segunda-feira, 31 de maio de 2004

TIRANDO A POEIRA

Na falta de assunto melhor, tomem resenhas.

O fim de semana foi produtivo, cinematograficamente falando. Assisti ao super-comentado (e totalmente desconhecido da minha pessoa até entao) DONNIE DARKO. E de brinde, outro filme do competentíssimo roteirista Charlie Kaufman, CONFISSOES DE UMA MENTE PERIGOSA.

O CONFISSOES já estava na minha lista há séculos e eu não saberia precisar o motivo que me manteve longe do danadinho até hoje. A história (adaptada do livro homônimo) é muito louca e pode ser resumida na seguinte analogia: imagine se o Sílvio Santos resolvesse lançar uma autobiografia dizendo que, além de apresentador de televisao, nesses anos todos foi um agente secreto que matou mais de trinta pessoas. Cabuloso, né? O filme fala de Chuck Barris, o cara que inventou a maioria dos programas de auditório que nossa televisao ainda insiste em copiar. Esse cara existe mesmo, e nos anos 80 lançou uma biografia que revelava seu passado bombástico. Até hoje ninguém sabe se o cara estava zoando ou falando a verdade. Mas que é uma puta história, é. Uma surpresa foi a direçao do George Clooney (que deve ter tido uma maozinha do amigao e sócio Sordebergh), que se mostrou competente, e por que não, inventiva. Alguns dos efeitos, por exemplo, foram feitos com as câmeras, e não com CG, o que deu um ar diferente à película. E o filme é entrecortado com depoimentos de pessoas reais que conheceram/trabalharam o Chuck, e que só ajudaram a confundir ainda mais minha já lesada cabecinha. É o tipo de filme que vale a pena se ter na estante de casa.

Já DONNIE DARKO foi um tapa na orelha. Eu tinha lido a respeito do filme na internet (depois descobri que foi num dos 500.000 grupos do orkut do qual participo) e o nome ficou gravado no meu subconsciente por alguma razao qualquer e quando vi o danado na locadora, não titubeei. Fica difícil falar do filme sem entregar o ouro, mas um dos componentes que dao o tom são as viagens no tempo, assunto cabeludo que, se tratado com desdém, pode passar de algo fantástico a pastiche total numa fraçao de segundos (desculpem, não resisti ao trocadilho). Mas em DONNIE DARKO a coisa é feita de maneira elegante e complexa, o que me lembra um pouco os 12 MACACOS. Além disso, é um filme meio independente. Os efeitos especiais são tosquinhos e é visível o orçamento baixo (em relaçao, obviamente, a produçoes hollywoodianas em geral). Dizem que o filme saiu do bolso da Drew Barrymore (que coincidentemente, também participa do CONFISSOES), mas isso é a prova cabal de que uma história boa pode compensar a falta de grana. Dei uma pesquisada na internet e achei alguns sites dissecando o filme naqueles detalhezinhos que normalmente passam despercebidos na primeira assistida. Teorias mil, de DONNIE super-herói a simbolismos da viagem no tempo. Enfim, um filme esquisito. E muito bom. Quando for COMPRAR o CONFISSOES, procure por este também e leve o bicho. Vai fazer bem pra sua cabeça.

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