada de 1942, e que esse pequeno detalhe reverbera algo que é muito forte na cultura argentina, mas se eu contar mais vou acabar estragando uma eventual surpresa. O roteiro é de Silvia Debor e a arte é de Ignacio Rodríguez Minaverri, que tem um traço que me lembra bastante o Mazzuchelli pós-Marvel. Mas digo isso mais pela falta de outros referenciais do que por conhecimento de causa. De qualquer maneira, importa é que agrada aos olhos.
Outro detalhe relevante: é um álbum P&B, com 128 páginas, impresso num papel muito bom, lombada quadrada e o escambau, e custa 10 pesos (menos de dez reáu, rapá!). Tenho batido na tecla dos preços aqui por que talvez seja possível aprender alguma coisa com nuestros hermanos no que diz respeito a esse assunto tão delicado no reino das hqs.
Bom, por hoje é só.
Después: COMIQUEANDO, CLARA DE NOCHE, CHICANOS, PARQUE CHAS, LOVERCRAFT, ANIMAL URBANO, TONY, EL ETERNAUTA e EL CAZADOR.
quinta-feira, 20 de outubro de 2005
7 DAYS TO FAME
EU QUERO.
Enquanto isso, os caras ficam lançando CRISE DE IDENTIDADE (mais comentários depois). Pfffff.
Enquanto isso, os caras ficam lançando CRISE DE IDENTIDADE (mais comentários depois). Pfffff.
quarta-feira, 19 de outubro de 2005
segunda-feira, 17 de outubro de 2005
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
WE3 PELA PANINI
Finalmente caiu a ficha desse pessoal, e eles resolveram variar o cardápio, primeiro com EX-MACHINA, da qual só li a primeira edição (que tava de grátis lá no site da DC), e, se não achei essas coisas logo de cara, os elogios que ouvi/li das mais diversas fontes me fizeram continuar curioso em relação a esse material.
Já com WE3, a coisa é diferente. MARAVILHOSA seria o termo certo para defini-la.
Já com WE3, a coisa é diferente. MARAVILHOSA seria o termo certo para defini-la.
terça-feira, 11 de outubro de 2005
COWBOY BEBOP - O FILME
É bem legal mesmo. Trilha sonora maravilhosa, cenas de luta bacanas. O senão fica por conta da narrativa, que é muito linear, o que acabou fazendo com que o filme ficasse um pouquinho, só um pouquinho, com cara de episódio estendido. Mas como eu nunca assisti a série mesmo...
E tenho dado sorte encontrando filmes do meu agrado a preços convidativos. Sábado foi a vez de PI, adquirido por menos de 15 caraminguás numa dessas banquinhas de promoção. E outro dia achei JOGOS, TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES, o irmão mais novo de SNATCH, em local diferente, mas situação semelhante.
E tenho dado sorte encontrando filmes do meu agrado a preços convidativos. Sábado foi a vez de PI, adquirido por menos de 15 caraminguás numa dessas banquinhas de promoção. E outro dia achei JOGOS, TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES, o irmão mais novo de SNATCH, em local diferente, mas situação semelhante.
REVISTA ENTRE LIVROS
A Duetto tem seguido um caminho que parece promissor com suas revistas de dupla-nacionalidade, e essa não foge à regra.
Não tinha dado muita idéia quando vi da primeira vez. Mas e edição desse mês (edição 6 - Outubro) touxe uma matéria de capa especialmente saborosa, e não é que a revista é boa mesmo?
Consegui a edição anterior, o que me ajudou a tirar a prova dos nove, e daqui pra frente vou ficar de olho na parada. A revista é bacana, não tem tantos excessos acadêmicos, tem um caderno de resenhas legal (mas não leia as da Janice Nimura. Ela conta a história TODA), e ainda traz colunas do Milton Hatoun e do Umberto Eco, véi!
Não tinha dado muita idéia quando vi da primeira vez. Mas e edição desse mês (edição 6 - Outubro) touxe uma matéria de capa especialmente saborosa, e não é que a revista é boa mesmo?
Consegui a edição anterior, o que me ajudou a tirar a prova dos nove, e daqui pra frente vou ficar de olho na parada. A revista é bacana, não tem tantos excessos acadêmicos, tem um caderno de resenhas legal (mas não leia as da Janice Nimura. Ela conta a história TODA), e ainda traz colunas do Milton Hatoun e do Umberto Eco, véi!
quarta-feira, 5 de outubro de 2005
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
ORKUT
Eu, que já fui entusiasta ferrenho da parada, estava meio afastado, mas resolvi dar uma passeada por lá hoje, e, bem, não paro de me surpreender com as bizarrices que encontro. Nada a ver com a teoria (bastante difundida, e, aparentemente, aceita) de que o Jatobá, da novela das oito, é na verdade, o DEMOLIDOR (em sua versão cinematográfica, pelo que pude entender).
O que me gelou os ossos mesmo foi ISSO. Cruz-credo!
O que me gelou os ossos mesmo foi ISSO. Cruz-credo!
A MORTE DE VISHNU
Sabe esses livros magnéticos, que te dão vontade de sair lendo logo que você põe as mãos neles? Então, ontem por menos de 10 pratas, catei esse aqui (e não consegui extrair o link da página da editora, fiquem sabendo) numa dessas banquinhas de promoção num supermercado (ou devo dizer hipermercado?) daqui.
Nunca tinha ouvido falar, nem do criador, nem da criatura.
Nunca tinha ouvido falar, nem do criador, nem da criatura.
domingo, 2 de outubro de 2005
BIZARRE BRAZIL
EXPRESSO
Só pude ler agora, mas achei o material muito bom. EXPRESSO é uma série escrita e desenhada por Alexandre Lancaster, disponibilizada gratuitamente no site Ação Total, e, ao que parece, além de mais capítulos da danada, haverão outras séries.
EXPRESSO é um steampunk passado em terras tupiniquins (ao que parece, só nesse primeiro capítulo), leve, agitado e, o mais importante, divertido, o que toda história deveria ser, afinal de contas.
E também foi muito feliz a idéia de se incluir material de referência destinado a novos autores. Fique de olhos abertos! (Sacaram? Sacaram? Mangás. Olhos puxados, olhos grandes...)
EXPRESSO é um steampunk passado em terras tupiniquins (ao que parece, só nesse primeiro capítulo), leve, agitado e, o mais importante, divertido, o que toda história deveria ser, afinal de contas.
E também foi muito feliz a idéia de se incluir material de referência destinado a novos autores. Fique de olhos abertos! (Sacaram? Sacaram? Mangás. Olhos puxados, olhos grandes...)
sábado, 1 de outubro de 2005
ESPECIALIZAÇÃO
Um ser humano deverá ser capaz de trocar uma fralda, planejar uma invasão, esquartejar um porco, desenhar a planta de um edifício, comandar um navio, escrever um soneto, controlar finanças, construir um muro, reduzir uma fratura, confortar o agonizante, cumprir ordens, dar ordens, cooperar, agir sozinho, resolver uma equação, analisar um problema novo, revolver estrume, programar um computador, preparar uma refeição saborosa, lutar com eficiência, morrer corajosamente. A especialização é para os insetos.
P.S.: Não faço a mínima idéia de onde ele escreveu isso (e olha que já procurei), mas desde que li esse parágrafo num livro do tio Antonio Vilson, isso não me sai da cabeça.
Robert Heinlein
P.S.: Não faço a mínima idéia de onde ele escreveu isso (e olha que já procurei), mas desde que li esse parágrafo num livro do tio Antonio Vilson, isso não me sai da cabeça.
CONSTANTINE
Vi ontem. Gostei.
Embora tenham descaracterizado totalmente o personagem, fizeram isso de maneira competente e, ora, se está se fazendo uma ADAPTAÇÃO, acho que o mínimo que se pode fazer é brincar com as variações sobre o mesmo tema. Eu gostei da nova versão do Gabriel, do Tinhoso, e até da pirotecnia que reina durante toda a película.
A única cagada - homérica - fica por conta do Chas, o fiel escudeiro do Constantine, que ganhou uma versão muito, mas muito piorada no filme.
Embora tenham descaracterizado totalmente o personagem, fizeram isso de maneira competente e, ora, se está se fazendo uma ADAPTAÇÃO, acho que o mínimo que se pode fazer é brincar com as variações sobre o mesmo tema. Eu gostei da nova versão do Gabriel, do Tinhoso, e até da pirotecnia que reina durante toda a película.
A única cagada - homérica - fica por conta do Chas, o fiel escudeiro do Constantine, que ganhou uma versão muito, mas muito piorada no filme.
quinta-feira, 29 de setembro de 2005
CIDADE FANTASMA
Bandeando por aí para verificar se a alguém já ocorreu a idéia de registrar um blog com certos títulos que me interessam (talvez a cobra que come o própio rabo tenha mais um irmãozinho), fiquei meio impressionado com a quantidade de blogs que estão desativados desde 2002, alguns sem nem um postzinho sequer. Não que essa quantidade seja remotamente significativa, e eu mesmo já abandonei essa parada por um ano, e, o que tem a ver isso, afinal?
terça-feira, 27 de setembro de 2005
O CULTO
Por US$ 1,65 ao mês, o Chucka vai te dar uns toques sobre literatura. Talvez até te convide pra integrar o CLUBE DA LUTA.
segunda-feira, 26 de setembro de 2005
JONATHAN STRANGE & MR. NORRELL
SNAKES & LADDERS
Achei numa comiquixópi daqui por um precinho pra lá de camarada (11 reáu). Tô curiosão pra saber qual é, tipo, se o Campbell conseguiu apreender uma parcela, que seja, do que foram as performances rituais.E também fiquei curioso pra saber se ele é um ...aham!...iniciado, ou se ilustrou só pelas possibilidades plásticas da parada.
sexta-feira, 23 de setembro de 2005
O HOMEM DEMOLIDO
Nunca li nada do Bester (de quem já ouvi falar muito bem, diga-se de passagem), mas sempre achei esse título do grandecíssimo caralho com asas.
FF
Ainda não li QUARK, mas a primeira impressão, que não foi das melhores, só foi dirimida pelo conhecimento das circunstâncias nas quais essa hq foi gerada, ou melhor, por quem.
O traço tá esquisito, meio toscão, abaixo mesmo da média da maioria dos mangás genéricos (leia-se: feitos no ocidente), parecendo coisa de fanzine. Tudo bem, provavelmente o van Kooten não contou com hordas de assistentes para desenharem cenários e não sei o que lá mais. Além disso, pra uma edição de quase 10 mangos, tá paupérrima, indo na contramão do material que a Ediouro tem lançado. Mas tem coisa mais bacana que saber de uma mangá escrito por um HOLANDÊS de 66 anos? E desenhado por outro de 44?
Pode ser impressão minha, mas essa coisa de mangá, na minha cabecinha fraca, tá muito conectada com a minha própria geração. Daí o estranhamento.
***
Dentre as minhas teorias literárias, eu costumo sustentar que Dante era gay. Não que importe o fato do florentino gostar da fruta ou não, claro, mas seria interessante pensar na mudança de perspectiva que isso causaria, não? Imaginar que, ao invés de estar na captura de sua musa, Beatriz, o cara atravessou o Inferno e o Purgatório só pra dar uma bulida no ídolo Virgílio. Mas pra quê ele foi para o Céu, zé-ruela? Ué, vai dizer que se você tivesse a oportunidade, não aproveitaria?
