sábado, 7 de maio de 2005

BERNIE

Mas não é o Wrightson.

Sei lá por que cargas d’água me lembrei de uma reportagem que vi num programa da Record domingo passado. Essa reportagem faz parte de uma série que tem como assunto a incidência do parasitismo em humanos e no caso o que me chamou a atenção foi uma mulher, americana ou inglesa, sei lá, que passou as férias nos trópicos (só não lembro de que lado do globo) e, quando voltou pra casa, tinha um pequeno caroço na cabeça.

O caroço foi crescendo e a mulher resolveu procurar um médico. E, pá!, a médica raspou o cabelo dela, tirou a pele morta do caroço e, voilá!, um berne ENORME deu, literalmente, as caras. Puta troço nojento! A cabecinha do berne saindo e entrando do furo.

Daí, a médica explicou que existiam duas maneiras de tirar o bicho. Ou ela abria um corta na cabeça da pobre coitada, ou tampava o buraco com vaselina e um adesivo e matava o bicho asfixiado (sim, eles precisam de ar para sobreviver) e o puxaria pelo buraco quando estivesse morto. Optou-se pela segunda alternativa e lá vai a médica tirar o bicho pelo buraco no outro dia. Cruz-credo! Fiquei com nojinho. E era um baita bernão.

E falando em parasitismo, mas mudando um pouco a semântica da palavra, essa semana tivemos mais uma prova de que política e estupidez sempre, sempre andam de mãos dadas (via Hector). O ilustre deputado (e coronel nas horas vagas) Ronaldo Caiado (PFL-GO), através de um jagunço-jurisprudente, mandou recolher todos os exemplares do livro NA TOCA DOS LEÕES, do escritor Fernando Morais (CORAÇÕES SUJOS, OLGA, CHATÔ, etc), já que numa passagem da obra que narra a história da agência publicitária W/Brasil, existe uma suposta afirmação do deputado, onde ele “revela ter um projeto de esterilização das mulheres como solução da superpopulação dos estratos sociais inferiores, os nordestinos". Mais detalhes aqui e aqui.

O interessante é que, se o cara tivesse recorrido normalmente, como qualquer cidadão faria, sem ter que apelar para essa medida inquisitória e estúpida, a notícia ficaria circunscrita aos leitores do livro. Cá pra nós, nem é tão chocante assim, num país onde representantes da classe política se divertem mutilando desafetos com moto-serras. Mas não, tem que fazer esse auê. Bom pro Fernando Morais e pra editora. Agora esse livro vai vender que nem água, os caras, que estão proibidos de falar, por ordem do juiz, ficam como mártires, e o deputado dá mais um tiro no próprio pé e queima mais ainda o filme. Guardadas as devidas proporções, é uma comédia pastelão.

Ah, e só pra não perder o fio da meada, aqui tem um link esperto (cortesia de Mr. Cassiano Reis) pra baixar um documentário (gigantesco!) sobre o falecido patrono das organizações Globo, vocês-sabem-quem. Só o título da parada já vale a pena.

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