segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Até nunca mais, Privacidade. Foi bom enquanto durou.

Estamos quase em 2017 e não é segredo para mais ninguém que, pelos mais variados motivos, empresas e governos monitoram ostensivamente a população.

De qualquer maneira, não consigo deixar de me surpreender quando essa nova realidade bate na minha cara, tal qual um tijolo.

Costumo fazer minhas incursões pela internet utilizando vários combos de sistema operacional + browser, sendo que nos navegadores sempre tento, na medida do possível, usar ferramentas como o Ghostery ou o Privacy Badger.

Depois do computador novo, comecei a utilizar uma dobradinha que até pouco tempo me era desconhecida: Windows 10 + Edge.

Hoje, tava de bobeira na web, pesquisando sobre Chromebooks*.

Acabei esbarrando no site das Casas Bahia. Dei uma olhadinha rápida e fui fazer qualquer outra coisa.

Aí, poucos MINUTOS mais tarde, recebo o seguinte email...



Um representante das Casas Bahia me ofertando, entre outras coisas, um Chromebook.

Atentem para o fato de que apenas três modelos são oficialmente vendidos no Brasil, sendo que apenas um ainda é fabricado. Esse aí de cima, o Samsung Chromebook 3.

Se já é creep demais anúncios sobre temas pesquisados recentemente aparecendo dentro do Facebook (apesar de toda a plausibilidade técnica), levar uma propagandazona dessas no inbox me deixou cabreirão.

Porra, internet!

*:  Que sob determinada ótica, podem ser considerados, uma afronta direta aos princípios mais básicos de privacidade. Mas eu tenho um Chromebook, curto muito para determinadas atividades, e acho o conceito de thin clients descartáveis acessando esse computadorzão de Deus chamado internet bem interessante.

O único problema é o Google. :P

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Problemas na atualização do Ubuntu 16.04 para 16.10 (em máquinas virtuais)

Até alguns meses atrás, usei um computador bem surrado, rodando Mint Linux 13.

Ele ainda está vivo e passa bem.

Agora minha máquina atual está com dual boot entre o Windows 10 (que veio com ela) e o Ubuntu 16.04.

Estive muito tempo afastado do Ubuntu, mas o tempo está fazendo eu me acostumar ao Unity, então voltei a investigar o que se passa na distro GNU/Linux mais famosa do pedaço e que, verdade seja dita, me trouxe de volta ao mundo do Linux, já há alguns anos.

No geral, uso as versões LTS até que o suporte expire. Daí troco para a LTS mais nova, e assim por diante.

Mas como não sou de ferro, gosto de saber das novidades. Então mantenho algumas máquinas virtuais por perto, com as versões mais atuais do sistema.

O Ubuntu é uma das poucas distros que tem uma ferramenta de atualização automática (deixo de fora distros que são atualizadas no esquema rolling release).

Tentei atualizar algumas dessas máquinas virtuais, utilizando a ferramenta padrão do Ubuntu, e tive diversos problemas.

Tentei atualizar máquinas criadas usando tanto o VirtualBox como o VMware Player, mas acabei me concentrando no primeiro, visto que a minha ferramenta preferida.

Relato abaixo os passos que tive que dar para que essa máquina voltasse a funcionar. Talvez ajude alguém.

Todas as máquinas virtuais foram criadas com a ISO do Ubuntu 16.04.
  1. Iniciei a atualização da máquina através da ferramenta padrão do Ubuntu.
  2. O processo corre normalmente, até que a tela congela, durante a instalação dos pacotes.
  3. Forcei um reboot.
  4. Unity parou de funcionar.
  5. Descartei a máquina
  6. Fiz um novo clone da original, e reiniciei o processo, mas dessa vez não usei a interface gráfica. em vez disso, fiz a atualização pelo terminal.
    1. sudo apt-get update && upgrade
    2. sudo apt-get dist-upgrade
    3. sudo do-release-upgrade
  7. As coisas correram bem, mas lá nos finalmentes, o processo travou de novo, na descompactação do pacote libpoppler61:amd64 (0.44.0-3ubuntu2).
  8. Cancelei o processo com um Ctrl+C.
  9. Reiniciei.
  10. Embora meu papel de parede não estivesse aparecendo ao fundo. Até a tela de login, tudo ok. Mas após o login, o Unity se recusava a funcionar, e eu fiquei com uma tela que se limitava a piscar alguma coisa, de vez em quando.
  11. Reiniciei o Ubuntu, e antes de me logar, abri um console (Ctrl+Alt+1).
  12. Fiz o login, e através do comando lsb_release -a, pude confirmar que o Ubuntu já tinha sido atualizado para a versão 16.10, mas havia alguma coisa havia quebrado a interface gráfica.
  13. Forcei as atualizações novamente, através dos comandos listados no item 5 (com a exceção óbvia do do-release-upgrade).
  14. O sistema me informou que havia alguns pacotes quebrados, e que as dependências não poderiam ser baixadas. Forcei o update com o parâmetro -f.
  15. Os pacotes remanescentes foram baixados.
  16. Em certa parte dessa segunda atualização, a tela ficou toda preta. Um Ctrl+C me levou a tela de configuração da nova instalação do GRUB. Não entendi o motivo. Dei ok na opção padrão e a instalação prosseguiu de acordo com o esperado.
  17. Reiniciei o Ubuntu, e dessa vez meu papel de parede apareceu na tela de login. Bom sinal.
  18. Fiz o login. Fui recebido por uma tela negra, por alguns intermináveis segundos. Depois surgiu o desktop, normalmente.
  19. Usei a ferramenta padrão para verificar por alguma atualização remanescente. Fui informado de que ainda havia algumas atualizações quebradas.
  20. Pedi que o sistema instalasse esses pacotes remanescentes.
  21. Reiniciei, e por enquanto, está tudo bem.
Mesmo que o Ubuntu ofereça essa possibilidade de atualização automática, o consenso geral é que uma instalação limpa seja a escolha mais segura.

