domingo, 9 de abril de 2006

AMIGO NÃO É QUEM APARTA A BRIGA. É AQUELE QUE JÁ CHEGA DANDO VOADORA...

Eu não admitiria isso em um jantar de família, mas a subcultura das mensagens em porta de banheiro é algo que sempre me interessou. Eu trabalho na indústria, em várias delas na verdade, e uma constante (que se aplica a todos os lugares com grande circulação de pessoas) são os “murais” públicos em que se transformam os banheiros. Estou, claro, falando dos masculinos, mas dada a natureza humana, não é difícil inferir que ocorre fenômeno semelhante no wc das moças.

Enfim.

Se você quer saber das notícias mais novas ou dos boatos mais picantes, basta dar uma olhada no que está escrito lá dentro. Desenvolver filtros para se distinguir as versões romanceadas daquelas que se aproximam mais da verdade exige horas de trono e uma certa sensibilidade, mas com o tempo você começa a perceber o que é uma verdade turbinada e o que é uma calúnia rancorosa. Conhecer os envolvidos ajuda, é óbvio.

Os assuntos preferidos, em qualquer região do país, e mesmo no exterior, são, SEMPRE, futebol e a mulher do próximo (neste último, a mulher sendo substituída, às vezes, pela mãe ou pela irmã). Mas existe também a ala criativa desses escritores anônimos, com suas corruptelas de ferramentas da qualidade, por exemplo. Dia desses vi uma versão apócrifa de um quadro de polivalência que me fez dar boas risadas.

Mas o gatilho desse post foi mesmo o fato de, agora, em meu atual paradeiro, ter me deparado com um desdobramento interessante disso. Em tempos de V de Vingança, descobrir que existe um anarquista-arquetípico deixando seus líbelos nos banheiros da Grande Montadora é, no mínimo, uma ironia engraçada. O cidadão atende por uma alcunha que eu imaginava fictícia, mas descobri ser o sobrenome de alguém – sendo esse o motivo de não publicá-la aqui - e esconde-se atrás da privacidade das...privadas. O figura, ou melhor, a idéia, parece ser conhecido por todos, isso se não for uma entidade coletiva, uma versão terceiro-mundo do Luther Blisset, por exemplo. É autor, ou pelo menos portador, de adágios memoráveis como o que serve de título ao post (com os erros de português devidamente extirpados{não que eu seja exemplo de estilo}), e parece ser o porta-voz da classe trabalhadora, pelo menos no que tange aos quesitos mais subjetivos e pessoais do ambiente de trabalho.

Engraçado.

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