Também sustento, quase sempre mentalmente (porque existem poucas pessoas dispostas a dar sequência nisto. E eu até entendo o porquê), que Don DeLillo tem uma semelhança - que extrapola a simples coincidência fenotípica - com a Rita Cadilac. Refiro-me apenas ao rosto, claro.
E, ainda sobre o Novaiorquino, sou só eu que acho que ele foi a inspiração para John Trause, personangem do Auster no livro NOITE DO ORÁCULO?
***
Dia desses tava folheando O LIVRO DAS COUSAS QUE ACONTECEM, de Daniel Pellizzari, e, puta livro, hein? Daí, atrás de DEDO NEGRO COM UNHA, sua mais recente cria, fui dar umas bandas no site da editora DBA, a mesma que editou o romance o NATIMORTO, do Muttarelli, e CAVERNAS E CONCUBINAS, do lendário Cardoso, mas o site, lindão, está desatualizado e no catálogo não consta ainda esse quitute.
O traço tá esquisito, meio toscão, abaixo mesmo da média da maioria dos mangás genéricos (leia-se: feitos no ocidente), parecendo coisa de fanzine. Tudo bem, provavelmente o van Kooten não contou com hordas de assistentes para desenharem cenários e não sei o que lá mais. Além disso, pra uma edição de quase 10 mangos, tá paupérrima, indo na contramão do material que a Ediouro tem lançado. Mas tem coisa mais bacana que saber de uma mangá escrito por um HOLANDÊS de 66 anos? E desenhado por outro de 44?
Pode ser impressão minha, mas essa coisa de mangá, na minha cabecinha fraca, tá muito conectada com a minha própria geração. Daí o estranhamento.
***
Dentre as minhas teorias literárias, eu costumo sustentar que Dante era gay. Não que importe o fato do florentino gostar da fruta ou não, claro, mas seria interessante pensar na mudança de perspectiva que isso causaria, não? Imaginar que, ao invés de estar na captura de sua musa, Beatriz, o cara atravessou o Inferno e o Purgatório só pra dar uma bulida no ídolo Virgílio. Mas pra quê ele foi para o Céu, zé-ruela? Ué, vai dizer que se você tivesse a oportunidade, não aproveitaria?
Também sustento, quase sempre mentalmente (porque existem poucas pessoas dispostas a dar sequência nisto. E eu até entendo o porquê), que Don DeLillo tem uma semelhança - que extrapola a simples coincidência fenotípica - com a Rita Cadilac. Refiro-me apenas ao rosto, claro.
E, ainda sobre o Novaiorquino, sou só eu que acho que ele foi a inspiração para John Trause, personangem do Auster no livro NOITE DO ORÁCULO?
***
Dia desses tava folheando O LIVRO DAS COUSAS QUE ACONTECEM, de Daniel Pellizzari, e, puta livro, hein? Daí, atrás de DEDO NEGRO COM UNHA, sua mais recente cria, fui dar umas bandas no site da editora DBA, a mesma que editou o romance o NATIMORTO, do Muttarelli, e CAVERNAS E CONCUBINAS, do lendário Cardoso, mas o site, lindão, está desatualizado e no catálogo não consta ainda esse quitute.
sábado, 17 de setembro de 2005
TECLAS
Do lado de cá as coisas andam meio paradas.
TRUKO!, publicada na Manticore 03 (tão comentada por aqui) está sendo retrabalhada e deve dar as caras numa versão reloaded. Essa hq foi originalmente concebida para ser desenhada em duas páginas, mas na época em que a revista estava sendo fechada sobrava apenas uma página, e o milagroso Élcio Chicanoski (com a devida orientação do Antonio Eder) conseguiu espremer tudo em uma única página. Se por um lado perdeu-se a surpresa proporcionada pelo virar da página, a concisão de tudo foi um dos motivos que gerou elogios por parte de algumas pessoas. Bem, agora recebemos uma proposta de um jovem editor (que não direi quem é por enquanto porque não sei se já posso falar disso publicamente) pra republicar a história, desta vez no formato original, ou quase. Quase porque a história volta a ter duas páginas, mas com um lay-out diferente do original, sugestão do Editor X, e que na minha opinião, ficou bem melhor. Recebi essa semana a página dois, e, putaqueopariu!, ficou fodassa!
Terminei também um roteiro pra uma hq sem-pé-nem-cabeça que devia há muito tempo pro nosso Editor X. Essa hq nasceu junto com TRUKO! e na época a intenção era oferecer as duas pruma publicação gringa independente da qual nunca mais ouvimos falar. De qualquer maneira, essa (nem tão) nova história, cujo plot original previa 4 páginas, acabou ficando com 12! O problema agora é decidir exatamente o que limar. Pelos meus cálculos, consigo tirar duas páginas, mas estou encontrando dificuldades nisso.
Outra coisa que me ocorreu esse dias foi uma idéia pruma série de hqzinhas curtas, 8 páginas por capítulo, nos moldes das revistas inglesas das quais tanto gosto e que nos deram V de Vingança, Zenith, Sláine e mais um punhado de historinhas publicadas nesse formato. É uma série de terror, baseada numa criatura mitológica que já foi usada e abusada pela literatura e pelos quadrinhos, mas que, mesmo assim, não perdeu seu charme, pelo menos para mim. Tenho os plots pros primeiros 5 capítulos (psicografados numa manhã especialmente entediante no trabalho), e os contornos do roteiro do primeiro capítulo já começaram a aparecer, mas vou dar um tempo até resolver a parada aí de cima.
Do lado da prosa careta, estou digitando um conto escrito há pelo menos seis meses, e que deve dar as caras muito em breve na nova edição do MIDRAXE, quase morto por inanição. Também já tenho outro no gatilho, e o que me falta, mais do que tempo, imagino, é disposição pra levar isso adiante.
TRUKO!, publicada na Manticore 03 (tão comentada por aqui) está sendo retrabalhada e deve dar as caras numa versão reloaded. Essa hq foi originalmente concebida para ser desenhada em duas páginas, mas na época em que a revista estava sendo fechada sobrava apenas uma página, e o milagroso Élcio Chicanoski (com a devida orientação do Antonio Eder) conseguiu espremer tudo em uma única página. Se por um lado perdeu-se a surpresa proporcionada pelo virar da página, a concisão de tudo foi um dos motivos que gerou elogios por parte de algumas pessoas. Bem, agora recebemos uma proposta de um jovem editor (que não direi quem é por enquanto porque não sei se já posso falar disso publicamente) pra republicar a história, desta vez no formato original, ou quase. Quase porque a história volta a ter duas páginas, mas com um lay-out diferente do original, sugestão do Editor X, e que na minha opinião, ficou bem melhor. Recebi essa semana a página dois, e, putaqueopariu!, ficou fodassa!
Terminei também um roteiro pra uma hq sem-pé-nem-cabeça que devia há muito tempo pro nosso Editor X. Essa hq nasceu junto com TRUKO! e na época a intenção era oferecer as duas pruma publicação gringa independente da qual nunca mais ouvimos falar. De qualquer maneira, essa (nem tão) nova história, cujo plot original previa 4 páginas, acabou ficando com 12! O problema agora é decidir exatamente o que limar. Pelos meus cálculos, consigo tirar duas páginas, mas estou encontrando dificuldades nisso.
Outra coisa que me ocorreu esse dias foi uma idéia pruma série de hqzinhas curtas, 8 páginas por capítulo, nos moldes das revistas inglesas das quais tanto gosto e que nos deram V de Vingança, Zenith, Sláine e mais um punhado de historinhas publicadas nesse formato. É uma série de terror, baseada numa criatura mitológica que já foi usada e abusada pela literatura e pelos quadrinhos, mas que, mesmo assim, não perdeu seu charme, pelo menos para mim. Tenho os plots pros primeiros 5 capítulos (psicografados numa manhã especialmente entediante no trabalho), e os contornos do roteiro do primeiro capítulo já começaram a aparecer, mas vou dar um tempo até resolver a parada aí de cima.
Do lado da prosa careta, estou digitando um conto escrito há pelo menos seis meses, e que deve dar as caras muito em breve na nova edição do MIDRAXE, quase morto por inanição. Também já tenho outro no gatilho, e o que me falta, mais do que tempo, imagino, é disposição pra levar isso adiante.
FOME ANIMAL
E não é que acho o DVD deste CLÁSSICO por módicos 19,90 (acompanhado de uma edição pra lá de antiga da também ótima CINE MONSTRO)? Ainda não assisti, mas pelo que andei pesquisando pela internet, dizem que a qualidade do filme não tá muito boa não. Veremos.
sexta-feira, 9 de setembro de 2005
PARADISE LOST
Ó, cheu te falar: acho que sou ou único ser humano na face da Terra que ainda gosta deses caras, mas não custa nada dizer que saiu disco novo. Mas não podiam escolher um título, como direi, menos auto-referente não?
TRÊS
Por algum motivo, deixei de lado O ENIGMA DO QUATRO, que um maluquinho disse ser o equivalente a um hipotético romance escrito à seis mãos por Fitzgerald, Eco e Brown (sim, ele mesmo). E eu, tolinho, acreditei. Ficou um resquício de curiosidade, mas estou me divertindo muito mais com a releitura do clássico DESVENDANDO OS QUADRINHOS (presente da Dignissíma Senhora Massula), que tem sido o melhor recarregador de baterias quadrinísticas nessas horas conturbadas, onde uma página tem um período de gestação igual ao seu ou ao meu. Ó ceus, ó azar.
E por último, mas não menos importante, estou me divertindo muitíssimo com LA VÍA DEL TAROT, do titio (ou deveria dizer vovô?) Jodorowsky, mestre em reinventar e retroalimentar as próprias origens.
E por último, mas não menos importante, estou me divertindo muitíssimo com LA VÍA DEL TAROT, do titio (ou deveria dizer vovô?) Jodorowsky, mestre em reinventar e retroalimentar as próprias origens.
terça-feira, 6 de setembro de 2005
EXÚ CÔMICO
Grant Morrison desenvolveu o dom da trilocação, e aparece ao mesmo tempo em três novas e apetitosas entrevistas. Cortesia do Sr. M.A.Lobato.
Aqui. (a mais interessante)
Aqui.
E aqui.
E, também, vejam só, tem entrevista com o Mágico Manfredi (que dessa vez não é o Lúcio) no UHQ. E ontem, inadvertidamente, descobri que o mesmo Manfredi é citado, en passant, n’O LIVRO DOS VAMPIROS.
Aqui. (a mais interessante)
Aqui.
E aqui.
E, também, vejam só, tem entrevista com o Mágico Manfredi (que dessa vez não é o Lúcio) no UHQ. E ontem, inadvertidamente, descobri que o mesmo Manfredi é citado, en passant, n’O LIVRO DOS VAMPIROS.
GOLCONDA
Diz aí: que nome filhadaputamente foderoso prum selo de hq, né não? (e como eu não pensei nisso antes, ora pois!)