Eu tive problemas para atualizar uma máquina vitual que uso basicamente para testes, mas imagino as histórias de terror de usuários que passaram pela mesma situação em máquinas reais.

A título de observação, também tive problemas para atualizar outras versões do Ubuntu (Ubuntu Mate e Lubuntu), no mesmo esquema 16.04 => 16.10.

Então, o único conselho que posso lhe dar é: evite atualizar o sistema automaticamente. E poupe seu tempo atualizando entre versões LTS. Esse esquema de atualizações semestrais é intrépido demais para o meu gosto.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Escrevendo roteiros de quadrinhos em smartphones


Ray Spass, se preparando para continuar escrevendo seu roteiro (cinematográfico) em seu celular.
Annihilator 4, Grant Morrison e Frazer Irving.

Um livro, ou no nosso caso, um roteiro, pode ser escrito em um caderno, uma caderneta, um computador, um notebook, um tablet ou mesmo num smartphone.

(Tem gente que escreve em guardanapos também, mas não é o escopo desse post :P )

Ultimamente, existem apenas dois objetos que ficam nos meus bolsos praticamente o dia inteiro: minha carteira e meu smartphone, sendo que algumas vezes é apenas o smartphone.

Minhas leituras também estão concentradas em alguns poucos aplicativos que estão... no meu smartphone.

Na grande maioria das vezes, meu acesso à internet é feito através do meu smartphone.

Enfim, passo muito tempo com esses aparelhinho por perto.

Por outro lado, tenho uma vida um pouco atribulada: crianças pequenas e um trabalho com horários estranhos e que me faz viajar bastante. Fica difícil programar a minha "hora de escrever".

Roteiros de hq, pelo menos do jeito que escrevo, com divisão de páginas e painéis, são documentos segmentados. Podem ir sendo construídos aos poucos. Um painel aqui, um diálogo ali. O importante é não perder o ritmo.

E já que estamos condicionados a passar bastante tempo teclando em smartphones, por que não tentar unir o útil ao agradável?

Se não me engano, foi o roteirista brasileiro David França Mendes quem disse que o melhor programa de escrita é aquele que te mantém escrevendo.

Qualquer aplicativo pode ser utilizado: Google Docs, Simplenote, iA Writer, Microsoft Word, Evernote ou mesmo o bloco de notas do seu celular.

Mas penso que duas características devem ser levadas em conta:

  • Algum tipo de sincronização com a "nuvem", porque smartphones são equipamentos com alta probabilidade de quebra/desaparecimento.
  • Funcionar offline.
Eu uso o Quip.

É meio estranho tentar explicar como ele funciona, mas poderíamos dizer que é uma mistura de Office com WhatsApp.

Gosto do Quip porque:

  • É muiltiplataforma (Android, iOS, macOS, Web e Windows).
  • Funciona bem em um smartphone.
  • Funciona bem em desktops/notebooks, tanto via browser quando via clientes nativos.
  • Tem sincronização com a "nuvem", mas...
  • Funciona bem offline (com algumas poucas limitações).
  • Permite a inserção de elementos como links, imagens, tabelas, checklists e listas.
  • Permite que o roteiro seja rapidamente exportado para .docx ou .pdf, no próprio smartphone.
  • Permite que documentos sejam linkados entre si.
  • Caso o desenhista também use o Quip, ele pode ter acesso a um "diff" do documento, vendo o que foi alterado.
  • Ainda dentro da possibilidade do desenhista usar o Quip, também existe uma ferramenta de bate-papo/mensagem que cria uma conversa que fica amarrada àquele documento específico.
  • Interface bonita e simples.
Há alguns pequenos detalhes que me incomodam, mas para efeitos desse artigo, o principal “contra” é o fato dele ser um aplicativo pesadão, tanto em processamento quanto em espaço ocupado no dispositivo. Aparelhos Android mais modestos vão ter dificuldade para rodá-lo, se rodarem.

