Longe de casa, e com jornadas de trabalho pré-abolicionistas, não há muito o que fazer, a não ser dar uma olhada num bom livro, fuçar em algum sebo à cata do verdadeiro quadrinho portenho, ou ainda ouvir uma musiquinha. E é da última que vamos falar. A grande verdade é que não consegui ouvir nada genuinamente local (e que se enquadre nos meus parâmetros musicais, obviamente), mais por falta de tempo em correr atrás do que outra coisa. Portanto, aqui vão as impressões sobre o que estou ouvindo aqui (nenhuma novidade), nesse frio glacial.
RAMMSTEIN – REISE, REISE
Esse novo disco do sexteto alemão é simplesmente uma bigorna sonora. Fica difícil definir com pouco tempo de audição quais são as melhores faixas, mas arrisco um palpite, que pode mudar, evidentemente, de que as três pérolas são as já mtvclipadas KEINE LUST e AMERIKA - ambas sensacionais - e MOSKAU.
A surpresa vai para MOSKAU, cujos vocais têm a participação da cantora Viktoria Fersh, que canta em russo (com direito à letra em cirílico!). A música é simplesmente maravilhosa e nos remete sem escalas à terra pela qual nutro uma certa paixão platônica e que nos deu Tolstoi, os Ladas, as falsas lésbicas da dupla Tatoo e as ogivas termonucleares de 67 megatons. Além disso, é a trilha sonora ideal para ler quadrinhos.
VELVET REVOLVER – CONTRABAND
Vem cá. Eu já te contei que odeio o Guns’n Roses?
Coisa que eu trago desde a adolescência, e da qual não consigo me livrar, mesmo tendo ampliado bastante – pelo menos acho – meus horizontes musicais nos últimos anos. Aí, sai o filme do Hulk, eu ouço uma musica legal na trilha sonora, e não é que fiquei pasmo quando soube que a tal era composição da banda que eu adorava desprezar? Tá certo, com um novo frontman, oriundo, esse sim, de uma banda que fazia um sonzinho que me agradava bastante, o STONE TEMPLE PILOTS, e que acabou de um jeito que ainda é um mistério para mim (e que poderia deixar de sê-lo em questão de alguns cliques, mas eu sou preguiçoso e não vou fazer isso agora nem fudendo).
Certo, certo. Deve ser só essa musica que presta, penso. Eu baixo por ai que tá tudo certo.
Só que não baixo músicas há séculos, e andei ouvindo outras coisas, que me fizeram mudar de idéia a ponto de querer saber como estava o recheio da bolachinha deles (com o perdão dos trocadilhos, per favore!).
Não e nada de mais e não está muito longe do hard-rock farofento que os Roses já vinham fazendo há anos. Eu cheguei a pensar que a presença de Scott Weiland fosse dar uma guinada no estilo da banda, mas foi a recíproca que acabou se tornando verdadeira. De qualquer maneira, não faz mal pra saúde e tem umas musiquinhas bacanas, daquelas bem grudentas, que lhe dão vontade de sair assobiando por aí. Destaque para a já citada SET ME FREE (da trilha do Hulk), para SUCKER TRAIN BLUES e DIRTY LITTLE THING.
AUDIOSLAVE – OUT OF EXILE
Outro caso de duas bandas que viraram uma (como se houvessem poucos por ai...). Acho que já disse isso por aqui, mas não custa nada repetir: fui fã tardio do RAGE AGAINST THE MACHINE, e fã precoce do SOUNDGARDEN, e o som dos escravos do som (êita porra!) não fica devendo nada para suas encarnações passadas, nem em uma direção, nem na outra.
Sonzão sem firúlas (eu ate que sou chegadinho numa firúla, mas quando é feita com classe, como e o caso dos meninos do próximo tópico) e que te pega pelos bagos (qual seria o equivalente feminino para a expressão?). Por enquanto, fico com a que inicia o disco, YOUR TIME IS COME, com BE YOURSELF, que já estava rolando nas rádios e que tem uma letra que eu acho muito bonita, e finalmente, com a nervosa MAN OR ANIMAL, que tem um dos baixos mais malucos que eu já ouvi.
DREAM THEATER – OCTAVARIUM
A gente estava falando em firúlas, né não? Bem, não vou ficar aqui defendendo ou refutando as virtudes e os motivos dos caras. Eu gosto muito do som deles – me arrisco a dizer que é minha banda preferida - e pra mim isso já esta de bom tamanho. O DREAM THEATHER é o casso clássico do 8 ou 80, do amo ou odeio, e por aí vai. Quem gosta, gosta muito, quem não gosta, passa longe. Música para músicos, dizem as más línguas. Mas o que importa e que os caras estão cada vez melhores. Essa bolacha está deveras pesada, abrindo com a pancada de THE ROOT OF ALL EVIL (que contém as partes VI e VII da última música (??????), OCTARAVIUM), que é seguida da baladinha default THE ANSWER LIES WITHIN, e continuando com as pirações em THESE WALLS. Está tudo lá: as referências à discos anteriores, as músicas gigantescas (OCTAVARIUM tem mais de 20 minutos), as firulas e tal.