O catálogo de hqs da Ediouro começou pra lá de esquisito, com mangás franceses, fumetti, Star Wars e sei lá mais o quê, mas não é que tá ficando legal?
Do que li, não gostei muito da mini do NATHAN NEVER, que é meu personagem Bonnelli preferido, mas que não tava muito bem nessa mini. Acredito que o motivo de terem escolhido essas histórias sejam as revelações a respeito do passado do cara, mas quer um conselho do titio aqui? Passe longe.
Mas, por outro lado, AQUABLUE e ARTHUR me surpreenderam, principalmente a segunda, visto a minha notória ojeriza pelo gênero Capa e Espada. As revistas encareceram esse mês, mas deram uma garibada no material e as edições ficaram supimpas! Só quero ver até quando vai durar a festa. Dá um pulo lá no site, que é bacaninha (mas os hot-sites tão fora do ar, não sei o porquê).
O catálogo de hqs da Ediouro começou pra lá de esquisito, com mangás franceses, fumetti, Star Wars e sei lá mais o quê, mas não é que tá ficando legal?
Do que li, não gostei muito da mini do NATHAN NEVER, que é meu personagem Bonnelli preferido, mas que não tava muito bem nessa mini. Acredito que o motivo de terem escolhido essas histórias sejam as revelações a respeito do passado do cara, mas quer um conselho do titio aqui? Passe longe.
Mas, por outro lado, AQUABLUE e ARTHUR me surpreenderam, principalmente a segunda, visto a minha notória ojeriza pelo gênero Capa e Espada. As revistas encareceram esse mês, mas deram uma garibada no material e as edições ficaram supimpas! Só quero ver até quando vai durar a festa. Dá um pulo lá no site, que é bacaninha (mas os hot-sites tão fora do ar, não sei o porquê).
O GRITO AMERICANO
Isso (e isso também) me lembrou uma hq do Milligan. Ou melhor, parece hq escrita pelo dito cujo.
Os caras conseguem botar uma nação que fica a meio mundo de distância de joelhos em menos de uma semana, mas se atrapalham todos para ajudar os próprios conterrâneos quando a merda acontece no próprio quintal. Vai saber...
Os caras conseguem botar uma nação que fica a meio mundo de distância de joelhos em menos de uma semana, mas se atrapalham todos para ajudar os próprios conterrâneos quando a merda acontece no próprio quintal. Vai saber...
DE VOLTA À ATIVIDADE
Rápido e rasteiro:
EVANGELION - the Iron Maiden 2nd - Fumino Hayashi
Um dos meus mangás preferidos em versão shojo. Pffff...
E alguém sabe quê diabos é esse “2nd”?
***
PROCURADO - Mark Millar e J.G. Jones
Tava indo tudo bem. Não era o que se poderia chamar de inesquecível, mas tava divertida, mas como sempre, Mr. Millar peida na farofa e a deixa a parte final dessa história pavorosa (e entenda isso da maneira mais pejorativa que conseguir imaginar). O engraçado é que o mesmo capítulo final, com o mesmo plot, conduzido por alguém com mais tarimba, daria uma história substancialmente melhor. E teve gente que disse que era o novo Watchmen. Há!
***
KAOS 3 - Vários
Taí uma iniciativa que deu gosto de acompanhar. A fórmula dos caras, sucintamente descrita em todas as capas (Quadrinhos + Entrevistas), foi muito bem executada. Pena que foi a última edição, pelo menos por enquanto, acho. Tem um material lá - A HISTÓRIA DE GERB -, que só posso imaginar ser um preview. E, ora bolas!, pra quê um preview numa revista com o pé na cova? Mistérios, mistérios...
***
DEMOLIDOR 19 - Vários
Tinha abandonado, mas comprei porque ouvi comentários favoráveis a respeito.
Na história do Demolidor, o Bendis consegui deixar a coisa numa velocidade acima de cágado manco, e a história ficou legalzinha sim.
Surpresa foi a mini do Mercenário, um dos meus vilões preferidos. Pena que, ao tentarem revelar a origem dele, os caras esteja botando uma pá de cal numa história que poderia ser bem melhor. Será que esse pessoalzinho não percebeu que humanizar arquétipos é coisa dos anos 80? Ainda tenho esperança que a suposta origem do cara seja apenas um ardil pro mesmo dar a partida numa carnificina desmedida e acéfala, como todos nós gostamos.
E por último, tem o Justiceiro, sob a bandeira MAX, que eu ainda não tinha lido. Tudo que ouvi a respeito é verdade. Livre das rédeas da continuidade normal, Ennis abandonou o humor negro em favor de cabeças explodindo e tal. Antes tivesse ficado fora do selo MAX.
***
MARVEL MAX 24 - Vários.
E pra não dizer que não falei das flores, a última edição de MARVEL MAX continuou onde sempre esteve: na média. Eu gosto de PODER SUPREMO, que recicla a mesmoa proposta pela zilionésima vez, mas é bem conduzida, e pra mim isso já está de bom tamanho. A mini do DR. ESPECTRO é totalmente dispensável. Pra encher linguiça mesmo. E por último, tem a mini da VIÚVA NEGRA, dessa vez a original. Se o Richard K. Morgan não segura a onda nos textos, pelo menos a arte finalizada pelo Sr. Bill Sienkiewicz tá boa demais da conta.
A verdade é que o selo MAX vai ter que comer muiiiiito feijão pra chegar aos pés do que a Vertigo representou. O pessoal da Marvel sempre vai ser mais careta que a rapaziada da DC, e enquanto isso não mudar, sem chance. Pena que a maioria esmagadora dos leitores de hq de supas pensa diferente de mim. Bobos.
***
X-MEN - Grant Morrison e mais um punhado de gente.
Como seu discípulo fez em PROCURADO, o Morrison, que tava conduzindo a série de maneira irregular - mais pra boa do que pra ruim - trinca os ovos deste gordinho aqui com esse arco final da sua estadia no título dos X-Men, ECOS DO AMANHÃ. Tá certo que ele amarrou todas as pontas e deixou um ou dois ganchos pros sucessores se divertirem, mas eu esperava mais do tio Careca, muito mais. Mas ele tá se redimindo com SEVEN SOLDIERS, que eu prometi resenhar aqui sabe-se lá Papai do Céu quando e até hoje não fiz. Mas não demora não, pode confiar.
***
RONIN SOUL - Fabrício Velasco e Rod Pereira
Essa aqui foi uma surpresa. A despeito da proposta, muito parecida com CAMELOT 3000, da temática, que não me apetece muito, e dos desenhos, que, a princípio, me deram impressão errada, comprei. Fizeram um alarde da porra por causa da tiragem, colossal pros padrões nacionais.
O engano em relação à arte foi logo desfeito. As cores, que imaginei estarem aos pés de DK2, ficaram maravilhosas, e o traço de Rod Pereira é muito bom. Além disso, a história está sendo bem conduzida e me deixou curioso pra ler a sequência. Veremos.
***
ROCK’N’ROLL - Bá, Moon, Bruno D’Angelo e Kako
Saiu ano passado, mas só li agora. Sei lá.
EVANGELION - the Iron Maiden 2nd - Fumino Hayashi
Um dos meus mangás preferidos em versão shojo. Pffff...
E alguém sabe quê diabos é esse “2nd”?
***
PROCURADO - Mark Millar e J.G. Jones
Tava indo tudo bem. Não era o que se poderia chamar de inesquecível, mas tava divertida, mas como sempre, Mr. Millar peida na farofa e a deixa a parte final dessa história pavorosa (e entenda isso da maneira mais pejorativa que conseguir imaginar). O engraçado é que o mesmo capítulo final, com o mesmo plot, conduzido por alguém com mais tarimba, daria uma história substancialmente melhor. E teve gente que disse que era o novo Watchmen. Há!
***
KAOS 3 - Vários
Taí uma iniciativa que deu gosto de acompanhar. A fórmula dos caras, sucintamente descrita em todas as capas (Quadrinhos + Entrevistas), foi muito bem executada. Pena que foi a última edição, pelo menos por enquanto, acho. Tem um material lá - A HISTÓRIA DE GERB -, que só posso imaginar ser um preview. E, ora bolas!, pra quê um preview numa revista com o pé na cova? Mistérios, mistérios...
***
DEMOLIDOR 19 - Vários
Tinha abandonado, mas comprei porque ouvi comentários favoráveis a respeito.
Na história do Demolidor, o Bendis consegui deixar a coisa numa velocidade acima de cágado manco, e a história ficou legalzinha sim.
Surpresa foi a mini do Mercenário, um dos meus vilões preferidos. Pena que, ao tentarem revelar a origem dele, os caras esteja botando uma pá de cal numa história que poderia ser bem melhor. Será que esse pessoalzinho não percebeu que humanizar arquétipos é coisa dos anos 80? Ainda tenho esperança que a suposta origem do cara seja apenas um ardil pro mesmo dar a partida numa carnificina desmedida e acéfala, como todos nós gostamos.
E por último, tem o Justiceiro, sob a bandeira MAX, que eu ainda não tinha lido. Tudo que ouvi a respeito é verdade. Livre das rédeas da continuidade normal, Ennis abandonou o humor negro em favor de cabeças explodindo e tal. Antes tivesse ficado fora do selo MAX.
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MARVEL MAX 24 - Vários.
E pra não dizer que não falei das flores, a última edição de MARVEL MAX continuou onde sempre esteve: na média. Eu gosto de PODER SUPREMO, que recicla a mesmoa proposta pela zilionésima vez, mas é bem conduzida, e pra mim isso já está de bom tamanho. A mini do DR. ESPECTRO é totalmente dispensável. Pra encher linguiça mesmo. E por último, tem a mini da VIÚVA NEGRA, dessa vez a original. Se o Richard K. Morgan não segura a onda nos textos, pelo menos a arte finalizada pelo Sr. Bill Sienkiewicz tá boa demais da conta.
A verdade é que o selo MAX vai ter que comer muiiiiito feijão pra chegar aos pés do que a Vertigo representou. O pessoal da Marvel sempre vai ser mais careta que a rapaziada da DC, e enquanto isso não mudar, sem chance. Pena que a maioria esmagadora dos leitores de hq de supas pensa diferente de mim. Bobos.
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X-MEN - Grant Morrison e mais um punhado de gente.
Como seu discípulo fez em PROCURADO, o Morrison, que tava conduzindo a série de maneira irregular - mais pra boa do que pra ruim - trinca os ovos deste gordinho aqui com esse arco final da sua estadia no título dos X-Men, ECOS DO AMANHÃ. Tá certo que ele amarrou todas as pontas e deixou um ou dois ganchos pros sucessores se divertirem, mas eu esperava mais do tio Careca, muito mais. Mas ele tá se redimindo com SEVEN SOLDIERS, que eu prometi resenhar aqui sabe-se lá Papai do Céu quando e até hoje não fiz. Mas não demora não, pode confiar.
***
RONIN SOUL - Fabrício Velasco e Rod Pereira
Essa aqui foi uma surpresa. A despeito da proposta, muito parecida com CAMELOT 3000, da temática, que não me apetece muito, e dos desenhos, que, a princípio, me deram impressão errada, comprei. Fizeram um alarde da porra por causa da tiragem, colossal pros padrões nacionais.
