segunda-feira, 28 de março de 2011

COISA-RUIM E O CIGARRO DE SÍSIFO

Eu não fumo. Nunca fumei. Na verdade, tenho ojeriza de qualquer coisa que produza fumaça, legal ou ilegalmente. Teorizo que isso se deva, em parte, a meu aparelho respiratório, portador de tudo quanto é tipo de moléstia que se possa imaginar. Mas tenho muitos amigos e familiares  que curtem inalar seu quinhão diário de nicotina, e geralmente gosto de ouvir histórias que envolvam cigarros.

Dia desses, um dos meus amigos me contou uma, muito boa. Para proteger sua identidade, vou chamá-lo apenas de “Coisa-ruim”.

Coisa-ruim é fumante. Em uma das vezes em que tentou largar o vício, conseguiu ficar três dias sem colocar um cigarro na boca.

Mas então houve um pesadelo.

No sonho-ruim, ele estava em um local indeterminado, com um isqueiro em uma mão e um cigarro gigante na outra. “É nóis!”, pensou oniricamente. O problema era que ele não conseguia realizar o procedimento comum, que é prender o cigarro na boca, fazer uma concha protetora com uma das mãos e acender o isqueiro e o cigarro com a outra. Dado o tamanho do careta, suas mãos não alcançavam a outra ponta.

Então ele tinha que segurar o cigarro pelo meio, para acendê-lo com a outra mão. Mas, quando ele conseguia colocar o filtro na boca, o cigarro já tinha se apagado, obrigando-o a repetir o procedimento, ad infinitum, tal qual um Sísifo[1] pós-moderno, transformando a euforia inicial em uma angústia incomensurável.

Aliás, pesadelos desse tipo (tarefas impossíveis de se realizar e repetidas infinitamente) são até comuns - quem nunca sonhou correr sem sair do lugar? -  e os psicanalistas devem ter um nome pra isso.

Obviamente, escrever esse caso não tem nem 1% da graça de ouvi-lo na fonte.

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[1] - http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADsifo

domingo, 27 de março de 2011

CROOKED LITTLE VEIN, AGAIN

Na época que Vovô Ellis anunciou o livro[1], fiquei numa puta fissura de ler, mas depois acabei me esquecendo.

Me lembrei dia desses. Terminei ontem.

Meu veredito?

Divertido. Mas eu esperava mais.

Mike McGill é o badass padrão do Ellis: detetive do infortúnio, fumante inveterado, fodido e mal-pago. Trix, sua sidekick - se podemos dizer assim - é uma mulher à frente de seu tempo, tanto técnica quanto, hmmmm, antropologicamente. Ambos são contrapartes óbvias que derivam, sem escalas, da persona internética que Ellis criou para sí próprio e que é tão famosa internet afora.

Eles cruzam os Estados Unidos, atrás da verdadeira constituição, escrita por Benjamin Franklin na pele do alienígena que o "probou"[2] por seis dias em Paris. E isso tá na página vinte e poucos do livro (ebook). Acho que você consegue imaginar por onde a narrativa vai se embrenhar, daí pra frente.

O problema do livro é o mesmo de vários outros trabalhos de Ellis: concepção interessante, execução nem tanto.

A história é uma colcha de retalhos composta por quase tudo que é bizarrice que o Ellis costuma postar em seu blog[3]. E, talvez por isso, tenha me parecido apressada demais, sintética demais, sei lá. Tudo bem, o livro foi feito sob encomenda, segundo palavras do próprio Vovô. Além disso, é uma história de detetive, e uma das características do gênero é justamente a concisão.

*Mesmo* assim, em alguns momentos, ficou me parecendo mais um roteiro de hq do que prosa em si. E quando se trata de texto puro, não há desenhista que salve a pele do escritor.

De qualquer maneira, na média, tá mais pra bom do que pra ruim, e recomendo o livro.

Mas vá com espírito aberto e expectativas baixas.

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[1] - http://urobouro.blogspot.com/2007/03/crooked-little-vein-vov-ellis-resolveu.html

[2] - http://en.wikipedia.org/wiki/Anal_probing

[3] - http://warrenellis.com

domingo, 20 de março de 2011

LIGA O SOM!

É uma manhã de domingo, estou trabalhando, passando frio, e meu irmão arremata o dia me enviando isso. Valeu, hein!

quinta-feira, 17 de março de 2011

TESTE 3: postando por email e com anexo no Posterous que, espero, repostará no blogger. Amém!

Fsm
Vive le Gambiarre!
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TESTE 2: postando por email, agora com anexo

Ainda testando.
Desconsidere.

Teste 1: postando por email sem anexo

Há meses estou intrigado com o fato de não conseguir mais usar o
Mail2Blogger (postagem por email). Só hoje fui descobrir que os
diabinhos do Google resetaram meu email secreto. Aliás, esse é um dos
motivos da existência do http://massula.posterous.com
Efetuarei mais testes.

terça-feira, 15 de março de 2011

TE DOU UM DADO...



Ontem foi aniversário do moleque, e ele ganhou de um dos amiguinhos o tal do PIZZARIA MALUCA (www.grow.com.br/jogo/35/PIZZARIA+MALUCA.aspx?idH=.70.) - jogo do qual não me lembro, mas que deve ser um hit entre a molecada, dadas as reações do meu filho e do restante da galerinha.
Só pudemos abrir o brinquedo hoje, e fiquei estarrecido com algo que você deve estar vendo em péssima definição na imagem acima (ou abaixo, sei lá. Estou postando por email e não faço a mínima idéia de como esse post vai ficar).

Sim, os dados não vem mais inteiros. Você tem que montá-los. Meu lado que ainda crê na humanidade até pensou que isso pudesse ter um cunho lúdico/DIY, mas o técnico dentro de mim presume que isso seja apenas o bom e velho aspecto econômico, afinal de contas, deve ser mais barato imprimir uma cartelinha com adesivos e mandar o jogador colá-los do que pintar os números ou mesmo usiná-los em baixo relevo em um hexaedro de plástico.

Hmpf!

segunda-feira, 7 de março de 2011

MEZEK, A MULA DO AR



Uma mensagem[1] na lista EuroQuadrinhos reavivou minha memória[2] a respeito de uma aeronave que, apesar dos pesares, teve um papel especial na história da aviação militar: o Avia S-199.

A história dele é interessante por sí só. O Avia S-199, também conhecido como Mezek (mula, em bom tcheco-eslovaco ou seja lá qual fosse o idioma falado por ali no final da década de 1940) nasceu a partir de peças deixadas nas fábricas de Messerschmitts construídas pela Alemanha nazista na finada Tchecoslováquia. Além disso, ele foi o primeiro avião de combate da então recém-nascida Força Aérea de Israel.


De qualquer maneira, o que marcou mesmo minhas memórias foi o fato desse avião ter um dos bugs mais tragicômicos da história da aviação militar: devido a uma série de adaptações, o mecanismo de sincronização do giro do motor com os disparos das metralhadoras montadas no nariz do avião não funcionava como deveria, e quando as metralhadoras eram disparadas, elas acabavam acertando as próprias asas hélices do avião. Alguns pilotos israelenses perderam a vida por causa disso.


Esse post do Deadlybirds[3] explica melhor a história toda.


[1] http://br.groups.yahoo.com/group/EuroQuadrinhos/message/8378

[2] http://br.groups.yahoo.com/group/EuroQuadrinhos/message/8393

[3] http://www.deadlybirds.com.br/deadlybirds_blg/2010/03/avia-s-199-mezek-o-messerschmitt-tchecoslovaco