quinta-feira, 14 de setembro de 2006

CASANOVA

Li os dois primeiros números de CASANOVA, título criado por Matt Fraction (roteiros) e pelo brasileiro Gabriel Bá (desenhos). Achei um barato!

As aventuras do super-espião Casanova Quinn, agente da E.M.P.I.R.E., uma super-polícia mundial levam o conceito de espionagem à enésima potência e é possível encontrar referências a tudo quanto é tipo de aventura do gênero que se possa imaginar (James Bond, o Nick Fury de Steranko, etc.).

CASANOVA vai na mesma direção de outro título publicado pela Image, FELL, ou seja, a proposta é apresentar singles, histórias fechadas em 16 páginas de quadrinhos (mais quatro com material extra), com um preço ligeiramente menor, se comparado aos demais comics americanos. Proposta muito feliz na minha opinião, se querem saber.

Na primeira edição, somos apresentados ao mundo de Casanova, com direito a todos os seus elementos bizarros (e legais!): uma super-agência de espionagem, um super-grupo terrorista, consciências enclausuradas em corpos robóticos, um gângster telepata de três cabeças chamado Fabula Berserko, um helicassino, viagens dimensionais e por aí vai.

Essa edição tem mais páginas de quadrinho (28) e uma pequena apresentação de Matt Fraction na terceira capa.

Casanova 2

Já na segunda edição, a missão do agente Quinn é resgatar um agente infiltrado na nação sul-americana de Água Pesada. Isso mesmo. Água Pesada, em português. Um lugar onde um gerador de orgone, que está ligado há quatro anos mantém o país em estado de carnaval perpétuo.

Um detalhe interessante é que o agente infiltrado Winston Heath (aquele que deve ser salvo por Casanova), em seus anos de missão, começou a escrever um gibi chamado Minhas Confissões (sim, em português também), uma brincadeira óbvia com “Confessions of a Dangerous Mind”, autobiografia de Chuck Barris que gerou o bacanérrimo filme de George Clooney.

O que eu curti mesmo nesse gibi é que ele não se leva a sério, no sentido dos autores se entregarem ao absurdo de braços abertos. Não é somente uma revista de agentes secretos fodidos pra caralho detonando qualquer um que lhes cruze o caminho. Claro, esses elementos estão lá, mas os personagens não se fazem de rogados quando têm que dar suas piscadelas ao leitor, sacam? Esse é um recurso que normalmente fica chato se utilizado muitas vezes, mas aqui coube como uma luva.

Não acho improvável que este título seja publicado no Brasil, visto que outras coisas que os gêmeos publicaram nos states por editoras menores e menos conhecidas já deram as caras por aqui, mas preferi não esperar. E não me arrependi.

Matt Fraction mantém uma newletter que publica esporadicamente e que pode ser assinada pelo email casanovaquinn(arroba)gmail.com. Da última vez, a frase que tinha que estar no assunto da mensagem era “I WAITED FOUR MONTHS FOR *THIS??!”. De vez em quando ele manda umas coisas legais.

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