O engano em relação à arte foi logo desfeito. As cores, que imaginei estarem aos pés de DK2, ficaram maravilhosas, e o traço de Rod Pereira é muito bom. Além disso, a história está sendo bem conduzida e me deixou curioso pra ler a sequência. Veremos.
***
ROCK’N’ROLL - Bá, Moon, Bruno D’Angelo e Kako
Saiu ano passado, mas só li agora. Sei lá.
segunda-feira, 29 de agosto de 2005
O CHALAÇA
Zentem,
Amanhã o compadre Antonio Eder estará lançando aqui em Curitiba o livro O CHALAÇA, com arte dele e roteiro do André Diniz, e o evento vai ser lá na ITIBAN, que fica na Av. Silva Jardim, 845, Centro, às 18:30. Também haverá alguns exemplares da Manticore 3 (preview aqui), coletânea de horror-ficção da qual participei ao lado dos dois e de mais uma galera de gente lelé-da-cuca, e eu, em companhia do restante do Clã Massula, estarei lá, de bobeira.
Se forem de Curitiba, ou estiverem por aqui amanhã, apareeeeçam!
Amanhã o compadre Antonio Eder estará lançando aqui em Curitiba o livro O CHALAÇA, com arte dele e roteiro do André Diniz, e o evento vai ser lá na ITIBAN, que fica na Av. Silva Jardim, 845, Centro, às 18:30. Também haverá alguns exemplares da Manticore 3 (preview aqui), coletânea de horror-ficção da qual participei ao lado dos dois e de mais uma galera de gente lelé-da-cuca, e eu, em companhia do restante do Clã Massula, estarei lá, de bobeira.
Se forem de Curitiba, ou estiverem por aqui amanhã, apareeeeçam!
domingo, 28 de agosto de 2005
LOS SORIAS
Estava dando uma pesquisada prum post que deve dar as caras por aqui logo, logo, e não é que ao abrir o site da Gárgola Ediciones, me deparo com isto.
Fiquei, no mínimo, interessado.
Um pouco mais, aqui.
Fiquei, no mínimo, interessado.
Um pouco mais, aqui.
HIATO
Mais um hiato de algumas semanas, e, após completar mais uma primavera, informo que, como todo jovem de idade avançada, continuarei falando das mesmas coisas aqui.
segunda-feira, 1 de agosto de 2005
ASSASSINATOS NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Pra me desintoxicar, na sequência do TRAINSPOTTING, veio esse.
Eu sempre gostei dos livros do Jô Soares. Dos seus romances, digo. E vamos esquecer o talk-show por enquanto, certo?
Quando li O XANGÔ DE BAKER STREET, achei-o deveras iconoclasta, pelo simples fato de colocar um ícone da cultura pop, sisudo, fleumático e normalmente associado à retidão de caráter vitoriana, dando um tapa num cigarrinho do capeta, ou ainda tendo um ataque de piriri, em meio a uma perseguição. Obviamente, eu via as coisas de maneira muito diferente em 1995.
O HOMEM QUE MATOU GETÚLIO VARGAS também caiu nas minhas graças. Era engraçada a maneira em que foi costurada a biografia do assassino hexadigital Dimitri Borja e todos os eventos que fizeram parte da história do período no qual viveu.
O gosto do Gordo por personagens bizarros em situações insólitas esbarra nas minhas próprias preferências literárias, e o cara é, pra não dizer outra coisa um erudito.
Mas acho que temos um padrão se formando aqui. A impressão que tive, lendo esse novo romance, é que ele é uma mistura dos dois anteriores. Os mesmos ingredientes, misturados em proporções diferentes é verdade, mas com o mesmo sabor. E a composição dos livros, obra da editora, presumo, também só contribui pra reforçar minha impressão. A mesma tipologia, a mesma diagramação, etc, etc.
É divertido? É, e talvez lhe valha algumas risadas. Eu dei as minhas, mas esperava mais. Mas penso que, como disse antes, as coisas tenham mudado muito nos últimos 10 anos.
Vamos ver o que o próximo livro - sobre o Império Romano, se bem me lembro - nos reserva.
E agora, vamos em direçao À ESPINHA DORSAL DA MEMÓRIA/MUNDO FANTASMO, do Bráulio Tavares.
Eu sempre gostei dos livros do Jô Soares. Dos seus romances, digo. E vamos esquecer o talk-show por enquanto, certo?
Quando li O XANGÔ DE BAKER STREET, achei-o deveras iconoclasta, pelo simples fato de colocar um ícone da cultura pop, sisudo, fleumático e normalmente associado à retidão de caráter vitoriana, dando um tapa num cigarrinho do capeta, ou ainda tendo um ataque de piriri, em meio a uma perseguição. Obviamente, eu via as coisas de maneira muito diferente em 1995.
O HOMEM QUE MATOU GETÚLIO VARGAS também caiu nas minhas graças. Era engraçada a maneira em que foi costurada a biografia do assassino hexadigital Dimitri Borja e todos os eventos que fizeram parte da história do período no qual viveu.
O gosto do Gordo por personagens bizarros em situações insólitas esbarra nas minhas próprias preferências literárias, e o cara é, pra não dizer outra coisa um erudito.
Mas acho que temos um padrão se formando aqui. A impressão que tive, lendo esse novo romance, é que ele é uma mistura dos dois anteriores. Os mesmos ingredientes, misturados em proporções diferentes é verdade, mas com o mesmo sabor. E a composição dos livros, obra da editora, presumo, também só contribui pra reforçar minha impressão. A mesma tipologia, a mesma diagramação, etc, etc.
É divertido? É, e talvez lhe valha algumas risadas. Eu dei as minhas, mas esperava mais. Mas penso que, como disse antes, as coisas tenham mudado muito nos últimos 10 anos.
Vamos ver o que o próximo livro - sobre o Império Romano, se bem me lembro - nos reserva.
E agora, vamos em direçao À ESPINHA DORSAL DA MEMÓRIA/MUNDO FANTASMO, do Bráulio Tavares.
TRAINSPOTTING
Terminei.
Como era esperado, a leitura me agradou, até o fim. Talvez pelo fato de Welsh ter construído a narrativa daquela maneira caleidoscópica, obrigando o leitor a, na maioria das vezes, inferir qual é a seqüência lógica – que existe, mas está devidamente maquiada - na maçaroca tragicômica formada pelas vidas de Renton e cia. Eu acho que TRAINSPOTTING realmente se tornou um “romance” da metade pra frente. As coisas pareciam mais esparsas no início do livro, dando a impressão de que Welsh resolveu amontoar todas aquelas histórias sob o mesmo teto bem depois de tê-las iniciado. Mas, como disse, eu apenas acho. E não vou ao Google pra saber qual é que é. Prefiro continuar com meus achismos.
Às vezes, inclusive, acho que esses buscadores, mesmo com todas as vantagens óbvias que trouxeram prum monte de gente como eu e você, acabaram com a graça de se afirmar categoricamente algo que é de seu total desconhecimento.
Mas, voltando ao livro, recomendo. Divertidíssimo, se é que você é capaz de achar graça na desgraça de mentirinha dos outros. E eu sei que cometi um atentado à língua-mae na frase anterior. Aliteração, acho.
O filme está todo lá. John Hodge, autor do roteiro da adaptação, conseguiu pinçar ótimos momentos, embora tenha feito alguns ajustes pra deixar tudo mais redondinho, e claro, tenha deixado muita coisa boa de fora, em prol dos sagrados cento e vinte minutos cinematográficos. De gelar os ossos, especialmente, me vem à cabeça NÃO PRECISA NEM DIZER (que está no filme) e SANGUE RUIM (que não está).
Como era esperado, a leitura me agradou, até o fim. Talvez pelo fato de Welsh ter construído a narrativa daquela maneira caleidoscópica, obrigando o leitor a, na maioria das vezes, inferir qual é a seqüência lógica – que existe, mas está devidamente maquiada - na maçaroca tragicômica formada pelas vidas de Renton e cia. Eu acho que TRAINSPOTTING realmente se tornou um “romance” da metade pra frente. As coisas pareciam mais esparsas no início do livro, dando a impressão de que Welsh resolveu amontoar todas aquelas histórias sob o mesmo teto bem depois de tê-las iniciado. Mas, como disse, eu apenas acho. E não vou ao Google pra saber qual é que é. Prefiro continuar com meus achismos.
Às vezes, inclusive, acho que esses buscadores, mesmo com todas as vantagens óbvias que trouxeram prum monte de gente como eu e você, acabaram com a graça de se afirmar categoricamente algo que é de seu total desconhecimento.
Mas, voltando ao livro, recomendo. Divertidíssimo, se é que você é capaz de achar graça na desgraça de mentirinha dos outros. E eu sei que cometi um atentado à língua-mae na frase anterior. Aliteração, acho.
O filme está todo lá. John Hodge, autor do roteiro da adaptação, conseguiu pinçar ótimos momentos, embora tenha feito alguns ajustes pra deixar tudo mais redondinho, e claro, tenha deixado muita coisa boa de fora, em prol dos sagrados cento e vinte minutos cinematográficos. De gelar os ossos, especialmente, me vem à cabeça NÃO PRECISA NEM DIZER (que está no filme) e SANGUE RUIM (que não está).
sábado, 23 de julho de 2005
sexta-feira, 22 de julho de 2005
QUARTETO FANTÁSTICO…
…nao é tao fantástico assim. Na verdade é um filminho dos bem xoxos. Mas é bem adaptado, isso tenho que reconhecer. E o Tocha Humana até que ficou engraçado.
quarta-feira, 20 de julho de 2005
SOUTH AMERICAN GHOST RIDE
É engraçado como as idéias para histórias surgem.
Recentemente estive conversando com um amigo e ele me disse que lera em algum lugar que, durante a Guerra das Malvinas, os ingleses haviam se preparado para deflagrar um artefato nuclear sobre território argentino, caso o caldo entornasse para o lado deles. A bomba seria lançada em Córdoba, para ser mais preciso.
Verdade, ou não, esse pequeno fragmento me interessou bastante, e, relembrando isso no dia seguinte, meu cérebro, numa dessa misteriosas associações que nossas mentes costumam fazer, teve a bondade de desenterrar o título de uma música do Ghatering - banda que gosto muito - dos recônditos da minha memória. É verdade que a música é instrumental, mas o nome por sí só já é pra lá de emblemático.
O nome da música?
South American Ghost Ride.
Agora faça suas próprias associações.
Recentemente estive conversando com um amigo e ele me disse que lera em algum lugar que, durante a Guerra das Malvinas, os ingleses haviam se preparado para deflagrar um artefato nuclear sobre território argentino, caso o caldo entornasse para o lado deles. A bomba seria lançada em Córdoba, para ser mais preciso.
Verdade, ou não, esse pequeno fragmento me interessou bastante, e, relembrando isso no dia seguinte, meu cérebro, numa dessa misteriosas associações que nossas mentes costumam fazer, teve a bondade de desenterrar o título de uma música do Ghatering - banda que gosto muito - dos recônditos da minha memória. É verdade que a música é instrumental, mas o nome por sí só já é pra lá de emblemático.
