sexta-feira, 4 de agosto de 2006

UM POUCO DE BIBLIOFILIA.

Embora não me considere um literato nem proprietário de um acervo propriamente dito, tenho uma quantidade de livros, como direi...volumosa.
De uns anos para cá, comecei a esboçar um catálogo contendo algumas informações básicas, como nome da obra, autor, data de aquisição e se já foi lido ou não. Contudo, talvez movido por um certo romantismo, talvez por pura preguiça, fiz tudo manuscrito, o que, com o passar dos anos, se mostrou bem pouco prático. Então tive a “brilhante” idéia de digitalizar esse catálogo, adicionando, no processo, outras informações que julgo importantes.
A intenção mesmo era fazer uma biblioteca virtual, como essa por exemplo, mas a empreitada está além das minhas capacidades. E isso começou antes de eu descobrir o Libray Thing. De qualquer maneira, o trabalho serviu para que eu tivesse uma idéia mais concreta do que tenho em mãos (quaisquer piadinhas sem graça serão sumariamente punidas com uma invasão de worms!) e do que tenho pela frente, se é que vocês me entendem.
Descobri, por exemplo, que apesar de acreditar que tinha mais livros de ficção do que de não-ficção, o que ocorre é o contrário. Mas a impressão surgiu porque LI mais ficção do que não-ficção. Outra coisa que me deixou meio perturbado foi o fato de ter consumido pouco mais da metade dos livros que tenho. Trocando em miúdos, caso eu continue lendo no ritmo atual, vou passar uns bons anos sem precisar gastar nenhum tostão em sebos ou livrarias. Isso, claro, assumindo que eu vá realmente ler tudo o que tenho.
Houve uma época em que, além de ser facilmente mesmerizado por estabelecimentos que comercializam letras (mal do qual ainda sofro), eu também tinha um interesse quase obsessivo por assuntos esotéricos, e uma parte significativa da minha coleção é composta por tudo quanto é tipo de coisa relacionada ao tema, indo de medalhões como Eliphas Levi e titio Crowley a bizarrices como OS MAGOS ADVERTEM O BRASIL, um opúsculo delicioso de tão ridículo, onde os supostos descendentes da corte do Rei Arthur advertem, como já indica o título, a população tupiniquim sobre uma gama de assuntos supostamente de interesse nacional. Além disso, o único quesito necessário para a compra de um livro era que fosse *vagamente interessante*, e muito do que foi vagamente interessante há dez ou quinze anos atrás hoje já está totalmente fora da minha esfera de interesses.
Outro ponto a ressaltar é que a maioria esmagadora dos meus livros é composta por edições econômicas ou pockets (que não deixam de ser edições econômicas). Um dos extremos disso seria a coleção HISTÓRIA UNIVERSAL (totalmente incompleta), que, na época, era oferecida como brinde na defunta revista Semanário (alguém lembra dessa?).
Para os quadrinhos utilizo um software específico, então as hqs, independente do formato, não entraram.
Excluí e-books desta listagem, sejam eles versões digitalizadas de obras impressas ou concebidos originalmente como tal. O motivo é a facilidade muito maior de se catalogar arquivos. Mas pretendo listá-los também, numa categoria à parte, no futuro.
Os RPGs - cuja quantidade é bem razoável - também ficaram de fora, pela sua natureza particular (de partícula, que remete a princípio da incerteza). São Ficção ou Não-ficção? Também terão listagem separada.
Manuais e livros didáticos também foram desconsiderados, salvo três ou quatro exceções.
No meu catálogo analógico, que parei de atualizar meses atrás, assim que iniciei a versão digital, constavam 523 volumes (já descontando os RPGs, que batem na casa dos 100), mas um bom punhado foi deixado para trás quando saí da casa de minha mãe, vários anos atrás. Teria que fazer uma triagem, mas o destino de grande parte daquele montante, composto quase que totalmente por versões baratas de clássicos da literatura brasileira, será provavelmente a doação a uma biblioteca ou a alguém que se interesse. De qualquer forma isto vai demorar, visto os pouco mais de mil quilômetros que me separam do restante da família. O montante total foi de 471 livros (mas pode ser que eu tenha esquecido algum pelas gavetas da vida).
