terça-feira, 1 de junho de 2004

ANTOLOGIAS

Ah, as antologias!

Estou cada vez mais convencido de que esta é o formato supremo. Provavelmente, na outra semana estarei dizendo o contrário, mas vamos assumir que eu seja um homem de palavra, certo?

Recentemente, terminei a leitura da coletânea FUTURO PROIBIDO, da editora Conrad, uma jóia que ficou longe das minhas maos durante muito tempo. Lembro que na época do lançamento não dei muita bola, e só depois é que eu vi quem tava no recheio. Nomes como Bruce Sterling, Robert Anton Wilson, William Burroughs, William Gibson e outros mais. Esse livro é a metade de uma coletânea de FC realizada pela revista americana Semiotext(e), e vindo de quem veio, só podia sair coisa boa mesmo. O único requisito dos editores americanos da Semiotext(e) era que os textos tivessem sido recusados em outras publicaçoes, por serem violentos, pornográficos, subversivos ou qualquer combinaçao entre os três. Mais detalhes sobre os contos serao dados quando eu estiver com a ediçao em maos. Um detalhe que achei interessante foi o fato dos contos mais fraquinhos (na minha opniao de mortal desconhecedor de FC) terem vindo de homens que admiro e que sao admirados pelo povo. Sim estou falando de Anton Wilson, meu herói, e William Burroughs, de quem nunca li nada mas muito ouvi falar.

Também iniciei a leitura de uma das quatro novelas que compoem o livro DEPOIS DA MEIA-NOITE, do Stephen King. A história em questao é a JANELA SECRETA, JARDIM SECRETO, que deu origem ao mais recente filme do Jhonny Deep, JANELA SECRETA, exibido nos cinemas recentemente, o que, no frigir dos ovos, foi o motivo de eu ter posto as minhas maos nesse volume após deixá-lo tantos anos pegando poeira na minha estante. Apesar da traduçao sofrível, e de uns anacronismos esquisitos (o livro foi editado aqui no início da década de noventa, e alguns termos referentes a informática, tao comuns hoje em dia, ali ficaram engraçados) a história é interessante. Só que está caminhando para um final, a meu ver prevísivel. Se for o que estou pensando, vai se utilizar de um recurso muito comum nos dias de hoje, contudo, a história foi escrita há uns quinze anos atrás, o que me obrigaria a tirar o chapéu para o Senhor King, de um jeito ou de outro.

Por último, temos a TRILOGIA DO NOVA YORK, do magnífico Paul Auster. É quase um sacrilégio alguém que se diz fa afirmar não ter lido a maior obra do seu ídolo. É o que aconteceu comigo. Embora eu já tivesse o livro há anos, eu ainda não o tinha lido. Talvez por já conhecer uma das três histórias que copoem o livro. Li a versao quadrinizada (também fantástica) de CIDADE DE VIDRO há alguns anos. Por enquanto, do livro, só li a prrópria CIDADE DE VIDRO, e não restam dúvidas de que Auster é um DOS caras. Vai sair livro novo dele, no qual já estou de olho. Auster é realmente um mestre em misturar sua vida pessoal com fatos fictícios, deixando isso claro, mas ainda assim bem costurado. Ele abusa de um recurso, o personagem-escritor, que acho meio chato, pedante até, mas sob a batuta do homem isso tem o efeito de uma bomba atômica no giroscópio mental de leitores incautos.

E pra não dizer que não falei das flores, li também o CANTIGA DE NINAR, do senhor Chuck “Clube da Luta” Palanihuk. Um livro simples com uma história bacana. Um jornalista, investigando um misterioso surto de mortes infantis súbitas, ganha o poder de matar uma pessoa apenas pensando numa cantiga africana que aprendeu num livro infantil. Daí, ele se une a uma corretora de imóveis que só negociava casas mal-assombradas, a sua secretraia, uma bruxa moderna e ao namorado da última, uma mistura de ecoterrorista barato e estelionatário. Juntos, eles vagam pelo interior dos Estados Unidos, em busca de todos os exemplares do livro, para destruírem a tal cantiga de uma vez por todas. O desenrolar dos fatos é frenético e algumas passagens conseguem ser incisivas, apesar de minúsculas. Na cabeça do Palahniuk, ninguém é normal, e ele faz questao de deixar isso bem claro. Os cacoetes de Carl Streator, o protagonista, são um show a parte. Desde os neologismos que cunha ao longo do livro, até o destino que costuma dar as miniaturas que monta.

Bem, é isso aí. P-por enquanto é só, p-pessoal.

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