O nome da música?
South American Ghost Ride.
Agora faça suas próprias associações.
CÁPSULAS
Ei, você!
O quê que cê ainda tá fazendo, que não foi no blog do Vetusto dar uma olhada nas pequenas pérolas que ele distribui (aos porcos só se a carapuça servir, hein!) todo dia e que batizou, de maneira sublime, de Cápsulas?
Cápsulas é uma série de micro-histórias, hqs de uma página, que são histórias fechadas, mas que, nas palavras do próprio Velho da Montanha (ou da Baixada), fazem parte de um castelo de cartas muito maior.
Pra quem se interessa por roteiros de hq e curte saber um pouquinho da mecânica por trás da coisa, é um prato cheio.
O quê que cê ainda tá fazendo, que não foi no blog do Vetusto dar uma olhada nas pequenas pérolas que ele distribui (aos porcos só se a carapuça servir, hein!) todo dia e que batizou, de maneira sublime, de Cápsulas?
Cápsulas é uma série de micro-histórias, hqs de uma página, que são histórias fechadas, mas que, nas palavras do próprio Velho da Montanha (ou da Baixada), fazem parte de um castelo de cartas muito maior.
Pra quem se interessa por roteiros de hq e curte saber um pouquinho da mecânica por trás da coisa, é um prato cheio.
segunda-feira, 18 de julho de 2005
HERRAR É O MANO!!!!
Depois do festival de disparates do último post, nada melhor do que colocar os pingos nos is...
1 - Nao sei de onde tirei que J. K. Rowling é escocesa. Quem mandou consultar AQUELE-QUE TUDO SABE...
2 - Irvine Welsh nao escreve em scotisch, mas em scots. Sei lá de onde tirei esse sufixo. Quem mandou nao consultar AQUELE-QUE TUDO SABE...
3 - Eu disse que a obra do Dick é tratada com muito mais respeito por aqui, mas só depois vi que a ediçao do Valis que comprei nao é argentina, mas espanhola. Ediçoes Minotauro, pra ser mais preciso.
So sorry, people.
1 - Nao sei de onde tirei que J. K. Rowling é escocesa. Quem mandou consultar AQUELE-QUE TUDO SABE...
2 - Irvine Welsh nao escreve em scotisch, mas em scots. Sei lá de onde tirei esse sufixo. Quem mandou nao consultar AQUELE-QUE TUDO SABE...
3 - Eu disse que a obra do Dick é tratada com muito mais respeito por aqui, mas só depois vi que a ediçao do Valis que comprei nao é argentina, mas espanhola. Ediçoes Minotauro, pra ser mais preciso.
So sorry, people.
domingo, 17 de julho de 2005
AH, ESSES ESCOCÊSES...
Estava aqui pensando com meus botoes, e, pode crer, me surpreendi com esses números. Muito provável que seja jogada de marketing, mas eu tenho minhas dúvidas, já que hoje fui a uma livraria aqui (que é bem longe de lá, e daí também) e vi uma senhora comprando as duas versoes (gringas) descritas na reportagem.
O engraçado é que por agora, o livro que me diverte também é obra de um escocês, Irvine Welsh. Sim, estou falando de TRAINSPOTTING, que deu origem a um filmaço, e que aportou em terra brasilis pelas maos competentes do malignos Pellizzari e Galera. Sublime! Temos que tirar o chapéu pros caras, porque titio Welsh tem o "mau" hábito de escrever em scotisch, quase um dialeto urbano falado nas ruas de Edimburgo e sei lá mais onde. Tipo assim, muito doido.
A história é, na verdade, um amontoado de pequenos contos que, quando unidos, dao uma história maior. Adoro esse tipo de narrativa fragmentada.
Por falar nisso, voltando à livraria, tive que comprar um exemplar de Valis, do maluco (mesmo!), Philip K. Dick. Por aqui a obra dele é tratada com muito mais respeito, nao se limitando a esses tie-ins do cacete - com foto do Tom Cruise ou do Ben Affleck na capa - que as editoras só tem a bondade de publicar no rastro (entendeu? entendeu?) de mais alguma derrapada holliwoodiana.
E só pra continuar nas cercanias de Edimburgo, eu já deveria ter dito algo sobre SEVEN SOLDIERS aqui, magnífica máxi-série do Careca. Depois faço isso. Tchau!
O engraçado é que por agora, o livro que me diverte também é obra de um escocês, Irvine Welsh. Sim, estou falando de TRAINSPOTTING, que deu origem a um filmaço, e que aportou em terra brasilis pelas maos competentes do malignos Pellizzari e Galera. Sublime! Temos que tirar o chapéu pros caras, porque titio Welsh tem o "mau" hábito de escrever em scotisch, quase um dialeto urbano falado nas ruas de Edimburgo e sei lá mais onde. Tipo assim, muito doido.
A história é, na verdade, um amontoado de pequenos contos que, quando unidos, dao uma história maior. Adoro esse tipo de narrativa fragmentada.
Por falar nisso, voltando à livraria, tive que comprar um exemplar de Valis, do maluco (mesmo!), Philip K. Dick. Por aqui a obra dele é tratada com muito mais respeito, nao se limitando a esses tie-ins do cacete - com foto do Tom Cruise ou do Ben Affleck na capa - que as editoras só tem a bondade de publicar no rastro (entendeu? entendeu?) de mais alguma derrapada holliwoodiana.
E só pra continuar nas cercanias de Edimburgo, eu já deveria ter dito algo sobre SEVEN SOLDIERS aqui, magnífica máxi-série do Careca. Depois faço isso. Tchau!
THE SINGHSONS
Via Rodolfo Andrade, lá do Hypervoid.
Fiquei curioso pra saber se é só zoeira (a resposta provável), ou se existe mais material desse por aí.
Fiquei curioso pra saber se é só zoeira (a resposta provável), ou se existe mais material desse por aí.
quinta-feira, 30 de junho de 2005
SONIDOS NO SUL DO MUNDO
Longe de casa, e com jornadas de trabalho pré-abolicionistas, não há muito o que fazer, a não ser dar uma olhada num bom livro, fuçar em algum sebo à cata do verdadeiro quadrinho portenho, ou ainda ouvir uma musiquinha. E é da última que vamos falar. A grande verdade é que não consegui ouvir nada genuinamente local (e que se enquadre nos meus parâmetros musicais, obviamente), mais por falta de tempo em correr atrás do que outra coisa. Portanto, aqui vão as impressões sobre o que estou ouvindo aqui (nenhuma novidade), nesse frio glacial.
RAMMSTEIN – REISE, REISE
Esse novo disco do sexteto alemão é simplesmente uma bigorna sonora. Fica difícil definir com pouco tempo de audição quais são as melhores faixas, mas arrisco um palpite, que pode mudar, evidentemente, de que as três pérolas são as já mtvclipadas KEINE LUST e AMERIKA - ambas sensacionais - e MOSKAU.
A surpresa vai para MOSKAU, cujos vocais têm a participação da cantora Viktoria Fersh, que canta em russo (com direito à letra em cirílico!). A música é simplesmente maravilhosa e nos remete sem escalas à terra pela qual nutro uma certa paixão platônica e que nos deu Tolstoi, os Ladas, as falsas lésbicas da dupla Tatoo e as ogivas termonucleares de 67 megatons. Além disso, é a trilha sonora ideal para ler quadrinhos.
VELVET REVOLVER – CONTRABAND
Vem cá. Eu já te contei que odeio o Guns’n Roses?
Coisa que eu trago desde a adolescência, e da qual não consigo me livrar, mesmo tendo ampliado bastante – pelo menos acho – meus horizontes musicais nos últimos anos. Aí, sai o filme do Hulk, eu ouço uma musica legal na trilha sonora, e não é que fiquei pasmo quando soube que a tal era composição da banda que eu adorava desprezar? Tá certo, com um novo frontman, oriundo, esse sim, de uma banda que fazia um sonzinho que me agradava bastante, o STONE TEMPLE PILOTS, e que acabou de um jeito que ainda é um mistério para mim (e que poderia deixar de sê-lo em questão de alguns cliques, mas eu sou preguiçoso e não vou fazer isso agora nem fudendo).
Certo, certo. Deve ser só essa musica que presta, penso. Eu baixo por ai que tá tudo certo.
Só que não baixo músicas há séculos, e andei ouvindo outras coisas, que me fizeram mudar de idéia a ponto de querer saber como estava o recheio da bolachinha deles (com o perdão dos trocadilhos, per favore!).
Não e nada de mais e não está muito longe do hard-rock farofento que os Roses já vinham fazendo há anos. Eu cheguei a pensar que a presença de Scott Weiland fosse dar uma guinada no estilo da banda, mas foi a recíproca que acabou se tornando verdadeira. De qualquer maneira, não faz mal pra saúde e tem umas musiquinhas bacanas, daquelas bem grudentas, que lhe dão vontade de sair assobiando por aí. Destaque para a já citada SET ME FREE (da trilha do Hulk), para SUCKER TRAIN BLUES e DIRTY LITTLE THING.
AUDIOSLAVE – OUT OF EXILE
Outro caso de duas bandas que viraram uma (como se houvessem poucos por ai...). Acho que já disse isso por aqui, mas não custa nada repetir: fui fã tardio do RAGE AGAINST THE MACHINE, e fã precoce do SOUNDGARDEN, e o som dos escravos do som (êita porra!) não fica devendo nada para suas encarnações passadas, nem em uma direção, nem na outra.
Sonzão sem firúlas (eu ate que sou chegadinho numa firúla, mas quando é feita com classe, como e o caso dos meninos do próximo tópico) e que te pega pelos bagos (qual seria o equivalente feminino para a expressão?). Por enquanto, fico com a que inicia o disco, YOUR TIME IS COME, com BE YOURSELF, que já estava rolando nas rádios e que tem uma letra que eu acho muito bonita, e finalmente, com a nervosa MAN OR ANIMAL, que tem um dos baixos mais malucos que eu já ouvi.
DREAM THEATER – OCTAVARIUM
A gente estava falando em firúlas, né não? Bem, não vou ficar aqui defendendo ou refutando as virtudes e os motivos dos caras. Eu gosto muito do som deles – me arrisco a dizer que é minha banda preferida - e pra mim isso já esta de bom tamanho. O DREAM THEATHER é o casso clássico do 8 ou 80, do amo ou odeio, e por aí vai. Quem gosta, gosta muito, quem não gosta, passa longe. Música para músicos, dizem as más línguas. Mas o que importa e que os caras estão cada vez melhores. Essa bolacha está deveras pesada, abrindo com a pancada de THE ROOT OF ALL EVIL (que contém as partes VI e VII da última música (??????), OCTARAVIUM), que é seguida da baladinha default THE ANSWER LIES WITHIN, e continuando com as pirações em THESE WALLS. Está tudo lá: as referências à discos anteriores, as músicas gigantescas (OCTAVARIUM tem mais de 20 minutos), as firulas e tal.
Valeu cada peso.