Voltando ao roteiro, tudo começa a partir de um modelo, criado no próprio Quip, que é duplicado, renomeado, e ajustado conforme necessidade.

Links, imagens, notas e a própria escaleta são colocados dentro do roteiro, e vão sendo reorganizados/absorvidos à medida em que o ele é construído.

Embora no Quip seja fácil criar links entre documentos, evito ficar criando arquivos diferentes para armazenar anotações, visto que a multitarefa não é exatamente uma prioridade no design de sistemas operacionais móveis.

Embora eu já tenha tentado usar tecladinhos bluetooth e outros apetrechos, hoje em dia não fico esquentando a cabeça com isso. A partir do momento em que se faz necessário levar outros acessórios, o lance de escrever com um negócio que cabe no seu bolso perde o sentido.

A escrita no celular é a fase do output. É onde a ideia tem que ser expelida o quanto antes da cabeça, para que não desapareça.

Depois, obviamente, é necessário revisar o texto no aconchego de um teclado e monitor normais.

Sinceramente, não sei qual seriam os limites desse método.

Estou escrevendo uma hq de vinte páginas assim, e acho pouco provável que um roteiro mais extenso pudesse ser composto dessa maneira, a despeito de alguns casos como o do escritor Taiyo Fujii, que afirma ter escrito boa parte de seu primeiro romance em seu iPhone.

Mas como levo a sério a 1º LEI DA EXEQUIBILIDADE QUADRINÍSTICA BRASILEIRA, acredito que ainda vou escrever muitos roteiros no meu smartphone. :D

RESUMINDO:

  • Um aplicativo que te mantenha escrevendo.
  • Um modelo (template) para agilizar um pouco as coisas.
  • Uma escaleta (outline) para servir de mapa.
  • Um jeito fácil e rápido para sincronizar com um "computador de verdade", para não sair do fluxo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Maquiando o LibreOffice Writer

Uso o Writer desde a época em que era OpenOffice (tecnicamente, ainda é também, mas...).

De lá pra cá, muita coisa mudou, e migrei para o LibreOffice assim que o projeto foi lançado.

Mas uma coisa que vem me incomodando nas últimas encarnações do LibO é a aparência dos programas, em especial do Writer, que uso mais.

Então eu faço algumas mudanças, para torna-lo mais palatável a esses velhos olhos.

Os screenshots desse post foram tirados com o LibreOffice 5.1, rodando no Ubuntu Mate. Mas essas dicas servem para qualquer versão do programa.

Clique nos screenshots para ampliá-los.

Após uma instalação, o LibreOffice Writer costuma vir assim:


A primeira coisa eu faço é alterar os ícones, de Human para Galaxy, e o tamanho dos ícones, de grande para pequeno. Entendo que os íconezões são uma tentativa de deixar o programa mais amistoso a telas touch, mas eu prefiro eles menores e ocupando menos espaço na tela.


Depois, eu altero a cor de fundo do aplicativo (normalmente para Cinza 7), para que fique um contraste entre a "folha de papel" virtual e o fundo do programa.


Então, ficamos assim.


O próximo passo é remover os limites do texto e a régua superior, liberando um pouco mais de espaço na tela.


Depois, eu jogo a barra de ferramentas lateral da direita para a esquerda.


Por fim, eu "invoco" o Navegador, um dos recursos mais antigos e úteis do WhateverOffice, e encaixo ele do lado direito. Essa janela pode ser exibida/oculta com a tecla F5.

O navegador também está disponível na barra lateral, mas eu prefiro que ele fique separado das outras funções.


Então, em uma situação normal de uso, meu LibreOffice Writer fica assim.


Em algumas situações especiais, quando tô a fim de focar no conteúdo, habilito o modo tela cheia. Ctrl + Shift + J no Windows ou no Linux. Alguma variação disso nos Macs.


E quando preciso escrever alguns documentos técnicos, onde uso o já mencionado Navegador e também o editor de Estilos, pressionando apensa duas teclas de função, chego à essa configuração.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Big Man Japan

Ontem o Diego me enviou esse clip bizarro pra caralho.

Nos próprios comentários, descobri que não é um "vídeo encontrado", verdadeiro ou fake, mas sim uma cena do filme Big Man Japan.

Pelo trailer abaixo, deve ser o tipo de coisa que eu adoro. Procurarei.