Valeu cada peso.
O engraçado é que meu sentido de aranha parece ter funcionado direitinho, e eu fui entrar numa loja de cds justo no dia em que o disco é lançado por aqui. Ainda não superou a obra-prima, SCENES FROM A MEMORY, mas não deixa a desejar. Muito bom. Mais uma vez, até que se prove o contrário, meus votos vão para THE ROOT OF ALL EVIL, PANIC ATTACK e NEVER ENOUGH. Outra coisa: nesse disco, os teclados de Jordan Rudess estão muito mais, hmmmm...espaciais. Deve haver algum termo técnico para tentar transmitir melhor a idéia, e se algum(a) bo(a)m samaritano(a) que entenda de música resolver dirimir minha dúvida, agradeço de antemão.
Después, historietas argentinas!
Fui.
quinta-feira, 30 de junho de 2005
quinta-feira, 9 de junho de 2005
ESPORTE RADICAL É...
...ser o único brasileiro num restaurante cheio de argentinos, em dia de Brasil x Argentina.
P.S.: Justiça seja feita. O povo daqui é sossegado e eu nao cheguei a ser linchado nem currado por uma turba.
P.S.2: Brincadeirinha. Ninguém me encheu o saco.
P.S.3: Mas eu também nao abri a boca.
P.S.: Justiça seja feita. O povo daqui é sossegado e eu nao cheguei a ser linchado nem currado por uma turba.
P.S.2: Brincadeirinha. Ninguém me encheu o saco.
P.S.3: Mas eu também nao abri a boca.
terça-feira, 7 de junho de 2005
segunda-feira, 6 de junho de 2005
COMMUNICATION BREAKDOWN
Tomei a pílula vermelha há certo tempo e tenho sido bem menos assíduo por essas bandas digitais. Alguns de vocês já devem estar sabendo, mas nao custa nada repetir: estou aquí nas antigas Províncias Reunidas do Rio da Prata, a trabalho, e estava, teóricamente, incomunicável.
Teóricamente porque nao sabia como seria meu acesso à internet por nessas paragens, mas logo que cheguei um colega de trabalho apontou uma das muitas peculiaridades (sobre as quais falarei mais, assim que possível) desse país: a quantidade absurda de lan-houses. A cada duzentos metros tem uma! Além disso, o precinho camarada (quando é cara, fica lá pelos 2,00 pesos a hora) contribui para me manter por aqui. Obviamente, o tempo continua sendo um fator limitante, mas estarei por aquí.
Do lado de cá, tudo normal, a nao ser, claro, a falta que sinto do restante do Cla. Nao trabalhei hoje, por conta da greve dos funcionários da Grande Montadora Alema, que fecharam os portoes da fábrica em meio a um panelaço metalúrgico como eu nunca tinha visto.
Embora esteja me digladiando com o Microsoft Word daqui, que insiste em me corrigir, já ganhei o dia hoje, descobrindo que aquí também existem Zé-ruelas, além de ter comprado, pela bagatela de 10 pesos, um álbum de 128 páginas, com guíon de Silvia Debor e dibujos de Ignacio Rodríguez Minaverri, gráficamente impecable, chamado CALLEJONES ROJOS. Parece legal. Daqui a pouco, tentarei descifrá-lo. Fui.
Teóricamente porque nao sabia como seria meu acesso à internet por nessas paragens, mas logo que cheguei um colega de trabalho apontou uma das muitas peculiaridades (sobre as quais falarei mais, assim que possível) desse país: a quantidade absurda de lan-houses. A cada duzentos metros tem uma! Além disso, o precinho camarada (quando é cara, fica lá pelos 2,00 pesos a hora) contribui para me manter por aqui. Obviamente, o tempo continua sendo um fator limitante, mas estarei por aquí.
Do lado de cá, tudo normal, a nao ser, claro, a falta que sinto do restante do Cla. Nao trabalhei hoje, por conta da greve dos funcionários da Grande Montadora Alema, que fecharam os portoes da fábrica em meio a um panelaço metalúrgico como eu nunca tinha visto.
Embora esteja me digladiando com o Microsoft Word daqui, que insiste em me corrigir, já ganhei o dia hoje, descobrindo que aquí também existem Zé-ruelas, além de ter comprado, pela bagatela de 10 pesos, um álbum de 128 páginas, com guíon de Silvia Debor e dibujos de Ignacio Rodríguez Minaverri, gráficamente impecable, chamado CALLEJONES ROJOS. Parece legal. Daqui a pouco, tentarei descifrá-lo. Fui.