O engraçado é que meu sentido de aranha parece ter funcionado direitinho, e eu fui entrar numa loja de cds justo no dia em que o disco é lançado por aqui. Ainda não superou a obra-prima, SCENES FROM A MEMORY, mas não deixa a desejar. Muito bom. Mais uma vez, até que se prove o contrário, meus votos vão para THE ROOT OF ALL EVIL, PANIC ATTACK e NEVER ENOUGH. Outra coisa: nesse disco, os teclados de Jordan Rudess estão muito mais, hmmmm...espaciais. Deve haver algum termo técnico para tentar transmitir melhor a idéia, e se algum(a) bo(a)m samaritano(a) que entenda de música resolver dirimir minha dúvida, agradeço de antemão.
Después, historietas argentinas!
Fui.
RAMMSTEIN – REISE, REISE
Esse novo disco do sexteto alemão é simplesmente uma bigorna sonora. Fica difícil definir com pouco tempo de audição quais são as melhores faixas, mas arrisco um palpite, que pode mudar, evidentemente, de que as três pérolas são as já mtvclipadas KEINE LUST e AMERIKA - ambas sensacionais - e MOSKAU.
A surpresa vai para MOSKAU, cujos vocais têm a participação da cantora Viktoria Fersh, que canta em russo (com direito à letra em cirílico!). A música é simplesmente maravilhosa e nos remete sem escalas à terra pela qual nutro uma certa paixão platônica e que nos deu Tolstoi, os Ladas, as falsas lésbicas da dupla Tatoo e as ogivas termonucleares de 67 megatons. Além disso, é a trilha sonora ideal para ler quadrinhos.
VELVET REVOLVER – CONTRABAND
Vem cá. Eu já te contei que odeio o Guns’n Roses?
Coisa que eu trago desde a adolescência, e da qual não consigo me livrar, mesmo tendo ampliado bastante – pelo menos acho – meus horizontes musicais nos últimos anos. Aí, sai o filme do Hulk, eu ouço uma musica legal na trilha sonora, e não é que fiquei pasmo quando soube que a tal era composição da banda que eu adorava desprezar? Tá certo, com um novo frontman, oriundo, esse sim, de uma banda que fazia um sonzinho que me agradava bastante, o STONE TEMPLE PILOTS, e que acabou de um jeito que ainda é um mistério para mim (e que poderia deixar de sê-lo em questão de alguns cliques, mas eu sou preguiçoso e não vou fazer isso agora nem fudendo).
Certo, certo. Deve ser só essa musica que presta, penso. Eu baixo por ai que tá tudo certo.
Só que não baixo músicas há séculos, e andei ouvindo outras coisas, que me fizeram mudar de idéia a ponto de querer saber como estava o recheio da bolachinha deles (com o perdão dos trocadilhos, per favore!).
Não e nada de mais e não está muito longe do hard-rock farofento que os Roses já vinham fazendo há anos. Eu cheguei a pensar que a presença de Scott Weiland fosse dar uma guinada no estilo da banda, mas foi a recíproca que acabou se tornando verdadeira. De qualquer maneira, não faz mal pra saúde e tem umas musiquinhas bacanas, daquelas bem grudentas, que lhe dão vontade de sair assobiando por aí. Destaque para a já citada SET ME FREE (da trilha do Hulk), para SUCKER TRAIN BLUES e DIRTY LITTLE THING.
AUDIOSLAVE – OUT OF EXILE
Outro caso de duas bandas que viraram uma (como se houvessem poucos por ai...). Acho que já disse isso por aqui, mas não custa nada repetir: fui fã tardio do RAGE AGAINST THE MACHINE, e fã precoce do SOUNDGARDEN, e o som dos escravos do som (êita porra!) não fica devendo nada para suas encarnações passadas, nem em uma direção, nem na outra.
Sonzão sem firúlas (eu ate que sou chegadinho numa firúla, mas quando é feita com classe, como e o caso dos meninos do próximo tópico) e que te pega pelos bagos (qual seria o equivalente feminino para a expressão?). Por enquanto, fico com a que inicia o disco, YOUR TIME IS COME, com BE YOURSELF, que já estava rolando nas rádios e que tem uma letra que eu acho muito bonita, e finalmente, com a nervosa MAN OR ANIMAL, que tem um dos baixos mais malucos que eu já ouvi.
DREAM THEATER – OCTAVARIUM
A gente estava falando em firúlas, né não? Bem, não vou ficar aqui defendendo ou refutando as virtudes e os motivos dos caras. Eu gosto muito do som deles – me arrisco a dizer que é minha banda preferida - e pra mim isso já esta de bom tamanho. O DREAM THEATHER é o casso clássico do 8 ou 80, do amo ou odeio, e por aí vai. Quem gosta, gosta muito, quem não gosta, passa longe. Música para músicos, dizem as más línguas. Mas o que importa e que os caras estão cada vez melhores. Essa bolacha está deveras pesada, abrindo com a pancada de THE ROOT OF ALL EVIL (que contém as partes VI e VII da última música (??????), OCTARAVIUM), que é seguida da baladinha default THE ANSWER LIES WITHIN, e continuando com as pirações em THESE WALLS. Está tudo lá: as referências à discos anteriores, as músicas gigantescas (OCTAVARIUM tem mais de 20 minutos), as firulas e tal.
Valeu cada peso.
O engraçado é que meu sentido de aranha parece ter funcionado direitinho, e eu fui entrar numa loja de cds justo no dia em que o disco é lançado por aqui. Ainda não superou a obra-prima, SCENES FROM A MEMORY, mas não deixa a desejar. Muito bom. Mais uma vez, até que se prove o contrário, meus votos vão para THE ROOT OF ALL EVIL, PANIC ATTACK e NEVER ENOUGH. Outra coisa: nesse disco, os teclados de Jordan Rudess estão muito mais, hmmmm...espaciais. Deve haver algum termo técnico para tentar transmitir melhor a idéia, e se algum(a) bo(a)m samaritano(a) que entenda de música resolver dirimir minha dúvida, agradeço de antemão.
Después, historietas argentinas!
Fui.
quinta-feira, 9 de junho de 2005
ESPORTE RADICAL É...
...ser o único brasileiro num restaurante cheio de argentinos, em dia de Brasil x Argentina.
P.S.: Justiça seja feita. O povo daqui é sossegado e eu nao cheguei a ser linchado nem currado por uma turba.
P.S.2: Brincadeirinha. Ninguém me encheu o saco.
P.S.3: Mas eu também nao abri a boca.
P.S.: Justiça seja feita. O povo daqui é sossegado e eu nao cheguei a ser linchado nem currado por uma turba.
P.S.2: Brincadeirinha. Ninguém me encheu o saco.
P.S.3: Mas eu também nao abri a boca.
terça-feira, 7 de junho de 2005
segunda-feira, 6 de junho de 2005
COMMUNICATION BREAKDOWN
Tomei a pílula vermelha há certo tempo e tenho sido bem menos assíduo por essas bandas digitais. Alguns de vocês já devem estar sabendo, mas nao custa nada repetir: estou aquí nas antigas Províncias Reunidas do Rio da Prata, a trabalho, e estava, teóricamente, incomunicável.
Teóricamente porque nao sabia como seria meu acesso à internet por nessas paragens, mas logo que cheguei um colega de trabalho apontou uma das muitas peculiaridades (sobre as quais falarei mais, assim que possível) desse país: a quantidade absurda de lan-houses. A cada duzentos metros tem uma! Além disso, o precinho camarada (quando é cara, fica lá pelos 2,00 pesos a hora) contribui para me manter por aqui. Obviamente, o tempo continua sendo um fator limitante, mas estarei por aquí.
Do lado de cá, tudo normal, a nao ser, claro, a falta que sinto do restante do Cla. Nao trabalhei hoje, por conta da greve dos funcionários da Grande Montadora Alema, que fecharam os portoes da fábrica em meio a um panelaço metalúrgico como eu nunca tinha visto.
Embora esteja me digladiando com o Microsoft Word daqui, que insiste em me corrigir, já ganhei o dia hoje, descobrindo que aquí também existem Zé-ruelas, além de ter comprado, pela bagatela de 10 pesos, um álbum de 128 páginas, com guíon de Silvia Debor e dibujos de Ignacio Rodríguez Minaverri, gráficamente impecable, chamado CALLEJONES ROJOS. Parece legal. Daqui a pouco, tentarei descifrá-lo. Fui.
Teóricamente porque nao sabia como seria meu acesso à internet por nessas paragens, mas logo que cheguei um colega de trabalho apontou uma das muitas peculiaridades (sobre as quais falarei mais, assim que possível) desse país: a quantidade absurda de lan-houses. A cada duzentos metros tem uma! Além disso, o precinho camarada (quando é cara, fica lá pelos 2,00 pesos a hora) contribui para me manter por aqui. Obviamente, o tempo continua sendo um fator limitante, mas estarei por aquí.
Do lado de cá, tudo normal, a nao ser, claro, a falta que sinto do restante do Cla. Nao trabalhei hoje, por conta da greve dos funcionários da Grande Montadora Alema, que fecharam os portoes da fábrica em meio a um panelaço metalúrgico como eu nunca tinha visto.
Embora esteja me digladiando com o Microsoft Word daqui, que insiste em me corrigir, já ganhei o dia hoje, descobrindo que aquí também existem Zé-ruelas, além de ter comprado, pela bagatela de 10 pesos, um álbum de 128 páginas, com guíon de Silvia Debor e dibujos de Ignacio Rodríguez Minaverri, gráficamente impecable, chamado CALLEJONES ROJOS. Parece legal. Daqui a pouco, tentarei descifrá-lo. Fui.
sábado, 7 de maio de 2005
BERNIE
Mas não é o Wrightson.
Sei lá por que cargas d’água me lembrei de uma reportagem que vi num programa da Record domingo passado. Essa reportagem faz parte de uma série que tem como assunto a incidência do parasitismo em humanos e no caso o que me chamou a atenção foi uma mulher, americana ou inglesa, sei lá, que passou as férias nos trópicos (só não lembro de que lado do globo) e, quando voltou pra casa, tinha um pequeno caroço na cabeça.
O caroço foi crescendo e a mulher resolveu procurar um médico. E, pá!, a médica raspou o cabelo dela, tirou a pele morta do caroço e, voilá!, um berne ENORME deu, literalmente, as caras. Puta troço nojento! A cabecinha do berne saindo e entrando do furo.
Daí, a médica explicou que existiam duas maneiras de tirar o bicho. Ou ela abria um corta na cabeça da pobre coitada, ou tampava o buraco com vaselina e um adesivo e matava o bicho asfixiado (sim, eles precisam de ar para sobreviver) e o puxaria pelo buraco quando estivesse morto. Optou-se pela segunda alternativa e lá vai a médica tirar o bicho pelo buraco no outro dia. Cruz-credo! Fiquei com nojinho. E era um baita bernão.
E falando em parasitismo, mas mudando um pouco a semântica da palavra, essa semana tivemos mais uma prova de que política e estupidez sempre, sempre andam de mãos dadas (via Hector). O ilustre deputado (e coronel nas horas vagas) Ronaldo Caiado (PFL-GO), através de um jagunço-jurisprudente, mandou recolher todos os exemplares do livro NA TOCA DOS LEÕES, do escritor Fernando Morais (CORAÇÕES SUJOS, OLGA, CHATÔ, etc), já que numa passagem da obra que narra a história da agência publicitária W/Brasil, existe uma suposta afirmação do deputado, onde ele “revela ter um projeto de esterilização das mulheres como solução da superpopulação dos estratos sociais inferiores, os nordestinos". Mais detalhes aqui e aqui.
