terça-feira, 29 de junho de 2004

HANNIBAL

Confesso que começou bem. Uma montagem modernosa e o nome do David Mamet nos créditos do roteiro ajudaram muito.

Um aparte: já falei da minha defasagem cinematográfica? Adoro cinema, mas a verdade é que não me dou ao trabalho de assistir a tantos filmes quanto realmente gostaria. E esse foi um dos que passou batido. De qualquer maneira, a TV aberta, na maioria das vezes, acaba resolvendo meu problema uma boa meia-dúzia de anos depois.

O lance é que eu sempre fui curioso pra ver as novas travessuras do Dr. Hannibal Lecter, um homem que poderia sustentar sem problemas a alcunha de O Médico e o Monstro.

Gostei bastante do SILÊNCIO DOS INOCENTES, um filme que deu outros contornos ao arquétipo do serial-killer. O livro também é legal, mas o filme funcionou melhor pra mim (talvez por eu tê-lo assitido primeiro, e talvez por ter sido adaptado pelo próprio autor do livro, que saberia melhor do que ninguém o que cortar – com o perdao do trocadilho).

Vendo assim, tem todos os ingredientes que me agradariam num filme. Sim, gosto de filmes policiais e de coisas meio freak. Mas a verdade é que talvez eu tenha ficado um pouco decepcionado. Só um pouco.

O SILÊNCIO DOS INOCENTES deu um upgrade na figura do serial-killer, utilizada à exaustao nos anos subsequentes, e essa continuaçao parece um tributo a isso. HANNIBAL é um filme descolado, correto, no sentido de execuçao hollywoodiana, dentro do cânone, se podemos dizer assim, mas meio sem sal, enquanto seu predecessor era um tanto maciço. Tá certo, naquela época ainda não existia todo esse glamour e consequente banalizaçao dos canibais (que agora dao as caras até pela internet), e a falta de concorrentes pode ser responsável por uma parte substancial da fama do SILÊNCIO. Mas que ele foi melhor, foi.

E não podemos esquecer a antológica cena do banquete final, que eu já sabia de cor (de tanto terem me contado) mas que ainda sim me impressionou.

De qualquer maneira, ainda quero muito assistir ao DRAGAO VERMELHO, tanto a versao original dos anos 80, como a refilmagem com o Hopkins. O mais antigo passou na TV esses dias, mas eu perdi. Pena.

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