O formato escolhido foi a boa e velha planilha, feita no Excel. Fiz desta maneira porque, caso no futuro eu mude de idéia e me dê ao trabalho de construir um banco de dados, a migração dos dados será relativamente tranquila. Determinei todas as informações que julgava necessárias, mas, em nome da manuseabilidade, vários itens que eu também acho interessantes (tradutor, quando há. Capista. Essas coisas) foram desconsiderados, caso contrário seria necessário imprimir minha lista num formato A0.
Os quesitos que se salvaram foram:
AUTOR:
Óbvio.
TÍTULO:
Óbvio, novamente.
EDITORA:
Óbvio, de novo.
Tenho alguns volumes repetidos, publicados sob editoras diferentes. Houve uma época, por exemplo, em que tinha certo fetiche por METAMORFOSE. Planejei conseguir tudo quanto fosse edição que me surgisse à frente. Depois de três volumes, desisti. Mas que vou comprar aquela edição da Civilização Brasileira, que tem aquela capa maravilhosa, ah isso vou!
ANO PUBLICAÇÃO:
Refere-se ao ano de publicação do original. Determinar isso pode ser um tanto problemático quando estamos falando do Gilgamesh ou do Baghvad-Gita, ou mesmo livros que vieram com “escalas”, com traduções sobre traduções. Mas o Google tá aí pra isso, né?
EDIÇÃO:
Refere-se ao número da edição do exemplar. Isso pode ser problemático no caso de livros que tiveram sucessivas edições por uma editora, e, em seguida, por outra. Aqui considero apenas as edições lançadas pela editora do exemplar que possuo.
Além disso, parece haver uma diferença de nomenclatura de casa editorial para casa editorial, sendo que algumas utilizam também o termo reimpressão, deixando “edição” apenas para mudanças substanciais, como capa ou revisões.
ANO EDIÇÃO:
Ano de impressão do exemplar que possuo.
NACIONALIDADE:
Nacionalidade do exemplar que possuo, e não do original.
IDIOMA ORIGINAL:
Aqui talvez haja mudança, pela imprecisão das informações, como por exemplo, o inglês, onde não diferenciei o britânico, o americano, o canadense e por aí vai. No futuro vou refinar este critério. Talvez fosse bom cruzar este item com outro referente à nacionalidade do original. Pensarei em algo.
PÁGINAS:
Número de páginas. Considero páginas tudo o que está entre as capas: guardas, folhas de rosto, folhas em branco para dar volume, etc.
COLEÇÃO:
O nome da coleção, caso o livro tenha sido publicado dentro de alguma.
NÚMERO NA COLEÇÃO
Dando sequência ao item anterior
PREÇO ATUAL:
Preço médio encontrado em livrarias e sites.
QUANTO PAGUEI:
Quanto desembolsei pelo mesmo exemplar.
QUANTO PAGUEI (MOEDA ESTRANGEIRA):
Alguns poucos livros adquiri fora do país. Coloco o preço (quando tenho) em moeda estrangeira e converto para a cotação atual do Real nos campos PREÇO ATUAL e QUANTO PAGUEI.
QUANDO COMPREI
Comecei a registrar estes dados em 1999, mas comprei meu primeiro livro em 1993, então, salvo alguns casos especiais onde tenho como referenciar a data da compra, boa parte da coleção está na seção dos indigentes, e acabei criando uma data fictícia para esses livros.
LIDO?:
Obviamente, eu sei o que já li ou deixei de ler, mas a nerdice pede que isso seja exposto em forma de gráficos, e eu também quero saber quão tortuoso será o caminho até que tudo esteja devidamente lido.
TIPO:
Ficção ou Não-ficção.
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OUTRAS ESTATÍSTICAS (a quem possa interessar).
Colocando tudo na planilha, tive acesso a um punhado de dados totalmente desinteressantes.
Fiquei sabendo que o idioma predominante, ao contrário do que eu pensava, é o inglês, ganhando fácil da língua materna, que ocupa o segundo lugar. A medalha de bronze ficou para o francês, seguido de perto pelo alemão, que ganhou por uma lombada de distância do espanhol. O sexto lugar foi para o italiano, e os outros idiomas (Árabe, Chinês, Grego, Hindi, Japonês, Latim, Norueguês, Persa, Polonês e Russo) disputam a lanterna, todos com menos de dez representantes. Compilações de textos escritos em vários idiomas diferentes ganharam o rótulo “Vários”. Um título ganhou o rótulo (provisório) “Indeterminado”.
E também constatei que o ano em que comprei mais livros foi 1999 (acho que era o subconsciente querendo me proteger do bug do milênio).

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