O interessante é que, se o cara tivesse recorrido normalmente, como qualquer cidadão faria, sem ter que apelar para essa medida inquisitória e estúpida, a notícia ficaria circunscrita aos leitores do livro. Cá pra nós, nem é tão chocante assim, num país onde representantes da classe política se divertem mutilando desafetos com moto-serras. Mas não, tem que fazer esse auê. Bom pro Fernando Morais e pra editora. Agora esse livro vai vender que nem água, os caras, que estão proibidos de falar, por ordem do juiz, ficam como mártires, e o deputado dá mais um tiro no próprio pé e queima mais ainda o filme. Guardadas as devidas proporções, é uma comédia pastelão.
Ah, e só pra não perder o fio da meada, aqui tem um link esperto (cortesia de Mr. Cassiano Reis) pra baixar um documentário (gigantesco!) sobre o falecido patrono das organizações Globo, vocês-sabem-quem. Só o título da parada já vale a pena.
Sei lá por que cargas d’água me lembrei de uma reportagem que vi num programa da Record domingo passado. Essa reportagem faz parte de uma série que tem como assunto a incidência do parasitismo em humanos e no caso o que me chamou a atenção foi uma mulher, americana ou inglesa, sei lá, que passou as férias nos trópicos (só não lembro de que lado do globo) e, quando voltou pra casa, tinha um pequeno caroço na cabeça.
O caroço foi crescendo e a mulher resolveu procurar um médico. E, pá!, a médica raspou o cabelo dela, tirou a pele morta do caroço e, voilá!, um berne ENORME deu, literalmente, as caras. Puta troço nojento! A cabecinha do berne saindo e entrando do furo.
Daí, a médica explicou que existiam duas maneiras de tirar o bicho. Ou ela abria um corta na cabeça da pobre coitada, ou tampava o buraco com vaselina e um adesivo e matava o bicho asfixiado (sim, eles precisam de ar para sobreviver) e o puxaria pelo buraco quando estivesse morto. Optou-se pela segunda alternativa e lá vai a médica tirar o bicho pelo buraco no outro dia. Cruz-credo! Fiquei com nojinho. E era um baita bernão.
E falando em parasitismo, mas mudando um pouco a semântica da palavra, essa semana tivemos mais uma prova de que política e estupidez sempre, sempre andam de mãos dadas (via Hector). O ilustre deputado (e coronel nas horas vagas) Ronaldo Caiado (PFL-GO), através de um jagunço-jurisprudente, mandou recolher todos os exemplares do livro NA TOCA DOS LEÕES, do escritor Fernando Morais (CORAÇÕES SUJOS, OLGA, CHATÔ, etc), já que numa passagem da obra que narra a história da agência publicitária W/Brasil, existe uma suposta afirmação do deputado, onde ele “revela ter um projeto de esterilização das mulheres como solução da superpopulação dos estratos sociais inferiores, os nordestinos". Mais detalhes aqui e aqui.
O interessante é que, se o cara tivesse recorrido normalmente, como qualquer cidadão faria, sem ter que apelar para essa medida inquisitória e estúpida, a notícia ficaria circunscrita aos leitores do livro. Cá pra nós, nem é tão chocante assim, num país onde representantes da classe política se divertem mutilando desafetos com moto-serras. Mas não, tem que fazer esse auê. Bom pro Fernando Morais e pra editora. Agora esse livro vai vender que nem água, os caras, que estão proibidos de falar, por ordem do juiz, ficam como mártires, e o deputado dá mais um tiro no próprio pé e queima mais ainda o filme. Guardadas as devidas proporções, é uma comédia pastelão.
Ah, e só pra não perder o fio da meada, aqui tem um link esperto (cortesia de Mr. Cassiano Reis) pra baixar um documentário (gigantesco!) sobre o falecido patrono das organizações Globo, vocês-sabem-quem. Só o título da parada já vale a pena.
sexta-feira, 6 de maio de 2005
MANTICORE 3 - À VENDA!
Pessoal, a MANTICORE 3, revista com hqs de terror e ficção da qual já devo ter falado bastante está à venda no site da NONA ARTE.
Essa edição conta com as participações de Antonio Eder, André Diniz, Falex, Abs Moraes, Léo Andrade, Diego A. Vieira, Allan Ledo, Marcio Massula Jr. Hector Lima, Irapuã e Michelle Fiorucci e Élcio Chicanowski.
Foi disponibilizado um preview em PDF bem legal, que fala da história da revista, inclui artes de quase todas as hqs, uma história inédita assinada pelo Antonio Eder e mostras os bastidores da produção de duas hqs. Uma dessas hqs é OVNIS, TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES, que eu escrevi e o Antonio ilustrou, e o preview traz o roteiro completo.
O que estão esperando? Mexam esses traseiros gordos!
Essa edição conta com as participações de Antonio Eder, André Diniz, Falex, Abs Moraes, Léo Andrade, Diego A. Vieira, Allan Ledo, Marcio Massula Jr. Hector Lima, Irapuã e Michelle Fiorucci e Élcio Chicanowski.
Foi disponibilizado um preview em PDF bem legal, que fala da história da revista, inclui artes de quase todas as hqs, uma história inédita assinada pelo Antonio Eder e mostras os bastidores da produção de duas hqs. Uma dessas hqs é OVNIS, TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES, que eu escrevi e o Antonio ilustrou, e o preview traz o roteiro completo.
O que estão esperando? Mexam esses traseiros gordos!
quinta-feira, 5 de maio de 2005
QUADRINHOS
Já há certo tempo que estou querendo divulgar essas paradas aqui, então aproveito o ensejo e faço tudo numa tacada só.
BRADO RETUMBANTE 3
Eu já venho falando de BRADO RETUMBANTE aqui há tempos, e agora não vai ser diferente. Chegou a terceira edição da revista, de periodicidade semestral e mix fixo. Até por estar mais familiarizado com os personagens, achei essa edição, em termos técnicos (desenho e roteiros) superior às duas primeiras. A única ressalva fica por conta do papel, inferior ao das edições anteriores. Contudo, isso também teve um motivo e implicou uma redução de 25% no preço da revista, então, ficam elas por elas. Se você curte histórias de super-heróis, já devia ter encomendado a sua. Eu já comprei a minha.
BELÉM IMAGINÁRIA
Não li, mas pela prévia que deixaram no site, me deixou bastante interessado. Aparentemente, prova que dá, sim, para utilizar nossa mitologia (ou folclore, como queira) em hqs sem parecer piegas ou ufanista. Comprarei.
THE LONG YESTERDAY (INTEMPOL)
O Intempol é um universo ficcional compartilhado capitaneado por Octávio Aragão e que já rendeu uma coletânea publicada pela editora Ano-Luz, além de vários contos, hqs e dois romances em formato digital disponibilizados no próprio site. Agora é a vez de publicarem uma graphic novel, com todas as letras, numa edição pra lá de luxuosa. Aqui existe uma entrevista com os criadores, onde ele falam um pouco sobre a gestação da parada. Comprarei também.
QUADROID 2
Essa é a segunda edição da revista, contando com trabalhos dos dois cabeças da editora virtual, Alexandre Lobão e E. C. Nickel, além das colaborações de Wace e Fabiano Pallante. Um ponto interessante é que a história A CASA é apresentada em dois formatos. Primeiro, no original, como um conto. Depois, reinterpretada pelo desenhista Wace. Ainda não li, mas já baixei, e, se seguir o caminho da edição anterior, algo em que estou terminantemente inclinado a acreditar, está muito boa. E é de “grátis”.
BRADO RETUMBANTE 3
Eu já venho falando de BRADO RETUMBANTE aqui há tempos, e agora não vai ser diferente. Chegou a terceira edição da revista, de periodicidade semestral e mix fixo. Até por estar mais familiarizado com os personagens, achei essa edição, em termos técnicos (desenho e roteiros) superior às duas primeiras. A única ressalva fica por conta do papel, inferior ao das edições anteriores. Contudo, isso também teve um motivo e implicou uma redução de 25% no preço da revista, então, ficam elas por elas. Se você curte histórias de super-heróis, já devia ter encomendado a sua. Eu já comprei a minha.
BELÉM IMAGINÁRIA
Não li, mas pela prévia que deixaram no site, me deixou bastante interessado. Aparentemente, prova que dá, sim, para utilizar nossa mitologia (ou folclore, como queira) em hqs sem parecer piegas ou ufanista. Comprarei.
THE LONG YESTERDAY (INTEMPOL)
O Intempol é um universo ficcional compartilhado capitaneado por Octávio Aragão e que já rendeu uma coletânea publicada pela editora Ano-Luz, além de vários contos, hqs e dois romances em formato digital disponibilizados no próprio site. Agora é a vez de publicarem uma graphic novel, com todas as letras, numa edição pra lá de luxuosa. Aqui existe uma entrevista com os criadores, onde ele falam um pouco sobre a gestação da parada. Comprarei também.
QUADROID 2
Essa é a segunda edição da revista, contando com trabalhos dos dois cabeças da editora virtual, Alexandre Lobão e E. C. Nickel, além das colaborações de Wace e Fabiano Pallante. Um ponto interessante é que a história A CASA é apresentada em dois formatos. Primeiro, no original, como um conto. Depois, reinterpretada pelo desenhista Wace. Ainda não li, mas já baixei, e, se seguir o caminho da edição anterior, algo em que estou terminantemente inclinado a acreditar, está muito boa. E é de “grátis”.
segunda-feira, 2 de maio de 2005
REVIEW MANTICORE 3
Primeiro review (que encontrei) da MANTICORE 3.
Por Marko Ajdaric, que também já incluiu, na semana que passou, duas notinhas em seu ótimo boletim Neorama, que pode ser assinado aqui.
Por Marko Ajdaric, que também já incluiu, na semana que passou, duas notinhas em seu ótimo boletim Neorama, que pode ser assinado aqui.
sexta-feira, 29 de abril de 2005
MUNDO PERDIDO ATUALIZADO!
Essa semana atualizamos o site. No index está indicado o dia 03 de Abril, que foi a data onde essa nova leva de material, teoricamente, foi ao ar.
Contudo, tivemos alguns problemas técnicos e só a página principal tinha sido realmente carregada. Tudo devidamente resolvido por Sir Lobão.
Agora vão lá, seus malucos!
Contudo, tivemos alguns problemas técnicos e só a página principal tinha sido realmente carregada. Tudo devidamente resolvido por Sir Lobão.
Agora vão lá, seus malucos!
terça-feira, 19 de abril de 2005
segunda-feira, 18 de abril de 2005
MANTICORE 3
Como eu estava dizendo no post anterior, já saiu a nova edição da revista MANTICORE, terceira de uma linhagem antiquíssima (as duas primeiras foram lançadas no século passado). A MANTICORE 3 é uma antologia de hqs de terror e ficção com capa colorida, miolo p&b, 40 páginas e formato americano da qual falarei assim que tiver mais detalhes sobre pontos de venda e quejandos. Lá pelo meio da semana dou mais notícias por aqui.
Ah, já ia me esquecendo. Saíram duas histórias escritas por mim lá. E, pessoal, dá uma puta de uma sensação boa ver um trabalho seu publicado.
Ah, já ia me esquecendo. Saíram duas histórias escritas por mim lá. E, pessoal, dá uma puta de uma sensação boa ver um trabalho seu publicado.
domingo, 17 de abril de 2005
ZOMBINGO/(IN)VERSION
Já saiu lá nos States o primeiro single do selo Night Office, capitaneado pelo maluco Hector Lima.
A edição conta com duas hqs, ZOMBINGO, com roteiro assinado pelo prórprio Hector e com a arte feita por Irapuan Luiz, e (IN)VERSION, com roteiro cirurgicamente preciso (ou precisamente cirúrgico) do vetusto Abs Moraes e arte do fabuloso Jean Okada.
Aqui saiu uma matéria interessante sobre a revista.
Só pra constar, as duas já foram publicadas por aqui. (IN)VERSION saiu como (IN)VERSÃO na edição 2 do zine ORBITAL. E ZOMBINGO foi publicada na terceira edição da revista MANTICORE.
Mas como assim o que é MANTICORE?
A edição conta com duas hqs, ZOMBINGO, com roteiro assinado pelo prórprio Hector e com a arte feita por Irapuan Luiz, e (IN)VERSION, com roteiro cirurgicamente preciso (ou precisamente cirúrgico) do vetusto Abs Moraes e arte do fabuloso Jean Okada.
Aqui saiu uma matéria interessante sobre a revista.
Só pra constar, as duas já foram publicadas por aqui. (IN)VERSION saiu como (IN)VERSÃO na edição 2 do zine ORBITAL. E ZOMBINGO foi publicada na terceira edição da revista MANTICORE.
Mas como assim o que é MANTICORE?
terça-feira, 12 de abril de 2005
HOJE ESTAMOS (Eu e o Poodle Satânico):
- Com muitas saudades da Matriarca e do Primogênito, em férias nas alterosas.
- Seriamente dispostos à assitir a terceira e última prestação de CÃES DE ALUGUEL. Puta filmão. Quem te viu, quem te vê, hein, Tarantino? (só pro caso de você perguntar, o duplo sentido foi proposital)
- Seriamente dispostos à iniciarmos a redação do roteiro de SÍNDROME DE CASSANDRA. Mas como manda o figurino, aguardaremos mais um pouco até que as notas atinjam massa crítica.
- Felizes, por termos amarrado tudo em YANKEE, GO HOME! Claro, existe a possibilidade do editor recusar tudo e voltarmos ao ponto de partida (não é à toa reverenciamos a cobra que come o próprio rabo), mas reescrever é bem menos doloroso, acho.
- Sem um puto no bolso.
- Bem servidos, gastronômicamente falando. No cardápio dessa noite consta, se não me falha a memória, bolinhas de queijo Sadia.
- Seriamente dispostos à assitir a terceira e última prestação de CÃES DE ALUGUEL. Puta filmão. Quem te viu, quem te vê, hein, Tarantino? (só pro caso de você perguntar, o duplo sentido foi proposital)
- Seriamente dispostos à iniciarmos a redação do roteiro de SÍNDROME DE CASSANDRA. Mas como manda o figurino, aguardaremos mais um pouco até que as notas atinjam massa crítica.
- Felizes, por termos amarrado tudo em YANKEE, GO HOME! Claro, existe a possibilidade do editor recusar tudo e voltarmos ao ponto de partida (não é à toa reverenciamos a cobra que come o próprio rabo), mas reescrever é bem menos doloroso, acho.
- Sem um puto no bolso.
- Bem servidos, gastronômicamente falando. No cardápio dessa noite consta, se não me falha a memória, bolinhas de queijo Sadia.
sábado, 9 de abril de 2005
$
Alguém me diga o nome do cara que inventou o dinheiro, que eu vou procurar a encarnação atual do goiaba (ou seria da goiaba?) pra lhe dar uns bons sopapos.
QUE PATLABOR QUE NADA!
quarta-feira, 6 de abril de 2005
SEVERINO DA PORRA!
segunda-feira, 4 de abril de 2005
DOCUMENTO-HQ
Sempre tive uma impressão estranha em relação ao fumetto Martin Mystère. Por mais que eu ache a premissa interessante e por mais que eu admire Alfredo Castelli pelo trabalho hercúleo de pesquisa, o fato é que essa hq nunca me desceu pela goela. E dia desses, lendo uma história do personagem, descobri por quê.
São as explicações. Os preâmbulos.
Como todo bom personagem bonelliano, Mystère é bem construído, tem um background sólido e tal, mas suas histórias sempre começam com pequenos documentários pra situar o leitor, que são simplesmente de foder. O pior é que Castelli não faz isso gratuita ou inadvertidamente. Outra marca registrada dos roteiristas italianos (ao contrário da grande maioria dos seus colegas americanos) é a integração habilidosa de recursos narrativos normalmente pífios à história, agregando tudo de maneira quase imperceptível ao leitor. Castelli sempre arruma um jeito de justificar aquelas longas introduções. A que mais gostei foi uma onde a tal introdução era realmente um documentário (já que uma das muitas atribuições do Detetive do Impossível é a apresentação de um programa de TV, se não me falha a memória), mas Castelli peca pelo excesso, e acaba atirando no próprio pé ao tentar levar nossa “suspensão voluntária de descrença” ao limite.
De qualquer maneira, ler uma de vez em quando não vai fazer mal algum.
São as explicações. Os preâmbulos.
Como todo bom personagem bonelliano, Mystère é bem construído, tem um background sólido e tal, mas suas histórias sempre começam com pequenos documentários pra situar o leitor, que são simplesmente de foder. O pior é que Castelli não faz isso gratuita ou inadvertidamente. Outra marca registrada dos roteiristas italianos (ao contrário da grande maioria dos seus colegas americanos) é a integração habilidosa de recursos narrativos normalmente pífios à história, agregando tudo de maneira quase imperceptível ao leitor. Castelli sempre arruma um jeito de justificar aquelas longas introduções. A que mais gostei foi uma onde a tal introdução era realmente um documentário (já que uma das muitas atribuições do Detetive do Impossível é a apresentação de um programa de TV, se não me falha a memória), mas Castelli peca pelo excesso, e acaba atirando no próprio pé ao tentar levar nossa “suspensão voluntária de descrença” ao limite.
De qualquer maneira, ler uma de vez em quando não vai fazer mal algum.
RESUMÃO
EU:
Ainda estou por aqui.
O PAPA:
Morreu. A tentação de fazer um trocadilho de péssimo gosto agora é bem grande, mas, independente de eu não ser um dos maiores fãs das religiões organizadas (e das desorganizadas também), é fato que eu me comovia vendo aquele velhinho se esforçando pra fazer as coisas mais simples, tipo, sei lá, levantar um braço.
QUADRINHOS:
Notícias interessantes sobre dois dos meus quadrinhos prediletos. Esse e esse.
LIVROS:
Minha esposa deu a dica e eu fui correndo ver qual era. Uma cadeia de livrarias aqui do sul anunciou que em uma das lojas de Curitiba estariam vendendo livros com pequenos defeitos a preços bem convidativos. Eu, tolinho, acreditei. Pensei que fosse algum tipo de ponta de estoque editorial, mas acabei entrando num bom e velho sebo. Não me apeteceu muito, mas também não saí de mãos vazias. Achei um exemplar do PLANETA DUPLO, de Jack Vance, que tem minha idade (embora esteja bem mais conservado do que eu). Vou ver se agora consigo terminar de ler a parada. Destaque para as orelhas do livro, que não são, tecnicamente, orelhas. Vieram como se fossem dois marcadores de páginas. O detalhe é que o texto começa em um e continua no outro. Se o cara perder, já era. Não que vá fazer muita falta mesmo. Veio também A ESPINHA DORSAL DA MEMÓRIA, do Bráulio Tavares, do qual estava na captura há muito tempo. De lambuja, a edição contém MUNDO FANTASMO (é fantasmO mesmo, zé-ruela!). Seria irrepreensível, não fosse a ridícula edição split, com um livro começando de um lado e o outro, do outro (óbvio!) e de cabeça pra baixo (isso me lembra os formatinhos da Abril. Nos seus piores momentos). E pra terminar, PRAÇA VERMELHA, de Martin Cruz Smith (como assim “o que é Parque Gorki?).
MÚSICA:
Descobri esses caras há pouco tempo (podem me chamar de lerdo) e gostei pra caramba (podem me chamar de fresco).
Outra coisa que não me sai da cabeça até hoje é o som dessa banda. Talvez por eu ter sido fã precoce do Soundgarden, e tardio do Rage Against The Machine.
Ainda estou por aqui.
O PAPA:
Morreu. A tentação de fazer um trocadilho de péssimo gosto agora é bem grande, mas, independente de eu não ser um dos maiores fãs das religiões organizadas (e das desorganizadas também), é fato que eu me comovia vendo aquele velhinho se esforçando pra fazer as coisas mais simples, tipo, sei lá, levantar um braço.
QUADRINHOS:
Notícias interessantes sobre dois dos meus quadrinhos prediletos. Esse e esse.
LIVROS:
Minha esposa deu a dica e eu fui correndo ver qual era. Uma cadeia de livrarias aqui do sul anunciou que em uma das lojas de Curitiba estariam vendendo livros com pequenos defeitos a preços bem convidativos. Eu, tolinho, acreditei. Pensei que fosse algum tipo de ponta de estoque editorial, mas acabei entrando num bom e velho sebo. Não me apeteceu muito, mas também não saí de mãos vazias. Achei um exemplar do PLANETA DUPLO, de Jack Vance, que tem minha idade (embora esteja bem mais conservado do que eu). Vou ver se agora consigo terminar de ler a parada. Destaque para as orelhas do livro, que não são, tecnicamente, orelhas. Vieram como se fossem dois marcadores de páginas. O detalhe é que o texto começa em um e continua no outro. Se o cara perder, já era. Não que vá fazer muita falta mesmo. Veio também A ESPINHA DORSAL DA MEMÓRIA, do Bráulio Tavares, do qual estava na captura há muito tempo. De lambuja, a edição contém MUNDO FANTASMO (é fantasmO mesmo, zé-ruela!). Seria irrepreensível, não fosse a ridícula edição split, com um livro começando de um lado e o outro, do outro (óbvio!) e de cabeça pra baixo (isso me lembra os formatinhos da Abril. Nos seus piores momentos). E pra terminar, PRAÇA VERMELHA, de Martin Cruz Smith (como assim “o que é Parque Gorki?).
MÚSICA:
Descobri esses caras há pouco tempo (podem me chamar de lerdo) e gostei pra caramba (podem me chamar de fresco).
Outra coisa que não me sai da cabeça até hoje é o som dessa banda. Talvez por eu ter sido fã precoce do Soundgarden, e tardio do Rage Against The Machine.